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OMC: Negociações não avançam em Hong Kong

A falta de perspectivas em relação ao resultado das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Hong Kong indica que uma nova reunião deverá ser realizada para concluir a Rodada de Doha (Catar), iniciada em 2001. “Devemos ter uma Hong Kong dois, em abril ou maio de 2006, com uma agenda mínima e ambição claramente definida”, disse, por telefone, de Hong Kong, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues. Membro da delegação brasileira no evento, que termina no domingo, ele acredita que não deverá haver avanços nos principais temas de interesse do país: acesso a mercado e apoio interno.

Rodrigues atribuiu a falta de perspectivas nas negociações aos Estados Unidos e à União Européia. Segundo ele, os EUA apresentaram uma proposta ambiciosa, mas condicionaram-na a abertura de mercado, especialmente da União Européia. Porém, assinalou que a oferta deles em relação a apoio interno é muito insuficiente. Mesmo assim, os norte-americanos se mostraram flexíveis e dispostos a continuar negociando. “Já a UE, além de ter avançado pouco na proposta de redução de apoio doméstico, fez uma oferta tímida de acesso mercado e alega que não pode melhorá-la”, relatou. Portanto, prosseguiu, criou-se um impasse nessas duas questões.

Outro tema de interesse do Brasil e do G-20 é a eliminação dos subsídios às exportações. Na avaliação do ministro, o assunto avançou bastante desde o ano passado, quando os países membros da OMC decidiram acabar com esse mecanismo. “Agora falta definir quando isso vai ocorrer. A proposta do G-20, apoiada pelo Brasil, é de que seja em 2010”.

A UE, entretanto, ainda não mencionou uma data. Apesar disso, Rodrigues acha que será possível estabelecer, em Hong Kong, o prazo para suspender esses estímulos às exportações, um dos principais fatores de desequilíbrio do comércio agrícola mundial.

Diante do impasse nas negociações de acesso a mercado e apoio interno, considerados fundamentais para liberalização do comércio global, a reunião de Hong Kong pode avançar no tema desenvolvimento.

De acordo com o ministro, é possível que seja aprovada a abertura de mercados aos países mais pobres, com a completa eliminação de barreiras aos seus produtos. Essa decisão atenderá as pressões das organizações não-governamentais (ONGs) e mostrará que o encontro não foi um fracasso, ressaltou Rodrigues.

Ele destacou também que para o Brasil é preferível continuar negociando do que fechar um acordo no qual não haja avanços em assuntos relacionados à agricultura.

Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint

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