James Markworth, professor assistente de ciências animais da Universidade Purdue, e a estudante de doutorado Xinyue Lu observam os resultados de uma coloração por imunofluorescência de uma amostra de corte transversal de tecido muscular esquelético, tingida com um coquetel de anticorpos primários para análise do tipo de fibra muscular. Células musculares (miofibras) de diferentes tipos contráteis, como fibras de contração rápida versus lenta, são distinguidas pela cor resultante da coloração.
Embora muitas vezes considerada prejudicial quando consumida em excesso, a carne vermelha pode oferecer benefícios metabólicos importantes que raramente são discutidos. Novas pesquisas estão revisando o papel dos ácidos graxos ômega-6, especificamente o ácido araquidônico, presente exclusivamente em produtos de origem animal, como carne vermelha, aves e ovos. Esse nutriente, normalmente associado a riscos à saúde quando em excesso, pode na verdade contribuir para a melhora da saúde metabólica, trazendo benefícios semelhantes aos do óleo de peixe, famoso pelos seus ácidos graxos ômega-3.
O ácido araquidônico é um ômega-6 de cadeia longa encontrado apenas em produtos de origem animal, sendo ausente em fontes vegetais e frutos do mar. Ele tem um papel crucial na regulação da saúde metabólica, influenciando o metabolismo, a resistência à insulina e o controle da obesidade. Isso ocorre devido à sua ação sobre o músculo esquelético, que é o maior órgão do corpo envolvido na regulação da glicose e da sensibilidade à insulina.
Estudos liderados por cientistas da Universidade Purdue estão explorando como o ácido araquidônico pode beneficiar o metabolismo. De acordo com os pesquisadores, há semelhanças entre os nutrientes encontrados na carne vermelha e aqueles presentes no óleo de peixe, como o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenoico (DHA), que são amplamente conhecidos por seus benefícios para a saúde. No entanto, a carne vermelha contém ácidos graxos de cadeia longa que também podem ser essenciais para a saúde, mesmo que esses benefícios sejam pouco divulgados.
Além disso, o músculo esquelético, que desempenha um papel vital no controle da glicose e da insulina, responde de maneira significativa aos ácidos graxos ômega-6. Estudos sugerem que esses nutrientes podem ajudar a prevenir condições como diabetes e obesidade ao melhorar a sensibilidade à insulina e a capacidade do corpo de processar glicose de forma eficiente. Assim, a carne vermelha, consumida com moderação, pode fornecer nutrientes essenciais que promovem uma saúde metabólica equilibrada.
Essa nova perspectiva sobre a carne vermelha é especialmente relevante para a pecuária de corte. Além de fornecer proteína de alta qualidade, a carne bovina pode ser uma fonte valiosa de nutrientes que influenciam diretamente a saúde humana. Para os pecuaristas, esses resultados reforçam a importância de destacar os benefícios nutricionais da carne bovina, que vão além do sabor e da proteína, incluindo seus efeitos positivos na saúde metabólica.
Essa linha de pesquisa também pode mudar a percepção pública sobre o consumo de carne vermelha. Embora seja crucial evitar excessos, a ciência está mostrando que os nutrientes presentes na carne têm um papel vital na manutenção de um metabolismo saudável. Para os consumidores, isso significa que a carne bovina pode continuar a ser parte de uma dieta equilibrada, fornecendo os nutrientes necessários para a saúde geral, desde que consumida com moderação e acompanhada de uma dieta variada.
Fonte: Purdue University, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.