Erros causam trauma, atrapalham, marcam as pessoas, desanimam, desmotivam. O erro é algo perturbador. Por isso buscamos consolo na máxima de que errar é humano!
Pessoas erram, porém acertar também é humano. Quando nos confortamos no ditado citado, aceitamos o erro como algo comum, “que faz parte” e, sendo assim, acabamos aceitando-o de maneira conformista.
O erro, no entanto, é uma grande oportunidade de aprendizado. Entender como e quais foram os motivos que levaram ao erro, evitará repeti-lo.
Vale citar a experiência de um professor, que convivia com alunos fora da sala de aula, e se impressionava com os que ele considerava bons alunos, de nota média. Estes lembravam mais de sua disciplina do que aqueles que tiravam as melhores notas. No grupo de estagiários, que ele coordenava, por várias vezes flagrou alunos considerados brilhantes em virtude das boas notas buscando explicações com os alunos de notas mais baixas, aqueles selecionados mais pela vontade do que pela quantidade de conhecimento avaliado nas provas.
Neste caso, verídico, o diferencial observado no grupo dos alunos medianos é que eles tiravam proveito dos erros, aprendiam e não os repetiam mais. Os que acertavam da primeira vez, com bom desempenho nas provas, aparentemente tinham se preparado apenas e exclusivamente para provas, enquanto os outros respondiam com o que sabiam.
Os que tinham ao menos a “curiosidade” de saber o que haviam errado, ou não souberam responder nas avaliações, eram os que apresentavam maior capacidade profissional no decorrer da experiência prática, seja no campo, seja resolvendo problemas e tomando decisões num escritório.
A questão não é as provas ou as notas, mas a forma de comportamento perante o erro ou o fracasso, que não se limita ao aprendizado em salas de aula.
Não aceitar o erro, é fazer força para evitá-lo. Porém, quando o erro acontecer (o que fatalmente ocorrerá cedo ou tarde), é preciso adotar uma postura de aprendizado perante o fato.
Para aprender, no entanto, é preciso levantar fatos e dados e buscar saber quais os motivos que o levaram ao fracasso naquele procedimento ou processo. Tendo em mãos as informações, dificilmente o mesmo erro acontecerá novamente.
Erramos sim. Afinal, como já foi dito, errar é humano. Porém o acerto é muito mais comum do que o erro. Aliás, se analisarmos onde o ser humano já chegou e o número de coisas que fazemos nas 24 horas do dia, dá para concluir que o erro é algo raro, portanto muito menos comum do que imaginamos.
Nada melhor do que aprender com uma coisa rara, não é? Basta encararmos desta maneira e muitos dos erros rotineiros que ocorrem durante os processos não tornarão a se repetir. Para que tenhamos êxito, basta mudar a forma de encarar e lidar com o erro, basta querer e educar as pessoas para que ajam desta maneira.
Geralmente, quando ocorre um erro, perde-se a calma, forma-se aquela nuvem de pressão sobre o coitado que o cometeu e finalmente muda-se o indivíduo de função, muitas vezes rebaixando o seu cargo, seu grau de responsabilidade. Quando o procedimento diante de um erro se dá desta maneira, os funcionários trabalharão num ambiente de constante pressão, o que causa estresse e conseqüentemente, distração.
As pessoas continuarão vendo o erro como sintoma de “burrice”, o que na maioria esmagadora dos casos não é. Persistir no erro é burrice, com o perdão da expressão.
Com tal atitude, mantém-se na empresa a cultura de esconder e acobertar erros, o que acaba sendo ainda mais prejudicial. Os erros continuarão ocorrendo, porém com pessoas diferentes. E os erros menores não serão corrigidos, pois será mantido em sigilo sob um pacto de irresponsabilidade, que muitas vezes chamamos de ética, e pelo medo de que alguém saiba que o erro ocorreu.
Faça um exercício. Reúna-se com os seus funcionários ou sua equipe e coloque numa mesa todos os erros que eles lembrem terem cometido. Depois passe a perguntar por quê ocorreram e quais alternativas para evitá-los. É garantido que este tipo de procedimento traz resultados satisfatórios para os processos e para a união das equipes numa organização.
Para agir de maneira racional, basta ter vontade e começar. Os erros acontecerão, mas a chance de que se repitam será muito menor.
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Este artigo é muito bom, partindo do principio de quem errou não deixe passar em branco, esta oportunidade de avaliação de conteúdo e da ação que o levou a errar. E que não se sinta desmotivado ou desistimulado e sim fazer do erro uma aprendizagem, e jamais repeti-lo.