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7 de maio de 2025

FAO alerta sobre cepa exótica de febre aftosa no Oriente Próximo e pede ação imediata para evitar disseminação

Os surtos recentes de febre aftosa na Europa e a introdução de uma cepa viral exótica no Oriente Próximo ressaltam a necessidade urgente de detecção precoce e medidas reforçadas de biossegurança para minimizar os impactos da doença, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“A FAO está recomendando medidas urgentes de biossegurança e intensificação da vigilância após a detecção recente do sorotipo SAT1 da febre aftosa no Iraque e no Bahrein. Esse sorotipo é exótico para as regiões do Oriente Próximo e da Eurásia Ocidental, levantando sérias preocupações sobre a possível disseminação do vírus”, afirmou a FAO em um alerta.

A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta animais de casco fendido, incluindo bovinos, suínos, ovinos, caprinos e várias espécies selvagens. É tipicamente caracterizada por febre e bolhas na boca e nos cascos, acompanhadas de claudicação. Embora poucos animais adultos sucumbam à doença, animais jovens podem morrer por falência cardíaca súbita. O vírus se espalha rapidamente e pode afetar um grande número de animais, especialmente em países ou regiões que normalmente estão livres da doença ou não utilizam vacinação regularmente.

Embora não represente ameaça à saúde pública, a febre aftosa impacta severamente a saúde e o bem-estar animal, a segurança alimentar e os meios de subsistência, ao reduzir a produtividade do rebanho, inclusive através da menor produção de leite e carne. As perdas econômicas são substanciais, com estimativas globais de perdas diretas na produção e custos com vacinação em regiões endêmicas atingindo US$ 21 bilhões por ano. No entanto, o verdadeiro peso econômico da febre aftosa provavelmente é muito maior ao se considerar as interrupções tanto no comércio internacional quanto local. Esses impactos podem ser devastadores para comunidades rurais e negócios que dependem da pecuária.

Recentemente, o vírus da febre aftosa foi detectado na Europa, que normalmente é livre da doença e agora enfrenta seu pior surto desde 2001. A Alemanha detectou um surto em janeiro de 2025, mas desde então foi declarada livre da doença. No entanto, uma incursão separada na Hungria um mês depois, com surtos subsequentes na Eslováquia, continua ativa. Como exemplo do impacto da febre aftosa no comércio internacional, o governo do Reino Unido proibiu a importação de produtos de carne ou laticínios de países europeus onde o vírus foi detectado, assim como da Áustria devido a um surto no país vizinho, a Hungria.

Embora a febre aftosa seja endêmica no Oriente Próximo, houve um aumento recente nos surtos causados por um sorotipo exótico que provavelmente foi introduzido a partir da África Oriental. Até o momento, Bahrein, Iraque e Kuwait relataram casos, embora outros países do Oriente Próximo e da Eurásia Ocidental estejam sob alto risco de serem afetados.

Diversas cepas do vírus da febre aftosa continuam a circular em diferentes partes do mundo, e os surtos recentes na Europa e no Oriente Próximo destacam o risco contínuo que essa doença representa para os meios de subsistência, a segurança alimentar e o comércio seguro. Eles também reforçam o papel crucial da FAO no monitoramento global dos vírus da febre aftosa, não apenas para ajudar a controlá-los onde são endêmicos, mas também para compartilhar rapidamente informações de risco e proteger países que normalmente são livres da doença.

Ação recomendada

A FAO insta todos os países a manterem vigilância frente à ameaça contínua. Nos países afetados, e naqueles considerados de alto risco de incursão, devem ser consideradas as seguintes medidas:

Campanhas de conscientização: Informar agricultores e comunidades sobre a ameaça crescente da febre aftosa e sobre as medidas que podem tomar para proteger seus rebanhos.

Biossegurança: Esta é a principal forma de prevenção e controle da febre aftosa. Isso pode ser alcançado por meio da separação de animais doentes de outros animais e exame por um profissional de saúde animal; evitar a introdução de animais de origem desconhecida, a fim de preservar a saúde e segurança dos rebanhos em fazendas não afetadas; evitar o agrupamento de diferentes lotes de animais durante o transporte e em mercados; limpar e esvaziar completamente mercados, veículos e pontos de transporte entre as vendas, com dias de descanso; impedir que pessoas, veículos e materiais potencialmente contaminados com o vírus se desloquem de uma fazenda para outra.

Vacinação: Em combinação com medidas rigorosas de vigilância e biossegurança, a vacinação pode ser uma ferramenta altamente eficaz para o controle da febre aftosa. No entanto, é essencial que as vacinas sejam bem adaptadas às cepas encontradas em campo e administradas de acordo com as especificações do fabricante.

Planejamento de contingência: Verificar a existência de um plano de contingência para febre aftosa, com procedimentos operacionais padrão para vigilância, investigação de surtos e vacinação.

Ao implementar essas medidas, os países podem reduzir significativamente o risco de surtos de febre aftosa e proteger suas indústrias pecuárias.

Papel da FAO

Em nível global, o Sistema de Prevenção de Emergências para Saúde Animal da FAO desempenha um papel fundamental no combate à febre aftosa, orientando países endêmicos na implementação do Caminho Progressivo de Controle da Febre Aftosa, uma abordagem em etapas para reduzir riscos por meio de vigilância, prevenção e controle. Esses esforços apoiam a Estratégia Global de Controle da Febre Aftosa, desenvolvida em colaboração com a Organização Mundial de Saúde Animal, sob o Marco Global para Doenças Transfronteiriças dos Animais.

A FAO e a Comissão Europeia para o Controle da Febre Aftosa também oferecem apoio específico a países por meio de programas de treinamento e capacitação, facilitam a aquisição e distribuição de vacinas, monitoram os riscos globais da febre aftosa e desenvolvem ferramentas para aprimorar a preparação e o controle.

Em tempos de surtos como os atuais, a FAO fornece suporte emergencial crucial, incluindo assistência técnica e mobilização de recursos para os países afetados.

Fonte: BEEF Magazine, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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