O lucro líquido consolidado da JBS subiu 77,6% no 1° trimestre de 2025, na comparação, totalizando R$ 2,9 bilhões. Excluindo os itens não recorrentes descritos na página anterior, o lucro líquido ajustado é de R$3,3 bilhões no trimestre.
No 1T25, a JBS registrou uma receita líquida consolidada de R$114,1 bilhões, o que representa um aumento de 28% em relação ao 1T24. No período, cerca de 76% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a Companhia atua e 24% por meio de exportações.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado foi de R$ 8,9 bilhões, alta de 38,9% na comparação anual, enquanto a margem ebitda alcançou 7,8%, um aumento de 60 pontos-base em relação ao ano anterior. “Esse crescimento demonstra a força da plataforma global da Companhia, cujos resultados mais que compensaram um cenário ainda desafiador para a JBS Beef North America”, explicou.
Gilberto Tomazoni, CEO Global JBS, escreveu, no relatório: “A JBS abre 2025 com um de seus melhores resultados para um primeiro trimestre. Em mais uma demonstração da força de nossa plataforma global diversificada, nossa receita líquida cresceu 28% e o lucro líquido, 77,6%, com margem ebitda de 7,8%, em um período tradicionalmente mais fraco para a indústria global de proteína. Trimestre após trimestre, nossos resultados comprovam que fizemos as escolhas corretas na construção e gestão de nossa plataforma.”
“Avançamos ainda mais em nosso objetivo de listar as ações da companhia no Brasil e nos Estados Unidos, com a conclusão do registro junto à SEC (Securities and Exchange Commission). Quando aprovado pelos acionistas minoritários, o processo representará um novo capítulo na história da Companhia. Acreditamos que essa operação vai aumentar nossa visibilidade no cenário internacional, atrair novos investidores e fortalecer ainda mais nossa posição como líder global de alimentos.”
Em relação ao endividamento, a empresa encerrou o trimestre com dívida líquida de US$ 14,8 bilhões (R$ 85 bilhões), uma redução de aproximadamente US$1,1 bilhão quando comparado ao ano anterior. Na comparação com 4T24, representou um aumento de US$1,2 bilhão, como resultado do consumo de caixa característico do período.
As principais variações para consumo do caixa foram: (i) US$1,3 bilhão de capital de giro; (ii) US$380 milhões de pagamento de Dividendos; (iii) pagamento de juros no valor de US$302 milhões (iv) Capex no montante de US$265 milhões; (v) US$234 milhões de pagamento de impostos; (vi) US$191 milhões de ativo biológico; e (vii) US$98 milhões de arrendamento mercantil.
A alavancagem em dólares, por sua vez, era de 1,99 vez ao final do período, ante 3,66 vezes no mesmo período de 2024 e 1,89 vez no 4T24. “Em um trimestre que costuma registrar maior consumo de caixa, a alavancagem da companhia foi de 1,99x em dólar, significativamente abaixo dos 3,66x registrados no mesmo período do ano passado refletindo a solidez financeira da Companhia. A Receita Líquida da JBS foi de R$ 114,1 bilhões no período, com Ebitda ajustado de R$ 8,9 bilhões”, comentou a administração.
No 1T25, o fluxo de caixa das atividades operacionais registrou resultado negativo de R$1,7 bilhão (US$285 milhões), enquanto o fluxo de caixa livre, após investimentos em ativo imobilizado, juros pagos e recebidos e arrendamento mercantil, foi negativo em R$5,4 bilhões (US$917 milhões). Os principais impactos foram o aumento do pagamento de impostos que totalizou R$1,4 bilhão (US$234 milhões) impulsionado pelos sólidos resultados principalmente da Seara, PPC, US Pork e Austrália, além do aumento do capital de giro, entre outros.
No 1T25, valor total do fluxo de caixa das atividades de investimentos da JBS foi de R$1,4 bilhão, sendo o principal investimento a adição de ativos imobilizados (capex).
UNIDADE DE NEGÓCIO
A receita líquida da Seara somou R$ 12,6 bilhões no 1o trimestre do ano, alta de 21,8% na comparação anual, enquanto a JBS Brasil, JBS Beff North America, JBS Australia e JBS USA Pork tiveram receita de R$ 18,5 bilhões (+30,2%), R$ 37,5 bilhões (+35,8%) e R$ 11,7 bilhões (+32,3%), respectivamente.
A Pilgrims Pride reportou receita líquida de R$ 26,1 bilhões, 20,7% maior que o visto no mesmo período de 2024. O segmento Outros, por sua vez, registrou receita de R$ 691,8 milhões, queda de 15,2%, na mesma base de comparação.
Em relação ao ebitda ajustado, Seara, JBS Brasil, JBS Beff North America, JBS Australia e JBS USA Pork registraram R$ 2,48 bilhões, alta anual de 108,7%, R$ 766,1 milhões (+19,1%), -R$ 587,2 milhões (ante -R$ 48,6 milhões no 1T24), R$ 937,2 milhões (+52,6%) e R$ 1,4 bilhão (-6,9%), respectivamente.
A Pilgrims Pride teve ebitda de R$ 3,8 bilhões no período, 55,6% maior na comparação anual. O segmento Outros teve ebitda de R$ 20,9 milhões no 1o trimestre deste ano, maior que R$ 100 mil no 1T24.
A administração da JBS disse que os negócios de aves e suínos da JBS no Brasil e nos Estados Unidos foram o destaque do 1º trimestre. “Seara e Pilgrims registraram suas melhores margens Ebitda da história para o período de 19,8% e 14,8%, respectivamente. O resultado da Seara reflete o foco e a disciplina na busca da excelência operacional, e a atuação estratégica da empresa nos mercados interno e externo, com captura de valor por meio da gestão do mix de produtos, além da liderança em inovação. Com o lançamento de novas categorias no Brasil, como a linha de produtos para Airfryer e a parceria com a Netflix, o negócio fortalece ainda mais seu portfólio de valor agregado.”
Já em relação ao resultado de Pilgrims, a JBS disse que “foi sustentado pela demanda aquecida, disciplina na gestão de portfólio, foco na estratégia de key costumers e custos sob controle. Com margem de 12,4%, a JBS USA Pork também apresentou desempenho sólido, impulsionado pelo crescimento nas vendas, disciplina na gestão de custos e mix e pelo equilíbrio entre oferta e demanda.”
“Nossa estratégia de diversificação geográfica e de proteínas nos permite alcançar resultados positivos a despeito da manutenção da pressão sobre as margens da JBS Beef North America. Os negócios de bovino no Brasil e na Austrália capturam os resultados do ciclo nos dois países. Na Friboi, o foco se mantém na excelência operacional, ampliação do portfólio de valor agregado e abertura de mercados. Na Austrália, onde o ciclo deve permanecer favorável nos próximos trimestres, os resultados refletem melhorias operacionais e aumento da exportação.”
Fonte: Safras & Mercado.