Walmart elimina intermediários com primeira fábrica de carne própria em meio à alta de preços nos EUA

O Walmart inaugurou sua primeira unidade própria de processamento e embalagem de carne bovina no Kansas, eliminando intermediários em sua cadeia de suprimentos para ajudar a controlar custos e garantir oferta adequada, em um momento em que os preços da carne permanecem elevados.

A nova instalação de última geração, com 27.870 metros quadrados, localizada em Olathe, irá embalar e distribuir cortes de Angus provenientes diretamente da Sustainable Beef LLC para 600 lojas na região centro-oeste dos EUA. Segundo o Walmart, isso aumentará a transparência e a capacidade da cadeia de suprimentos de carne bovina, ajudando a varejista a atender à demanda dos clientes. A iniciativa reduz imediatamente a dependência do Walmart em empresas terceirizadas para corte e embalagem da carne — o que geralmente resulta em custos maiores que acabam sendo repassados aos consumidores.

“Esta é a primeira unidade de carne pronta para venda totalmente de propriedade e operação do Walmart, e esse marco garante que possamos oferecer mais consistência, mais transparência e mais valor aos nossos clientes”, declarou John Laney, vice-presidente executivo do Walmart U.S., em comunicado.

O Walmart investiu na empresa Sustainable Beef LLC, sediada em Nebraska, em 2022, como parte de sua estratégia de estabelecer uma cadeia de suprimentos integrada para carne Angus. A Sustainable Beef adquire gado em um raio de no máximo 400 km da planta, o que reforça a rastreabilidade e o controle de origem.

Arun Sundaram, vice-presidente sênior e analista de ações da CFRA Research, afirmou à FOX Business que, ao assumir maior controle sobre a origem e o processamento, o Walmart pode melhorar a qualidade, aumentar a rastreabilidade e fortalecer sua cadeia de suprimentos — um ponto essencial em uma indústria de carne bovina altamente concentrada nos EUA.

Além disso, “essa medida também deve ajudar a reduzir custos, permitindo ao Walmart oferecer preços mais competitivos em um momento em que os preços da carne bovina estão subindo e muitos consumidores estão migrando para proteínas mais baratas, como frango”, afirmou Sundaram.

Em maio, os preços da carne bovina e de vitela subiram 8,6% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A expectativa do órgão é que os preços continuem em alta ao longo do ano, com aumento projetado de 6,8%, devido à oferta limitada e à demanda firme por parte dos consumidores.

Bernt Nelson, economista da American Farm Bureau Foundation, disse em maio que a forte demanda “significa preços maiores no atacado, o que se reflete em preços mais altos para o boi gordo, para o gado de reposição e até mesmo para os bezerros”. Ao mesmo tempo, o rebanho bovino dos EUA está no menor nível em 74 anos. Segundo Nelson, ambos os fatores estão impulsionando os custos para cima.

Sundaram acrescentou ainda que essa iniciativa do Walmart está alinhada com seu esforço mais amplo de melhorar a percepção da marca em relação à qualidade dos alimentos frescos.

“Embora o Walmart seja historicamente conhecido pelos preços baixos, recentemente a empresa tem dado mais ênfase à qualidade, especialmente em categorias frescas como hortifrúti e proteínas,” explicou ele, destacando que “a percepção de qualidade dos produtos frescos costuma ser o principal fator que influencia onde os consumidores escolhem fazer compras.”

Sundaram disse acreditar que o Walmart, sediado no Arkansas, já lidera o mercado de supermercados nos EUA, mas observou que ainda “há espaço para ganhar participação, especialmente entre os lares de renda mais alta”, com base em dados que mostram que os consumidores ainda visitam de quatro a cinco supermercados diferentes por mês.

Fonte: Fox Business, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.