Mato Grosso não deve sentir tanto os efeitos do tarifação de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às exportações do Brasil, pelo menos no que diz respeito à carne bovina, avalia o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em boletim semanal.
Embora Mato Grosso detenha o maior rebanho bovino de corte do País, apenas 7,2% do total exportado da proteína vermelha para os EUA no primeiro semestre teve o Estado como origem. “Apesar da tarifa adicional de 50%, Mato Grosso é pouco dependente dos EUA (em exportação de carne bovina), já que conta com um mercado externo bem diversificado”, diz o Imea, no boletim. “Isso cria a possibilidade de redirecionamento para países que já importam carne bovina, reduzindo os impactos da retração nos envios ao mercado norte-americano.”
Ainda conforme o Imea, com a tarifa de 50%, que deve passar a valer a partir de 1º de agosto, as importações de produtos brasileiros para os EUA somarão 76% de impostos. Entretanto, na avaliação do instituto, os norte-americanos, segundos maiores importadores da carne brasileira, contam com cerca de 30% das importações totais provenientes do Brasil. “Desta forma, eles precisariam redirecionar a compra da proteína vermelha para países como Austrália, Argentina e Uruguai, países que, em geral, possuem preços acima dos do Brasil.”
O tarifação anunciado por Trump no dia 9 de julho parece ainda não ter influenciado as exportações de carne bovina do Brasil neste mês. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento, Comércio e Serviços (MDIC), até a terceira semana de julho os embarques médios diários subiram 19,6%, para 12.336 toneladas, acima das 10.314 toneladas da média do mês de julho de 2024. O preço médio pago por tonelada também subiu de forma expressiva, na base de 25,8%, para US$ 5.547,90.
Fonte: Estadão.