Porém, quanto ao tamanho dessa abertura, ainda não está certo. Perguntado se o Japão permitiria o acesso a todo o Brasil ou somente para alguns estados, Rua disse ser “bem provável que não”. “Os japoneses decidirão de quem querem comprar”, ressaltou Rua, que nesta semana está no país asiático também para tratar do assunto.
Mesmo assim, o andamento das negociações é visto com bons olhos pela pasta. “Independente se ele for para um estado, para três, para cinco ou para 27, é uma conquista histórica. Seria uma das maiores aberturas da história pro Brasil”, ponderou.
Quanto aos procedimentos finais, Rua indica que espera a apresentação de um relatório final, que pode sair entre agosto e início de setembro, se não houver outros pedidos de informações adicionais. Depois disso, há alguns trâmites curtos e burocráticos até que seja acertado uma proposta de texto para o certificado sanitário entre as autoridades brasileiras e japonesas. Uma vez aprovado o certificado, o anúncio é feito.
Em junho, uma comitiva técnica veio ao Brasil para fazer uma “auditoria” no sistema sanitário brasileiro. Além do próprio Mapa, os japoneses também visitaram uma unidade da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e também passaram pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola Santa Catarina (Cidasc).
Como explica a diretora-executiva da casa de análise Agrifatto, Lygia Pimentel, a estimativa de uma demanda inicial seria em torno de 30 mil a 50 mil toneladas de carne bovina brasileira. Porém, com a particularidade de que seria uma proteína para incorporar outros produtos à base de carne bovina.
“O Japão tem uma característica de buscar a carne com determinados critérios. Então, é uma carne mais voltada para o sangue angus, que não é a base do nosso rebanho. Porém, um grande fornecedor também do Japão é o México e alguns outros países [que servem] para suprir outros tipos de produtos que circulam lá dentro também”, comentou Pimentel em vídeo publicado numa rede social.
Ainda conforme a especialista, o Japão representa um mercado consumidor de 650 mil toneladas por ano. Além disso, o preço médio praticado pela tonelada é de US$ 7,1 mil. “Para vocês terem uma ideia, o Brasil vende em média por US$ 4,8 mil e vendia para os Estados Unidos por US$ 5,7 mil”, contextualizou.
Fonte: Estadão.