A indústria de carne bovina da Austrália está a caminho de bater recordes de produção em 2025, de acordo com a última atualização das Projeções da Indústria de Gado Australiana – setembro, divulgada pela Meat & Livestock Australia (MLA).
Apesar de uma ligeira redução no número de cabeças, o rebanho nacional deve permanecer estável em 31 milhões de animais, sustentado por boas condições sazonais no norte e por um manejo estratégico do rebanho no sul.
A gerente interina de informações de mercado da MLA, Erin Lukey, afirmou que os números refletem os dados mais recentes de sazonalidade, mercado e produção: “Essas projeções são uma ferramenta vital para a indústria da carne vermelha. Elas fornecem uma visão clara e baseada em evidências, que ajuda produtores, frigoríficos e exportadores a tomarem decisões informadas”, disse Lukey.
“Ao compreender as tendências na composição do rebanho, na capacidade de produção e na demanda global, a indústria pode planejar melhor o futuro e manter sua competitividade em um mercado mundial dinâmico.”
As estimativas se baseiam em uma previsão de primavera acima da média. A última projeção do Bureau of Meteorology indica que as condições da estação irão divergir dos últimos dois anos, com grande parte da costa leste tendo 75% de chance de registrar chuvas acima da média. Se confirmada, a intensidade desse impacto variará por região.
O abate está projetado para crescer 8,6%, alcançando 9,02 milhões de cabeças em 2025, impulsionado pela boa oferta de gado e pela capacidade de processamento.
O peso de carcaça deve permanecer estável em 309,5 kg por animal, um nível historicamente alto. Essa estabilidade se deve à elevada participação de bovinos terminados em confinamento na composição do abate e à boa disponibilidade de alimento após as chuvas do outono.
Embora o aumento do abate de fêmeas normalmente reduza o peso médio, esse impacto tem sido compensado por melhores condições de pastagem, que resultam em vacas de maior qualidade, e pela tendência contínua de terminar animais mais pesados, seja em confinamentos ou em pastagens aprimoradas.
“O rebanho evoluiu para sustentar um maior volume de abate sem comprometer a produtividade”, explicou Lukey.
“Isso reflete a melhoria da eficiência reprodutiva e uma mudança para um manejo mais estratégico do rebanho em todo o país.”
As exportações de carne bovina devem atingir 1,5 milhão de toneladas embarcadas em 2025, à medida que a Austrália aproveita a escassez global de oferta causada pela queda de produção em mercados concorrentes como Estados Unidos e Brasil.
Com os EUA avançando em um processo de reconstrução de rebanho e o Brasil enfrentando redução no plantel após forte abate e seca, a Austrália está em uma posição única para atender ao crescimento da demanda internacional.
Esse desempenho exportador é ainda reforçado pela sólida capacidade de processamento do país, pela qualidade consistente do produto e por parcerias comerciais de longa data com mercados do norte da Ásia, América do Norte e sudeste da Ásia.
O rebanho deve se manter estável até 2026, antes de recuar levemente em 2027 devido a condições sazonais mais secas. Ainda assim, melhorias contínuas nos pesos de carcaça e na eficiência de processamento devem sustentar altos níveis de produção.
Essa estabilidade é apoiada por condições consistentes no norte do país e por práticas mais cautelosas no sul, onde os pecuaristas têm priorizado manter o núcleo reprodutivo em vez de expandir.
“O foco da indústria está mudando da expansão para a manutenção da produtividade e da sustentabilidade”, destacou Lukey.
“Isso posiciona bem a pecuária australiana para responder à demanda, tanto doméstica quanto internacional, nos próximos anos, garantindo que o país continue liderando em eficiência, qualidade e resiliência na cadeia global da carne vermelha.”
Para 2026, os produtores devem adotar um manejo mais conservador após descartar animais improdutivos. O abate deve cair 3,3%, para 8,72 milhões de cabeças. Já em 2027, a menor disponibilidade de gado e uma demanda mais estável devem pesar sobre a oferta, com nova queda de 4,4%, levando o abate para 8,34 milhões de cabeças.
Fonte: Beef Central, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.