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Fim do prazo para negócio entre Marfrig e Minerva no Uruguai pode ser positivo, diz Santander

Foto: Divulgação Minerva

O fim do prazo para conclusão da venda de três unidades da Marfrig para a Minerva no Uruguai pode trazer efeitos positivos para as duas empresas, avaliam Guilherme Palhares e Laura Hirata, analistas do Santander. A Marfrig anunciou na semana passada que o contrato expirou e perdeu a validade, enquanto a Minerva discorda e segue aguardando a posição da autoridade antitruste uruguaia sobre o negócio.

“Vemos isso como um resultado ligeiramente positivo para ambas as empresas. A Minerva evita riscos antitruste, preserva a flexibilidade do balanço e mantém espaço para potenciais dividendos extraordinários”, afirmaram os analistas do banco em relatório.

“A Marfrig, por sua vez, mantém exposição ao Uruguai, onde o ciclo favorável do gado e o potencial de alta das tarifas americanas sobre a carne bovina brasileira podem sustentar os resultados”, acrescentaram.

Apesar dos benefícios para as duas companhias, o Santander acredita que o cenário é ainda mais favorável para a Minerva, por conseguir aproveitar por mais tempo o ciclo de alta do gado no Brasil, enquanto continua a reduzir seus níveis de envidamento e alavancagem.

As três unidades do Uruguai que fazem parte da negociação estão localizadas em San José, Salto e Colônia, e continuam operando normalmente. Desde que o contrato foi firmado, em agosto de 2023, a decisão está nas mãos da Comisión de Promoción Y Defensa de la Competencia (Coprodec), órgão antitruste do Uruguai, que já negou algumas vezes o fechamento do negócio.

Diante da negativa, a Minerva fez uma nova proposta em fevereiro deste ano, de que compraria as plantas e revenderia a de Colônia para a Allana Group, companhia indiana de produção e exportação de itens como carne halal.

“A decisão final da Coprodec pode ser tomada em setembro, mas a resistência regulatória sugere baixa probabilidade de aprovação”, avalia o Santander.

Efeito menor

Guilherme Guttilla e Thiago Duarte, analistas do BTG Pactual, comentaram em relatório que, como os termos do contrato nunca foram públicos, é difícil prever quais serão os próximos desdobramentos. No entanto, o fim do contrato pode trazer impactos menores atualmente.

“As implicações para ambas as empresas, independentemente de o acordo avançar ou não, são provavelmente menos significativas hoje do que pareciam à primeira vista”, afirmaram os especialistas.

Para o BTG, como a Marfrig está em processo de fusão com a BRF, a desalavancagem por meio da venda de ativos é muito menos significativa do que inicialmente.

Na outra ponta, segundo Guttilla e Duarte, a Minerva ainda teria que pagar R$ 675 milhões – ou R$ 750 milhões, incluindo os juros – pelos ativos no Uruguai e as plantas gerariam cerca de R$ 100 milhões em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).

“A Minerva já levantou capital para fortalecer seu balanço, enquanto vem entregando (resultados) consistentemente com os ativos que já foram integrados”, completou o BTG.

Fonte: Globo Rural.

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