IBGE: Brasil Fecha 2024 com 238,2 Milhões de Cabeças de Gado e Recorde de Abates
19 de setembro de 2025
Indicador do Boi DATAGRO – Boletim de 19-setembro-2025
22 de setembro de 2025

O que ninguém te conta sobre o tal “Nelore sendo Nelore”

A frase “Nelore sendo Nelore” virou comum em vídeos nas redes sociais. Sempre que um animal pula, resiste ou se mostra agressivo no curral, alguém solta essa justificativa como se fosse normal. Mas a verdade é que essa frase esconde um problema muito mais sério, que tem mais a ver com gente do que com gado.

Essa foi exatamente a provocação trazida por Miguel Cavalcanti no podcast da BeefPoint com a Agropecuária Pontal e a equipe da Currais Itabira. Logo no início da conversa, ele afirmou que toda vez que vê um vídeo com a legenda “Nelore sendo Nelore”, sua cabeça traduz automaticamente para “vaqueiro sem treinamento”. Essa fala abriu um dos episódios mais verdadeiros e necessários sobre manejo na pecuária de corte.

Participam do episódio Eduardo Amaral, diretor da Agropecuária Pontal, Lucas Garcez, gerente de produção na Agropecuária Pontal, Eduardo Vargas, consultor em bem-estar animal na Currais Itabira, e Paulo Sergio Carari, consultor de vendas na Currais Itabira há 31 anos. Todos eles vivem a pecuária na prática e trouxeram aprendizados que nasceram do campo, não da teoria.

Durante a conversa, eles compartilharam histórias reais de transformação no curral. Falaram sobre erros antigos, mudanças de cultura e os resultados práticos que vieram quando a equipe decidiu fazer diferente.

Um dos pontos mais marcantes do episódio foi o relato sobre a técnica chamada “nada nas mãos”. Em vez de bandeiras, gritos ou ferramentas de pressão, os vaqueiros passaram a manejar o gado apenas com postura e técnica. No começo houve resistência, mas logo os resultados apareceram. O gado passou a entrar e sair do curral mais calmo, a equipe trabalhou com mais segurança e o tempo de manejo diminuiu. O que antes era visto como comportamento do animal, na verdade era uma resposta ao ambiente que ele recebia.

Lucas Garcez explicou que o gado precisa sair do curral melhor do que entrou. Ele precisa sair tratado, prenhe, saudável e com ganho de peso. Se sai com mais estresse, o manejo está errado. Segundo ele, o gado tem memória e sabe quando está sendo maltratado. Por isso, a mudança na lida começa com mudança de consciência e treinamento.

Eduardo Vargas reforçou que muitos dos problemas observados no campo têm origem na falta de preparo da equipe. O vaqueiro repete o que aprendeu observando outros, muitas vezes com vícios ruins. E, quando é treinado, tudo muda. Até quem nunca lidou com gado, como cerqueiros ou jardineiros, consegue fazer um bom manejo quando recebe orientação certa desde o início.

A estrutura física da fazenda também faz diferença. Nesse ponto, a parceria com a Currais Itabira se mostrou fundamental. Com mais de dez anos de relação, a Pontal já instalou 15 currais da empresa, todos com estrutura durável, funcional e voltada para o bem-estar. Mas, como bem lembrou Paulo Sergio, estrutura sem preparo da equipe não adianta. O curral precisa ser ferramenta, mas quem decide o resultado é o vaqueiro treinado.

O episódio deixou claro que a frase “Nelore sendo Nelore” muitas vezes serve apenas para encobrir manejo mal feito. Não é o gado que precisa mudar, é a forma como se lida com ele. E isso só acontece quando há liderança, decisão e vontade de fazer melhor.

Se você quer assistir a essa conversa na íntegra, cheia de aprendizados, bastidores e exemplos práticos, o episódio completo vai ao ar no YouTube do BeefPoint no dia 23 de setembro às 7h da manhã.

ASSISTA AQUI:


Vale a pena ver e repensar como o manejo está sendo feito na sua fazenda.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *