A transformação da pecuária de corte brasileira nos últimos 20 anos é uma das histórias mais impressionantes do agro moderno. E ninguém melhor para contar essa jornada do que Judson Vasconcelos, médico-veterinário sul-mato-grossense com mais de duas décadas de vivência nos Estados Unidos, pesquisador, professor e executivo global na área de nutrição e confinamento.
Em entrevista exclusiva a Miguel Cavalcanti, do BeefPoint e AgroTalento, Judson compartilhou sua trajetória e os bastidores de uma virada histórica: como o Brasil passou de iniciante a protagonista mundial no confinamento bovino.
Do básico ao benchmarking: o início da virada
No começo dos anos 2000, o cenário era outro. O confinamento no Brasil ainda era uma prática em desenvolvimento. Judson lembra que, naquela época, escrevia colunas e artigos explicando temas básicos como manejo de coxo e balanceamento de dieta — conteúdos que hoje parecem triviais, mas que foram fundamentais para elevar o nível técnico da pecuária nacional.
Ao mesmo tempo, o acesso ao conhecimento internacional começou a se intensificar. Cursos online pioneiros, colunas técnicas e principalmente as missões técnicas para os Estados Unidos criaram pontes valiosas. O BeefPoint foi um dos primeiros canais a traduzir conhecimento de ponta em linguagem prática para o pecuarista brasileiro.
A força de quem aplica
Para Judson, o avanço brasileiro não veio apenas da teoria. O segredo foi a aplicação:
“Fomos humildes para aprender e ousados para aplicar.”
Enquanto os EUA já contavam com décadas de infraestrutura e pesquisa, o Brasil soube adaptar soluções ao seu contexto, testando, errando e ajustando rapidamente. O pecuarista brasileiro mostrou uma capacidade de execução e adaptação que surpreendeu até os americanos.
Judson destaca três pilares que impulsionaram essa evolução:
Infraestrutura e mentalidade: o que os EUA ainda têm de diferente
Judson viveu de perto o modelo americano de ensino e pesquisa agropecuária. Ele passou por universidades como West Texas A&M, Texas A&M, Texas Tech e Universidade de Nebraska. E reconhece: a infraestrutura dos EUA é impressionante.
Centros de pesquisa com capacidade para 5.000 animais, laboratórios conectados à indústria, projetos práticos desde a graduação.
“É difícil comparar com o Brasil nesse ponto. O ambiente te puxa pra cima”, diz ele.
No entanto, ele faz uma observação importante: mesmo com menos estrutura, o Brasil avançou muito mais rápido nos últimos anos, justamente por ter uma cultura de aplicação prática, comunicação técnica acessível e uma rede forte de consultores e produtores engajados.
E agora? Onde estão as brechas?
Apesar do avanço técnico, Judson alerta: o próximo desafio não é só técnico — é humano.
Gestão de pessoas, sucessão familiar, cultura organizacional e comunicação dentro da fazenda são temas que precisam de tanta atenção quanto dieta e GMD.
Além disso, ele observa que muitos profissionais técnicos brasileiros ainda não tiveram a chance de vivenciar experiências internacionais. E reforça o valor do networking, da curiosidade e da humildade para aprender com modelos diferentes.
Judson Vasconcelos: um elo entre dois mundos
Com mais de 20 anos vivendo nos EUA e mantendo sua conexão ativa com o Brasil, Judson é um exemplo de profissional global com raízes firmes na realidade do produtor rural.
Sua carreira combina pesquisa acadêmica, atuação empresarial e contribuição ativa para o desenvolvimento técnico da pecuária brasileira. Ele participou de cursos, artigos, eventos e intercâmbios que influenciaram toda uma geração de pecuaristas e consultores no Brasil.
Assista à entrevista completa
🎥 Quer ouvir tudo isso direto da fonte?
A entrevista completa com Judson Vasconcelos vai ao ar no YouTube, no dia 24 de setembro, às 19h.
🎙️ Uma conversa imperdível com Miguel Cavalcanti, direto dos EUA, sobre gestão, estratégia, nutrição, sucessão e futuro da pecuária de corte.
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