
Os valores no mercado pecuário tendem a se estabilizar e a expectativa está voltada, em meados de novembro, para a posição da indústria quando tiver de buscar oferta de gado de campo, após concluída a janela de abate de confinamento na próxima semana. Ao mesmo tempo, no mercado internacional, a carne bovina do Uruguai vale, e muito.
Alguns produtores não aceitaram o ajuste de preços proposto.
Os poucos negócios que foram fechados nos últimos dias ocorreram a valores semelhantes aos da semana passada.
A baixa prosperou apenas entre os produtores que precisam vender para cobrir suas obrigações de fim de ano ou ajustar carga.
Há plantas que continuam sem informar preço.
Os valores para novilhos de ponta vão de US$ 5,10 a US$ 5,15 por quilo.
Paga-se entre US$ 4,70 e US$ 4,80 o quilo da vaca gorda.
A referência está em torno de US$ 5 o quilo para a novilha.
No último trecho da janela da cota concentrada em confinamento, as entradas na planta variam de 10 a 15 dias.
“O clima joga sua partida e a concretização de negócios é reduzida. Restam aproximadamente sete a 10 dias de abate de gado de confinamento pela frente, mas, segundo as previsões, teremos nos próximos dias novas chuvas, então, a meu ver, o mercado deveria encontrar um equilíbrio”, comentou Santiago Stefan, integrante da DelAgro & Cía e dirigente da Associação de Consignatários de Gado (ACG).
Estima-se que a limitada oferta de gado preparado possa continuar sustentando os valores no restante do ano.
O clima e a intenção de abate serão fundamentais nos próximos dias.
O abate da semana passada foi de 55.267 bovinos, o terceiro mais alto do ano, com forte participação do confinamento.
Por enquanto, a primavera vem com ótima disponibilidade de forragem e muitos produtores podem continuar colocando quilos em seus animais. As previsões, por ora, mostram uma chuva por semana para o que resta de novembro.
“O que acontecer depois com os preços dependerá em grande medida do clima. Dito isso, é importante ressaltar que, alguns centavos a mais ou a menos, estamos em um cenário de preços muito bom. E é fundamental para a saúde da cadeia produtiva e industrial ter certezas e previsibilidade”, destacou Stefan.
O preço semanal de exportação ficou perto dos máximos históricos, com US$ 6.838 por tonelada que, embora se explique por um claro efeito da carne de grão resfriada destinada à Europa, confirma a firmeza dos valores no mercado internacional para a carne bovina.
Nos últimos 30 dias móveis, a média foi de US$ 5.371 por tonelada, de acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Carnes (INAC).
O mercado de reposição também tende a se equilibrar.
“Os valores são muito bons, embora tenham ajustado um pouco para baixo. Acrescento ainda que os animais estão com mais quilos, próprio da época, então, embora ajustem por quilo, mantêm ou melhoram o valor por cabeça”, destacou Stefan.
No leilão 303 da Pantalla Uruguay, nesta quinta-feira, os terneiros tiveram média de US$ 3,06 por quilo e US$ 616 por cabeça, abaixo dos US$ 3,18 por quilo e dos US$ 687 por cabeça registrados no leilão do mês passado.
A relação de reposição continua favorecendo o recriador: caiu na última semana e, em um mês, passou de 1,18 para 1,16, com valores da reposição que ajustaram mais do que os do gordo nas últimas semanas.
Fonte: El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.