
Foto: Percio Campos/Mapa
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmou um acordo de cooperação técnica com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). Inicialmente, o tratado será direcionado à recuperação de áreas degradadas no Cerrado.
“Nós vamos fazer um projeto específico para o bioma Cerrado. Vamos abordar temas como a questão do uso de sensoriamento remoto da saúde do solo, vamos fazer também uma atividade inicial de diagnóstico de como estão essas pastagens dentro do cerrado, além de um sistema de suporte à decisão para os produtores que adotarem esse programa e, finalmente, nós vamos fazer uma análise de mudança de cenário para ver como podemos fazer a mitigação dessas mudanças climáticas”, destacou o pesquisador da Embrapa Cerrado, Edson Sano.
O acordo prevê a execução de projetos testes em cinco cidades: Paracatu (MG), Jataí (GO), Lucas do Rio Verde (MT), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Palmas (TO). Caso os resultados sejam promissores, a ideia é expandir para as demais áreas do Cerrado.
O acordo foi assinado entre a vice-presidente da JICA, Miyazaki Katsura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. A cerimônia que oficializou a cooperação foi realizada no fim da tarde desta terça-feira, 18, na AgriZone, espaço dedicado ao agro durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em Belém (PA).
Segundo o ministro da Agricultura, também está sendo estruturado um aporte de recursos, que será disponibilizado pela JICA, para o programa Caminho Verde Brasil. A expectativa inicial é de que ao menos US$ 1 bilhão sejam acrescentados ao programa que tem como meta a recuperação de 40 milhões de hectares.
“A JICA também já está num processo avançado junto com o Ministério da Fazenda, junto com o Ministério da Agricultura e o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] para aporte de financiamento para esse programa. […] No tempo deles, vamos anunciar os valores”, disse o ministro aos jornalistas após o evento.
Fávaro ainda destacou que desde 2023 foram recuperados mais de 3 milhões de pastagens degradadas e cerca de R$ 50 bilhões foram empregados ou estão ofertados para essa finalidade. Parte desses valores vem do 2º leilão do Eco Invest Brasil, que prevê a liberação de R$ 30 bilhões.
Fonte: Estadão.