China adia anúncio de salvaguarda e mercado de carne bovina ganha fôlego

O governo chinês adiou, pela segunda vez, a investigação de medidas de salvaguarda sobre as importações de carne bovina. A medida foi anunciada nesta terça-feira, 25, pelo Ministério do Comércio da China.

Em comunicado, o órgão explica que, “tendo em vista a complexidade do caso, decidiu-se prorrogar novamente o prazo da investigação até 26 de janeiro de 2026. A nota lembra ainda que as investigações foram abertas em 24 de dezembro do ano passado, com previsão de serem finalizadas este ano. No entanto, no dia 06 de agosto, foram postergadas para 26 de novembro.

O Agro Estadão procurou a Associação Brasileira dos Exportadores de Carne Bovina do Brasil (Abiec). Por meio da assessoria de imprensa, a entidade disse que aguarda o comunicado oficial do governo chinês para se manifestar. 

Mercado respira “mais aliviado”

A possibilidade da China, maior país importador de carne bovina do mundo, aplicar medidas restritivas às suas importações deixou o mercado pecuário apreensivo nos últimos dias. 

Agora, com o adiamento, há um sentimento de alívio. “É apenas um adiamento? Sim, porém, o mercado agora vai respirar um pouco mais aliviado. Nós tivemos nos contratos futuros do boi na B3 convivendo com muita volatilidade, um mercado muito tumultuado e agora as coisas devem entrar nos eixos”, avaliou Fernando Iglesias, analista de Safras&Mercado. 

Segundo o especialista, com a notícia, o mercado se afasta de boatos e opera novamente com base na realidade. “A gente tem uma expectativa agora de um mercado com melhora nos preços no futuro do boi gordo e um quadro que começa a mudar aos poucos”, destacou. 

Iglesias ressalta que por se tratar de apenas um adiamento, em janeiro do próximo ano, novos rumores podem voltar a mexer com o mercado de carne bovina até que a conclusão da investigação chinesa seja anunciada. 

Fonte: Estadão.