

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira, 8, um pacote de US$ 12 bilhões para socorrer agricultores afetados pela disputa comercial com a China.
Ao lado do secretário do Tesouro, Scott Bessent, da secretária da Agricultura, Brooke Rollins, parlamentares e representantes do setor agrícola — criadores de gado e produtores de milho, algodão, sorgo, soja, arroz, trigo e batata —, Trump afirmou que o pacote pretende oferecer previsibilidade aos produtores. “Doze bilhões de dólares é muito dinheiro”, declarou.
Segundo Trump, os recursos virão da arrecadação com as tarifas alfandegárias. Ele explicou que, o montante foi calculado a partir da análise das perdas impostas pelas tarifas. “Descobrimos um número muito exato, cerca de US$ 12 bilhões”, disse.
Na ocasião, Rollins detalhou que US$ 11 bilhões serão disponibilizados imediatamente, enquanto US$ 1 bilhão será reservado para culturas especiais, cujo impacto econômico ainda está sendo mapeado. A liberação total ocorrerá até o fim de fevereiro do próximo ano.
Apesar de serem parte da base política do republicano, agricultores têm demonstrado preocupação crescente com o impacto das políticas comerciais e das constantes revisões tarifárias do governo Trump. As ações têm pressionado os custos e ampliado incertezas no setor.
O valor do pacote anunciado nesta segunda é similar ao total exportado pelos EUA em soja para a China em 2024 e representa cerca de metade das exportações agrícolas americanas ao país no mesmo ano. Ainda assim, produtores insistem que preferem mercados estáveis a subsídios. “É um começo, mas precisamos de outras fontes de financiamento e de mercados funcionando. É disso que queremos viver”, afirmou Caleb Ragland, agricultor do Kentucky e presidente da Associação Americana de Soja, à Associated Press.
Em outubro, após encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, a Casa Branca anunciou que Pequim havia prometido comprar 12 milhões de toneladas de soja norte-americana até janeiro, além de 25 milhões de toneladas por ano nos três anos seguintes. Desde então, a China adquiriu 2,8 milhões de toneladas, o equivalente a um quarto do compromisso inicial.
Segundo Bessent, os chineses avançam para cumprir a meta até fevereiro. Ele justificou a necessidade de um “pagamento-ponte” porque, nas negociações, Pequim teria usado os produtores norte-americanos como “moeda de troca”.
Fonte: Estadão.