Uruguai deve registrar recorde de receita com exportações de carnes
12 de dezembro de 2025

O colapso silencioso da cria nos Estados Unidos e o impacto no futuro da pecuária mundial

A pecuária dos Estados Unidos atravessa um processo que passa despercebido para muitos, mas que já provoca efeitos reais em toda a cadeia global da carne bovina. Não se trata de uma crise pontual, causada por preços, clima ou mercado. O que está em curso é uma mudança estrutural profunda e silenciosa, concentrada justamente na base do sistema: a cria.

Nas últimas décadas, a produção de bezerros nos EUA vem encolhendo de forma contínua. Ao mesmo tempo, a base produtiva envelhece e a reposição deixa de acompanhar as necessidades do sistema. Esse desequilíbrio não surgiu de repente — ele foi sendo construído ao longo do tempo, decisão após decisão, ausência após ausência.

A base da pecuária americana está se esvaziando

O problema central da cria nos EUA não começa no mercado, nem no preço do boi. Começa nas pessoas. A idade média dos criadores americanos ultrapassa com facilidade os 60 anos. Uma parcela relevante desses produtores trabalha com rebanhos pequenos, frequentemente entre 20 e 30 vacas, muitas vezes mais por tradição, herança cultural ou hobby do que como um negócio estruturado.

Esse perfil produtivo, que durante décadas sustentou parte do sistema, hoje se mostra cada vez menos viável. A nova geração não retorna para o campo, não assume essas propriedades e tampouco vê atratividade econômica na cria em pequena escala. O resultado é um processo lento, porém constante, de erosão da base produtiva.

Não é um colapso barulhento. Não há quebras abruptas ou manchetes alarmistas. Há, sim, uma redução contínua do número de vacas, menos bezerros nascendo a cada ciclo e uma reposição cada vez mais frágil — especialmente em um sistema que depende fortemente de previsibilidade e volume.

A cria sempre foi o elo vulnerável — e agora esticou demais

Historicamente, a cria sempre foi o elo mais sensível da cadeia pecuária americana. Margens apertadas, alta dependência de escala, pouca flexibilidade operacional e exposição a variáveis externas tornaram essa etapa mais vulnerável do que recria, terminação ou indústria.

O que mudou agora é que esse elo foi esticado além do limite. Sem sucessão, sem entrada de jovens produtores, sem consolidação de escala nas pequenas propriedades, o sistema começa a falhar justamente onde não poderia: na origem do animal.

O cenário atual é claro:

  • muitos criadores envelhecendo,
  • poucos interessados em assumir os rebanhos,
  • e um sistema de cria que diminui ano após ano.

Como os Estados Unidos estão mantendo a cadeia de pé

Para evitar rupturas mais bruscas, a pecuária americana passou a se apoiar em três pilares fundamentais:

  1. Entrada massiva de bezerros vindos do México, compensando a falta de produção interna.
  2. Fluxo constante de gado do Canadá, minimizando oscilações de oferta.
  3. Expansão agressiva do Beef-on-Dairy, utilizando vacas leiteiras para gerar bezerros destinados à carne.

Esses movimentos não são fruto de uma estratégia planejada de longo prazo. São, essencialmente, mecanismos de sobrevivência. É o sistema tentando compensar aquilo que a cria tradicional já não entrega.

Beef-on-Dairy: de tendência a necessidade nacional

Dentro desse cenário, o Beef-on-Dairy deixou de ser apenas uma alternativa interessante para se tornar uma necessidade estrutural. A indústria adotou esse modelo porque ele resolve alguns problemas críticos: gera bezerros padronizados, cria uma oferta mais estável, entrega desempenho previsível e garante abastecimento contínuo para confinamentos.

Mais do que inovação, o Beef-on-Dairy representa uma resposta direta à ausência de vacas de corte suficientes no país. É o “salvador inesperado” dentro de um sistema pressionado na base.

Por que isso importa para o mundo inteiro

Os Estados Unidos não são apenas mais um produtor de carne bovina. São o maior produtor do mundo. Quando a base da pecuária americana sofre, os efeitos não ficam restritos às suas fronteiras.

Quando a cria nos EUA falha:

  • o ritmo global da carne muda,
  • os preços internacionais sofrem pressão,
  • exportações e importações se reorganizam,
  • e sistemas de terminação em diferentes países sentem o impacto.

Uma mudança estrutural na base da pecuária americana altera toda a geografia da carne bovina mundial.

E o que isso significa para o Brasil?

Para o Brasil, esse cenário traz dois recados diretos e importantes.

O primeiro é a oportunidade. A demanda global por bezerros de qualidade tende a crescer, não a diminuir. Quem faz cria bem-feita, com eficiência, genética e gestão, passa a ocupar uma posição estratégica cada vez mais relevante no mercado internacional.

O segundo é o alerta. O futuro que os EUA vivem hoje também está no nosso caminho. Questões como sucessão familiar, atratividade da atividade para a nova geração, viabilidade da pequena escala e profissionalização da gestão já fazem parte da realidade brasileira — e ignorá-las custa caro.

Aprender hoje para não repetir amanhã

O colapso silencioso da cria nos EUA não aconteceu de repente. Ele foi sendo construído lentamente, pela soma de pequenas decisões adiadas, pela falta de sucessão planejada e pela ausência de incentivos reais à permanência no campo.

Toda cadeia produtiva se sustenta na base. Quando a base enfraquece, o sistema inteiro precisa se reinventar — geralmente com mais custo, mais dependências externas e menos margem de manobra.

Observar, entender e aprender com esse movimento agora é a melhor forma de evitar repetir o mesmo caminho no futuro.

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De 18 a 26 de abril de 2026 vamos conhecer a pecuária de corte do Texas (EUA) de ponta a ponta.

Vamos visitar selecionadores de genética, confinamentos, leilões, universidades, supermercados de carne e restaurantes de primeira.

 Uma experiência completa de aprendizado, conexões e carne boa, conduzida por Miguel Cavalcanti e equipe BeefPoint.

RESUMO DO ROTEIRO

DIA 1 | SÁBADO | 18 ABRIL, 2026 – EMBARQUE
Encontro no aeroporto de Guarulhos e embarque para o Texas.

DIA 2 | DOMINGO | 19 ABRIL, 2026 – AMARILLO
Chegada a Amarillo.
Tarde de descanso e compras: Cavender’s, Best Buy, Target.
Jantar de boas-vindas em uma steakhouse.

Refeições inclusas: jantar
Pernoite 1: Amarillo

DIA 3 | SEGUNDA | 20 ABRIL, 2026 – AMARILLO
Café da manhã no hotel.
Visitas técnicas: laboratório de carne, confinamento e frigorífico.
Almoço no caminho e jantar em Amarillo.

Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 2: Amarillo

 DIA 4 | TERÇA | 21 ABRIL, 2026 – AMARILLO / LUBBOCK
Café da manhã e check-out.
Visita a confinamento e à American Quarter Horse Association.
Viagem até Lubbock.
Visita à Bass Pro e jantar em Lubbock.

Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 3: Lubbock

DIA 5 | QUARTA | 22 ABRIL, 2026 – LUBBOCK
Café da manhã.
Visita à Texas Tech University (Prof. Johnes Sarturi).
Almoço na Dairy Barn e visita ao confinamento Burnett Center Feedlot.
Visita ao National Ranching Heritage Center.
Jantar em steakhouse.

Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 4: Lubbock

DIA 6 | QUINTA | 23 ABRIL, 2026 – LUBBOCK / FORT WORTH
Café da manhã.
Saída para Fort Worth.
Visita a uma propriedade de Angus e Red Angus e a um legado familiar de gado e cavalos.
Jantar em Fort Worth.

Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 5: Fort Worth

DIA 7 | SEXTA | 24 ABRIL, 2026 – FORT WORTH / HOUSTON
Café da manhã e check-out.
Visita a um dos maiores produtores de Black Angus do Texas.
Visita à Texas A&M University.
Viagem até Houston.
Jantar de encerramento no Del Frisco’s.

Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 6: Houston

DIA 8 | SÁBADO | 25 ABRIL, 2026 – HOUSTON
Café da manhã.
Sessão especial de Mastermind com Miguel Cavalcanti.
Visita ao outlet Premium Houston.
Check-out e embarque de retorno ao Brasil.

Refeições inclusas: café da manhã

DIA 9 | DOMINGO | 26 ABRIL, 2026 – CHEGADA AO BRASIL
Chegada ao Brasil.


IMPORTANTE: os locais de visitas técnicas podem sofrer alterações sem prévio aviso, contudo, o conteúdo não será modificado.

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O que está incluso:

•⁠ 07 noites de hospedagem em hotéis de categoria superior, incluindo café da manhã;

•⁠ Transporte nos EUA, desde a chegada a Amarillo até Houston, em ônibus luxo com ar condicionado e água a bordo;

•⁠ Visitas técnicas conforme roteiro + manhã de Mastermind;

•⁠ Refeições conforme descritas no roteiro: café da manhã todos os dias, almoços e jantares especiais em algumas visitas;

•⁠ Seguro saúde: 8 dias, com cobertura durante todo o período da viagem; 

•⁠ Kit viagem (camiseta polo, porta vouchers, etiquetas de bagagem, adaptador de tomada, mochila, crachá, roteiro online);

•⁠ Coordenador operacional bilíngue (inglês/português);

•⁠ Miguel Cavalcanti (sócio-diretor do BeefPoint e fundador do AgroTalento) como consultor e tradutor, para acompanhamento e discussão das informações técnicas durante toda a viagem;

•⁠ Simplesmente o melhor do melhor.

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Durante toda a viagem, teremos tradução completa das visitas, palestras e conversas. Mais de 80% dos viajantes anteriores não falavam inglês, e mesmo assim voltaram com a bagagem cheia de aprendizados. 

Estamos à sua disposição.

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