Fiscais agropecuários de todo o País devem parar as atividades por três dias, a partir do próximo dia 6, em protesto ao não cumprimento da pauta de reivindicações aprovada pelo governo Federal.
Segundo o presidente da Associação dos Fiscais Federais Agropecuários de Mato Grosso, Clóvis Knaben, o movimento terá continuidade no dia 9, com a deflagração da “operação tartaruga”, que deverá atrasar os serviços na área de fiscalização e inspeção. A suspensão do indicativo de greve só ocorrerá se a União pôr em prática o acordo firmado com os fiscais no final do ano passado, após a paralisação nacional de 19 dias.
Com a greve, ficam suspensos os serviços executados pelos fiscais, como inspeção em 42 frigoríficos, fiscalização da entrada e saída dos produtos da fronteira, importação de fertilizantes e agrotóxicos, exportação por meio da Estação Aduaneira do Interior (Porto Seco), fiscalização de sementes produzidas no Estado e inspeção na área de alimentos e bebidas.
Acordo
O acordo se resume, basicamente, em cinco pontos aprovados pelo governo Federal. O primeiro deles é a criação de uma escola de formação de fiscais federais agropecuários. A associação diz que o número de fiscais é insuficiente para a realização de um trabalho eficiente.
No caso de Mato Grosso, dos 70 fiscais ativos, 50 estão envolvidos só com o trabalho de inspeção nos frigoríficos. “Os 20 fiscais que sobram são insuficientes para desenvolver as demais atividades em todo o Estado. Por isso, outra reivindicação é a realização de concurso público para contratação de mais fiscais”, explica Knaben.
O terceiro ponto defendido pelos fiscais é a dilatação do prazo para a implantação da Lei 9.712, que altera o serviço de inspeção agropecuária no Brasil, “abrindo brechas para que haja perda de qualidade nos serviços de inspeção sanitária”.
Os fiscais reivindicam ainda reajuste salarial de 10% e a remuneração dos passivos dos médicos veterinários. A reportagem é de Marcondes Maciel, para o Diário de Cuiabá.