As quase três horas de explanação feita pelos técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foram insuficientes para convencer a Comissão de Aftosa da Organização Internacional de Epizootias (OIE) a devolver o status sanitário de zona livre com vacinação ao circuito pecuário Sul. A alegação dos integrantes da comissão, que reuniram-se ontem (26) no Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), no Rio de Janeiro, é de que há um excessivo número de informações nos dois volumes do relatório, uma vez que o Brasil apresenta dois pedidos. Além de querer resgatar a condição sanitária do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o país pretende incluir Rondônia como livre de aftosa com uso de vacina.
O presidente do Panaftosa e membro da Comissão da OIE, Eduardo Correa, disse que não há discórdia nem questionamentos, apenas faltou tempo para analisar tantas informações. O delegado do Brasil na OIE, João Cavallero, um dos autores do relatório e responsável pela exposição, saiu confiante da reunião. Ele aposta na aprovação do certificado para os estados do Sul.
Já entre os representantes gaúchos que acompanham o encontro, o clima foi de decepção. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, afirmou que quem já esperou tanto, pode aguardar mais um dia, mas o melhor seria ter encerrado a terça-feira com a decisão. O presidente da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais da Assembléia Legislativa, Luís Augusto Lara, também lamentou e disse que o clima é de ansiedade entre os produtores, principalmente da Metade Sul, que apostam no bom momento da pecuária para recuperar renda.
Fonte: Correio do Povo/RS (por Lizemara Prates), adaptado por Equipe BeefPoint