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Preços dos bezerros reagem e dão novo ânimo à pecuária

Por Ian David Hill1

A previsão dos analistas e a sensibilidade dos produtores estão se confirmando: a pecuária começa finalmente a mostrar sinais de recuperação.

Após um longo período de preços baixos do boi gordo e na comercialização de reprodutores, cenário agravado pelo aumento das despesas com insumos e dólar desvalorizado, a maré começa a ficar a favor do pecuarista. Ainda que de forma tímida, a recuperação começa a ser sentida.

Os recentes leilões de bezerros apresentam preços acima da média praticada no mercado. Da mesma forma as primeiras vendas de touros mostram-se aquecidas. Isso significa que o pecuarista está recuperando o ânimo e investindo em animais de qualidade, que passaram por rígido programa de melhoramento genético, auditado e aprovado.

No caso de bezerros, a valorização ocorre para animais certificados e rastreados, com alta velocidade de ganho de peso, padronização e boa conformação, características que garantem melhores preços no momento da venda do boi gordo.

Os últimos dois anos foram duros para a pecuária brasileira. Os pecuaristas estão calejados e sabem que é preciso investir em animais com características produtivas, provados em condições de pasto e, portanto, de baixo custo e máximo resultado. Interessante observar que, além dos preços bons dos bezerros, os leilões atraem bom número de produtores, o que melhora o próprio ânimo da atividade.

Interpreto os recentes resultados como sinais claros de que em momentos de crise, o pecuarista não pode se arriscar. Mais do que isso, o produtor descobre onde investir certo. A genética ocupa papel de destaque na retomada da pecuária, pois está na base de todo o processo produtivo. Errar na genética é conviver com baixa eficiência durante muitos anos.

Importante destacar nesse contexto o papel da união dos produtores em torno de objetivos comuns, o que proporciona aumento da base genética disponível, cujos resultados são repassados aos parceiros, fortalecendo ainda mais a pecuária e gerando resultados efetivos.

Os sinais de recuperação são sentidos na comercialização de bezerros e de touros, mas certamente deverão ser disseminados para todos os elos da cadeia, proporcionando mais ganhos para quem produz e ofertando carne de melhor qualidade para quem consome.

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1Ian David Hill é diretor da Agropecuária Jacarezinho, projeto pecuário de Alexandre Grendene, localizado em Valparaíso (SP) e em Cotegipe, no oeste da Bahia

0 Comments

  1. Melissandro Morais disse:

    Concordo plenamente com este artigo. Estamos com um modelo político não dos melhores, mas estabilizado sem fortes oscilações na economia em forte crescimento, mesmo com patamares assutadores dos juros (juro real próximo a 9,9%, um dos mais altos do mundo).

    Lembrando que estamos em ano político e o atual Governo não irá se exceder em atitudes eleitoreiras se expondo ao insucesso e por outro lado teremos um candidato com bons princípios governamentais e com propostas políticas convicentes, equilibrando ainda mais a política economia.

    De certa forma o preço do boi gordo ainda se encontra deprimido, com margens baixas para o pecuarista, mas lembrando que estamos a quatro meses do fim do ano e o consumo interno eleva-se historicamente e o que é normal que a reposição acompanhe esta demanda e acompanhe a alta da arroba do boi gordo. Se não houver imprevistos de caráter climáticos e/ou sanitários, aí sim teremos a retomada do ciclo de alta da pecuária. Mas ficaremos atentos ao comportamento dos comandantes do mercado, os frigoríficos.