O Maranhão vai impor, a partir da segunda quinzena de janeiro, uma série de restrições à entrada de animais suscetíveis à febre aftosa provenientes do Piauí. A Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Aged-MA) vai exigir o atestado de vacinação das duas últimas vacinas, além da guia de trânsito animal de bovinos, caprinos, ovinos, bubalinos e suínos oriundos do estado vizinho.
As restrições fazem parte das medidas de combate à doença adotadas pelo governo estadual e se devem ao fato de o Piauí ainda estar classificado como zona de risco desconhecido. Em outubro do ano passado o Maranhão saiu da classificação de risco desconhecido para alto risco.
Para fiscalizar a entrada de animais, vão ser instaladas barreiras sanitárias nos municípios de Guadalupe e Barão de Grajaú, na divisa com o Piauí. “Vamos instalar para proteger o nosso rebanho”, afirma o diretor geral da agência, Sebastião Anchieta. A Aged-MA possui atualmente nove barreiras sanitárias fixas que vão ser reativadas até o final do mês.
Além de cuidar da casa, o Maranhão também quer que o Piauí caminhe junto no combate à aftosa. Com o objetivo de erradicar a doença, o governo maranhense vai propor um acordo sanitário para a montagem de barreiras fitossanitárias em parceria com o Estado vizinho. Em princípio, a idéia é que o Piauí disponibilize técnicos e instale barreiras sanitárias.
Sem prejuízos
Como o Maranhão é um estado exportador de carne bovina para o Nordeste e compra muito pouco do Piauí, as restrições não causarão prejuízos comerciais, na avaliação do presidente da Associação dos Criadores do Maranhão, Cláudio Azevedo. Segundo ele, do Piauí, assim como de outros estados do Nordeste, entram no Maranhão só alguns caprinos, ovinos e bovinos de leite, que são insignificantes em termos de quantidade.
O estado exporta cerca de 10 mil animais (tanto boi em pé como em carne) por mês para estados nordestinos. Os principais destinos são Fortaleza e Recife.
A campanha de vacinação, etapa iniciada em novembro passado, foi prorrogada até o próximo dia 31. A razão do adiamento é garantir que o Maranhão permaneça com “foco zero”, como condição epidemiológica necessária para avançar na busca de status sanitários superiores. O Maranhão está há um ano e quatro meses sem nenhum foco.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Franci Monteles), adaptado por Equipe BeefPoint