Kyprianou admitiu a possibilidade de oferecer tempo para adaptação, mas espera que as autoridades brasileiras sejam rápidas. Além disso, deu um recado às autoridades brasileiras: "há dois tipos de países, os que se adaptam às normas e se tornam grandes fornecedores e os que só ficam reclamando e dizendo que é protecionismo".
Ontem o comissário europeu para Saúde e Defesa do Consumidor, Markos Kyprianou, reforçou que a partir do segundo trimestre do ano que vem, o Brasil terá mais dificuldade para exportar produtos agrícolas à UE se não implementar o plano de rastreabilidade e controle de resíduos.
A partir de então, auditores europeus virão ao Brasil para checar a implementação dos programas e a Europa terá de adotar medidas contra produtos que não estejam de acordo com as regras descritas nos planos.
Kyprianou admitiu a possibilidade de oferecer tempo para adaptação, mas espera que as autoridades brasileiras sejam rápidas. “Não pode ser uma questão de anos, tem que ser de meses”.
Além disso, deu um recado às autoridades brasileiras: “há dois tipos de países, os que se adaptam às normas e se tornam grandes fornecedores e os que só ficam reclamando e dizendo que é protecionismo”. Segundo ele, a Europa não tem razão para adotar barreiras porque é o maior importador de alimento do mundo e tem interesse em que o Brasil se qualifique para fornecer os produtos que os europeus precisam consumir. A reportagem de é Cláudia Dianni da Folha de S. Paulo.
Segundo a assessoria de imprensa da CNA, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da entidade, Antenor Nogueira, considerou a visita do comissário europeu uma demonstração de abertura do diálogo com o setor produtivo brasileiro. Ele só lamentou que a maior parte das deficiências apontadas pelos europeus em relação ao controle de resíduos e à febre aftosa no Brasil corresponda a competências negligenciadas pelo governo, mas prometeu cobrar providências.