Enquanto o governo ainda decide sobre a realização do censo agropecuário em 2007, o setor vive na dúvida. Um dos exemplos da falta de dados é com relação ao número do rebanho. O IBGE trabalha com 205 milhões de cabeças, mas números da FNP Consultoria apontam algo em torno de 164 milhões.
Enquanto o governo ainda decide sobre a realização do censo agropecuário em 2007, o setor vive na dúvida. Um dos exemplos da falta de dados é com relação ao número do rebanho. O IBGE trabalha com 205 milhões de cabeças, mas números da FNP Consultoria apontam algo em torno de 164 milhões, informou Mauro Zafalon da Folha de S.Paulo.
Segundo o analista da FNP, Victor Abou Nehmi Filho, a falta de estatísticas mais apuradas coloca em risco uma série de investimentos no setor. A ausência de um dado único também faz com que cada entidade procure uma referência própria.
Nehmi disse ainda que números inflados do rebanho podem fazer com que a indústria frigorífica monte unidades em regiões com oferta menor de animais do que o estimado. As indústrias de produção de insumos para o setor, como vacinas, sais minerais e outros medicamentos, também colocam o planejamento em risco devido à incerteza das estatísticas.
“As dificuldades são muitas, especialmente quando se deve trabalhar com o fornecimento de produtos por estratificações: vacas, novilhas, vacas leiteiras, bois, etc.”, destacou o presidente do Sindan, Emílio Salani.
Ele destacou que se as indústrias erram no planejamento da produção para menos, o setor corre perigo porque não terá medicamentos ou outros produtos em quantidade suficiente. Mas se há erro para mais, os custos recaem sobre as indústrias, já que os produtos são perecíveis. O país “é uma caixa-preta e muita gente está fazendo contas às cegas”, acrescentou.