Na próxima semana estará chegando ao Uruguai uma missão da Associação Nacional de Produtores de Carne Bovina (NCBA) dos Estados Unidos – entidade norte-americana que reúne milhares de produtores do país e que tem um peso decisivo nos setores políticos -, com o objetivo de analisar a situação da cadeia agroindustrial da carne no país sul-americano que, dentro de poucos meses, deverá voltar a exportar carne aos EUA.
A missão será integrada pelo gerente executivo da NCBA, Gary Weber, e por outro dirigente da entidade ainda não designado, que estarão acompanhados pelo presidente da Associação de Importadores de Carne do país, Richard Atkinson. O objetivo dos visitantes é se reunir com as autoridades da Associação Rural do Uruguai e observar os sistemas produtivos e as características da indústria exportadora de carne uruguaia.
Segundo o vice-presidente da Associação Rural do Uruguai, Manuel Lussich, a visita deste grupo de empresários norte-americanos “tem um caráter privado” e, segundo informou Weber, trata-se de um encontro “de produtor para produtor”.
Atualmente está aberto o Registro Federal dos EUA para que todos interessados, tanto em nível pessoal como institucional, possam realizar comentários sobre a futura importação de carne uruguaia pelo país, assim que a autoridade sanitária do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) avaliar positivamente que não existe risco de febre aftosa no gado uruguaio. Esta possibilidade legal permanecerá aberta até o dia 11 de abril – um total de 60 dias -, sendo que, após esta data, o USDA terá um período para analisar os dados dos comentários e, então, habilitar a importação que, na melhor das hipóteses, ocorreria na segunda quinzena de maio ou nos primeiros dias de junho.
A delegação da NCBA chegará em Montevidéu na quarta-feira, dia 26 de março e, um dia depois, realizará uma visita ao campo em diferentes estabelecimentos pecuários do sul do país. Na sexta-feira, dia 28, a equipe visitará plantas frigoríficas pela manhã e, à tarde, terá um encontro com a Comissão Diretora da Associação Rural.
Lussich informou que a origem desta visita surgiu em outubro do ano passado quando, em Washington, foi feita uma reunião da qual o dirigente uruguaio participou. “Já que vamos vender-lhes carne, eles querem ver com seus próprios olhos o que somos, o que produzimos e como o fazemos. Eles querem se reunir conosco em um negócio de produtor para produtor”.
“Só o fato de que venham já é uma boa coisa. Confirma a seriedade com que agem porque, antes de eventualmente formular alguma observação no Registro Federal, vêm ver com seus próprios olhos para fazer um comentário da forma mais objetiva possível”.
Segundo Lussich, os comentários feitos até o presente são particulares, de pessoas preocupadas com a competição da carne uruguaia, e não, questionando a parte sanitária. “Trata-se de um enfoque do medo que ocorra uma baixa no preço de sua carne, fato que pode ser rebatido ao se levar em conta que os EUA exportam e importam um milhão de toneladas por ano e o Uruguai entrará com uma cota de apenas 20 mil toneladas”.
Fonte: El Pais, adaptado por Equipe BeefPoint