A 9a rodada do Comitê de Negociação Bilateral entre o Mercosul e a União Européia terminou sexta-feira (21), em Bruxelas, com algumas concessões que, se ainda estão longe das expectativas iniciais, evitaram que o diálogo birregional cessasse de vez.
Depois de cinco dias de negociações, a UE ampliou sua oferta de produtos sujeitos à eliminação de tarifas para 91,5% da pauta de exportações total do Mercosul, no período compreendido entre 1998 e 2000. Um aumento aparentemente irrisório (dos 91% iniciais), mas que, segundo o embaixador Graça Lima, chefe da missão brasileira na UE, significa uma “melhora, ainda que pouco substancial”.
Os 8,5% que ficaram de fora do acordo, porém, incluem vários dos mais importantes produtos exportados pelo bloco latino à UE, como carnes, açúcar, óleo de soja, tabaco e produtos processados. Além disso, esse percentual não reflete o potencial exportador do Mercosul, por se referir justamente aos setores mais protegidos e subsidiados da Europa.
Pode-se dizer que essa rodada deixou uma certa frustração por parte dos membros do Mercosul, uma vez que era esperada contrapartida mais generosa à evolução da posição do bloco latino, de um ano para cá o Mercosul ampliou sua oferta de eliminação de tarifas de 33,1% para 83,5% dos produtos importados do bloco europeu (incluindo setores sensíveis, como o automotivo e de autopeças).
Essa rodada, concentrada nos detalhes técnicos, resultou numa pauta um pouco mais delineada para a cúpula ministerial marcada para o segundo semestre. Lima disse que, “mesmo sem conseguir equilibrar as vantagens recíprocas, há uma expectativa real para fechar um acordo em 2004”.
Fonte: Folha de S.Paulo (por Eduardo Simantob), adaptado por Equipe BeefPoint