Dietas para bovinos de corte confinados, tradicionalmente não possuem grandes quantidades de gordura, sendo que, o conteúdo de gordura presente nessas dietas, é oriunda de óleos dos grãos de cereais e forragens componentes da ração.
Dietas para bovinos de corte confinados, tradicionalmente não possuem grandes quantidades de gordura, sendo que, o conteúdo de gordura presente nessas dietas, é oriunda de óleos dos grãos de cereais e forragens componentes da ração. É comumente dado menos importância ao nutriente “gordura”, do que aos demais nutrientes da dieta como: proteína, fibra, minerais e vitaminas. Porém, esse “descaso” em relação a esse nutriente não apresenta razões plausíveis, visto as qualidades obtidas com a inclusão desse ingrediente na dieta.
Com exceção dos ácidos graxos essenciais, todos os demais podem ser produzidos no rúmen a partir de carboidratos. No entanto, a inclusão de gordura na dieta de bovinos de corte confinados, provém muito mais do que uma simples fonte de ácidos graxos para deposição no tecido adiposo.
Outras fontes de óleo, como subprodutos da indústria alimentícia, óleo de palma, e com maior importância no Brasil devido ao crescimento na produção, as sementes oleaginosas como girassol, caroço de algodão e linhaça. Além disso, as sementes oleaginosas possuem características “nutricionais” interessantes pelo fato de proporcionarem liberação lenta do óleo presente nas mesmas. Nesses casos, o óleo é liberado de acordo com a mastigação, sendo liberado em pequenas porções no rúmen. Alguns produtos comerciais são ricos em fontes protegidas de gordura, sendo formados por sabões de cálcio, apresentando facilidades de manejo e utilização, porém com ressalvas em relação ao custo, não sendo viável em qualquer situação.
A utilização de gorduras na dieta de bovinos de corte apresenta diversas vantagens como o aumento na densidade energética e diminuição no incremento calórico, porém podendo levar a queda na digestão de fibras e no consumo voluntário, fatos extremamente indesejáveis no processo de produção.
Muller et al. (2004) avaliaram os efeitos da utilização de diferentes fontes de gordura sobre a digestibilidade dos alimentos em fêmeas de corte. Foram utilizadas fêmeas cruzadas Red Angus x Nelore, com peso médio de 351 kg, suplementadas com óleo de linhaça, gordura protegida (LAC 100®), ou sem suplementação de gordura. As dietas foram formuladas de forma que fossem mantidos os mesmo valores de energia e proteína (Tabela 1).
Tabela 1. Composição das diferentes dietas experimentais.
Esse resultado é provavelmente devido a uma melhor sincronia na liberação de energia e proteína da semente de linhaça. Em relação à digestibilidade do extrato etéreo, foram observados maiores coeficientes para os tratamentos gordura protegida e óleo de linhaça, respectivamente (Tabela 3). Já para os coeficientes de digestibilidade de fibras (CDFDN e CDFDA) não foram observadas diferenças para coeficientes nos diferentes tratamentos, evidenciando uma proteção natural da fonte de gordura na semente de linhaça, se igualando às fontes comerciais de gorduras protegidas (Tabela 3).
Tabela 3. Coeficientes de digestibilidade dos diferentes constituintes da dieta
Referências bibliográficas
MULLER, M.; PRADO, I.N.; LOBO JÚNIOR, A.R.; CAPOVILLA, L.C.T.; RIGOLON, L.P. Fontes de gordura ômega 3 e ômega 6 sobre a digestibilidade aparente de novilhas de corte confinadas. Acta Scientiarium., v. 26, n.3, p. 393-398, 2004.
ZINN, R.A. Influence of level and source of dietary fat on its comparative feeding value in finishing diets for feedlot steers. J. Anim. Sci., v. 67, p. 1038-1049, 1989.
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Gostei muito da matéria, uma vez que já faço uso a um bom tempo do farelo de soja tostado e extrusado em meu confinamento com variações de 8 a 12 % de EE, na composição e tenho tido bons resultados.