O Mercosul espera, ainda neste ano, se transformar no principal exportador de carne no mundo, colocando no mercado 1,85 milhão de toneladas do produto. A Austrália fornece 1,5 milhão de toneladas e os Estados Unidos, 1,15 milhão de toneladas. Para atingir este nível, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai estão reunidos em Punta del Este, no Uruguai, no congresso da Organização Permanente Internacional da Carne (Opic), que será aberto oficialmente hoje e termina amanhã (01).
“A estratégia fundamental é deixar de ser um vendedor de commodities de baixo valor e agregar elementos novos, como a condição natural de nossos produtos, para ganhar mais em preços do que em volume”, explicou o coordenador do encontro, Fernando Mattos, também diretor da Associação Rural do Uruguai e do Instituto Nacional de Carnes daquele país. “Temos de coordenar, por um lado, os aspectos sanitários e, por outro, as negociações externas”.
Mattos lembrou que “os quatro países têm vocação exportadora”, embora a porcentagem das vendas externas seja diferente. O Uruguai exporta 60% da carne que produz; o Brasil, 20%, e a Argentina, cerca de 15%. O Paraguai, que no ano passado teve problemas com a carne, espera exportar em 2003 cerca de 15% do que produz. O dirigente uruguaio calculou que as vendas externas podem ser incrementadas “nos chamados novos mercados, especialmente o asiático, Japão e Coréia, num primeiro momento, e depois a China”.
A Argentina, que enfrentou problemas com a aftosa recentemente, está em pleno processo de recuperação, garantiu o presidente da Sociedade Rural do país vizinho, Luciano Miguens. “A recuperação veio mais depressa do que esperávamos. Hoje já voltamos a colocar carne em 60 países dos 70 países que importavam o produto argentino”. Miguens lembrou que os próprios produtores promoveram a vacinação e não têm intenção de parar de vacinar.
Segundo o vice-presidente da Opic no Brasil, João Carlos de Souza Meirelles, o Brasil tem 140 milhões de cabeças de gado livres de aftosa. O rebanho total brasileiro é de cerca de 180 milhões de cabeças e ele prevê que as vendas externas superem 950 mil toneladas este ano. O Brasil, lembrou Meirelles, é o terceiro exportador mundial, atrás da Austrália e Estados Unidos.
Fonte: O Estado de São Paulo, adaptado por Equipe BeefPoint