O Canadá “continuará comprando carnes uruguaias”, assegurou a Embaixadora no Uruguai do país norte-americano, Susan Harper, em uma roda de imprensa formalizada na Intendência Municipal, após ter visitado a planta industrial do frigorífico PUL. Depois de ressaltar que o Canadá e o Uruguai são “bons sócios na carne” e comentar que o país estará especulando o que será discutido nesta semana em Washington porque “obviamente é um sócio importante para nós e para o Uruguai”, Harper disse que os Estados Unidos têm “seus elementos, que vão entrar na discussão”.
A embaixadora afirmou que “houve uma inundação de carnes uruguaias no Canadá”, informando que a cota prevista foi coberta e, como entrou muita carne em um curto período, esta cota foi superada. “Há uma forma acima da cota pela qual a carne pode entrar sem tarifas, mas isto está vinculado ao preço da carne, e é o que estamos discutindo. A carne uruguaia é tão barata que, ainda que com tarifa (de 26,4%), é mais barata que qualquer outra carne que entra no país neste momento”.
Harper se mostrou otimista de que a situação se resolva em curto prazo e disse que o Canadá continuará comprando carne uruguaia. Ela disse que, no que se refere aos governos, tanto do Uruguai como do Canadá, “fizemos um bom trabalho e somos bons sócios”. No entanto, no setor privado, discute-se a realidade da cota e da tarifa que a carne pagará. “Deixemos as negociações e as compras ao setor privado”.
Consultada sobre a possibilidade da habilitação das carnes uruguaias nos Estados Unidos gerar uma ampliação da cota destas no Canadá, Harper disse que as cotas são resultados das negociações ante a Organização Mundial do Comércio (OMC), apesar de existir no Canadá um sistema onde normalmente há algumas permissões suplementares acima da cota, mas estas estão vinculadas ao preço, “já que este é um elemento importante”. Ela disse que o Canadá também é produtor de carnes e que tem um “sócio ao lado que ainda não está comprando carne uruguaia”. Segundo ela, quando os EUA derem a permissão para a carne uruguaia, os negócios entre o Uruguai e o Canadá serão afetados.
Em matéria de preços, quando o Uruguai entrar nos EUA, “terá que ver como os agentes privados atuam, mas seguramente haverá mudanças, porque os mercados dos EUA e do Canadá são muito integrados”.
O presidente do Instituto Nacional de Carnes (INAC), Roberto Vázquez Platero, viajou ao Canadá nesta semana com o objetivo de manter contatos com as autoridades e os operadores deste país, buscando as fórmulas que permitam manter a fluidez dos negócios do setor de carnes entre ambos os países.
Além disso, o ministro da Pecuária, Gonzalo González, que atualmente está com o presidente uruguaio Jorge Batlle em Washington, viajará para Ottawa, a convite de seu par da Agricultura e Agroalimentos no Canadá, Lyle Van Cleef, para falar desse assunto, entre outros.
Fonte: El Pais (por Hilton C. Mestre), adaptado por Equipe BeefPoint