O setor pecuário começou 2003 registrando bons números na comercialização internacional. Em fevereiro o Brasil passou a exportar carne bovina para a China. Foi o primeiro embarque após a queda das barreiras sanitárias. O valor exportado chega a US$ 1 milhão.
Outro nicho de mercado que será explorado este ano é a venda de material genético zebuíno para outros países. Nesse contexto, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) realiza a 69a Exposição Internacional de Gado Zebu, a ExpoZebu 2003, até 12 de maio, em Uberaba (MG).
A importância da atividade agropecuária no Brasil é inegável: reúne 2,8 milhões de produtores e movimenta mais de US$ 25 bilhões/ano: cerca de 4,5% do PIB.
Nos últimos seis anos, o rebanho brasileiro aumentou em mais de 17 milhões de cabeças. Neste período, o volume de carne bovina exportada cresceu na ordem de 520 mil toneladas. A produção anual de carne passou de 6,7 para 7,3 milhões de toneladas em 2002. Para 2003, deve se aproximar de 7,5 milhões de toneladas.
O aumento das exportações está motivando os produtores a melhorar a qualidade genética do gado brasileiro, que está indo para o abate mais cedo e em maior quantidade. Outro exemplo da eficiência da pecuária brasileira é a produção leiteira em torno de 21 bilhões de litros anuais.
Entre outubro de 2001 e setembro de 2002, o superávit da balança comercial do agronegócio brasileiro foi de US$ 19 bilhões, 7% além do resultado registrado nos 12 meses anteriores à análise. Em setembro de 2002, a participação do agronegócio representou 50,4% do valor das exportações brasileiras registradas no mês, cerca de US$ 6,4 milhões.
De outubro de 2001 a setembro de 2002, as vendas externas de carne ultrapassaram pela primeira vez a marca de US$ 3 bilhões, um incremento de 16,7%, e um valor 5,3% acima do resultado de 2001. A expectativa é que em 2003 o superávit do agronegócio supere US$ 21,5 bilhões.
Mais rentável setor da economia brasileira, o agronegócio investe em mercados de três continentes para exportar em grande quantidade a genética bovina brasileira e animais vivos. A expectativa é elevar o volume de negociações para US$ 200 milhões em 2006. Para isso, o Brazilian Cattle Genetics, grupo criado para fomentar a comercialização externa, quer comercializar 300 mil doses de sêmen, 20 mil embriões e 350 mil bovinos.
Doze países foram definidos como mercado-alvo: China, Colômbia, México, Venezuela, Costa Rica, Equador, Peru, África do Sul, Egito, Líbia, Paraguai, Bolívia. “Precisamos mostrar a essas nações a qualidade do nosso rebanho. Temos um produto de valor, mas pouco conhecido lá fora. Existe muito interesse por parte dos pecuaristas estrangeiros e vamos aproveitar esse nicho de mercado”, disse o gerente do núcleo, Gerson Simão.
Fonte: Diário de Cuiabá/MT, adaptado por Equipe BeefPoint