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Pecuaristas certificam rebanho para atender indústria

Cada vez mais produtores tem certificado seus animais no Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), que agora tem novas regras, mas também estão buscando protocolos como o EurepGap, exigido por grandes redes de varejo da Europa, e certificações que abrem portas para nichos de mercados, como a orgânica e o plasmon.

Apesar da adesão tímida, cerca de 34 milhões de bovinos abatidos no Brasil passaram a ser rastreados no Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), que agora tem novas regras. Mas os pecuaristas também estão buscando protocolos como o EurepGap, exigido por grandes redes de varejo da Europa, e certificações que abrem portas para nichos de mercados, como a orgânica e o plasmon (carnes para o preparo de alimento infantil).

A Fazenda Cachoeira, em Tangará da Serra (MT), tem o seu rebanho rastreado desde 2004 e recebeu certificação EurepGap. Segundo o dono da fazenda, Waldir Martinez, que cria nelore comercial, o frigorífico solicitou a adequação às normas do protocolo europeu para continuar exportando. Ele recebe 3% de bonificação sobre a arroba e abate cerca de 3 mil bois por ano.

Outro criatório de Tangará da Serra que conquistou o EurepGap foi a Fazenda Santa Amália do Tangará, de José Renato Meirelles. A propriedade já tinha seus animais rastreados pelo Sisbov há cerca de quatro anos e, a partir de janeiro, adequou-se ao novo sistema. Em fevereiro conquistou o EurepGap. Fez o primeiro abate em fevereiro e recebeu a bonificação, mas Meirelles garantiu que 3% é um valor que meramente cobre os custos do protocolo. “O frigorífico tem um baita retorno, mas repassa uma pequena parcela para o produtor”, reclamou.

Segundo o diretor Operacional da Brasil Certificação e presidente da Associação das Empresas de Rastreabilidade e Certificação Agropecuária, Vantuil Carneiro Sobrinho, a demanda por certificação tem aumentado no mundo. Os motivos incluem os casos da doença da vaca louca e as contaminações alimentares na Europa, por dioxina, e de hambúrgueres por bactérias nos Estados Unidos, que causaram mortes. “Em decorrência disso, há quatro anos a União Européia passou a exigir dos fornecedores informações sobre a origem dos animais, desde o sistema de criação até o pós-abate”, disse.

As informações são do Suplemento Agrícola do O Estado de S.Paulo.

0 Comments

  1. Marcello Anastasio disse:

    Parabéns aos pecuaristas do MT citados.

    Principalmente ao Dr. Vantuil, exímio profissional da área. Aliás, este é um caminho, o qual não existe volta.
    Abraços.

    Marcello Anastasio

  2. José Leonardo Montes disse:

    Olha estou atuando nesta aérea como vendedor e prestador de serviços ao pecuarista, é desde o início que sempre venho batendo nesta tecla que temos que fazer o dever de casa, o produtor que se adequar primeiro será beneficiado e estou certo de que temos só que adaptar melhor a nossa rastreabilidade ao manejo nacional, pois somos um pais muito amplo, tem que ser regional.

  3. Daniel Barbosa Strang disse:

    O José Renato Meirelles disse bem, o frigorífico repassa muito pouco ainda para aqueles que fazem o maior esforço, que é produzir carne de qualidade. O retorno econômico deles é tão bom que basta ver que na cadeia produtiva da carne apenas eles (os frigoríficos) são quem conseguem investir cada vez mais e tb os que conseguem gordos financiamentos do governo. Enquanto isso o produtor….

    Mas tb acredito que temos que certificar nossa produção, não ficar esperando melhor remuneração para agir. Começar a fazer e ir pressionando os frigoríficos.

  4. José Leonardo Montes disse:

    Ontem fiz um breve comentário sobre rastreabilidade, porém vejo que não estamos preparados para tal coisa, pois escalei 126 bois de um cliente em um frigorífico da região e chegando os animais na unidade frigorífica, quando o pessoal da inspeção fez a leitura do sumário os bois não estavam liberados, pois o pecuarista tinha migrado seu rebanho para o novo Sisbov e o ministério não conseguiu liberar e atualizar o novo sistema trazendo um problema sério para o pecuarista e frigorífico. Olha estamos engatinhando temos que fazer a coisa mais séria, e respeitar quem traz o alimento para o nosso consumo.

  5. ricardo agudo romão disse:

    Parabéns ao pecuarista Waldir Martinez por ser um dos primeiros do Brasil a certificar sua fazenda no Eurepgap, pois junto com seus filhos sempre procuraram fazer o melhor nas suas propriedades e sempre sairam na frente buscando sempre investir com profissionalismo em seus negocios.

    Abraços de seu amigo Ricardo Agudo Romão

  6. João Marcos Santos Malucelli disse:

    O mercado internacional dita as regras das suas necessidades. O produtor tem que atendê-las. Os pecuaristas que ainda não estão atualizados, terão que aprender a fazer a lição de casa. Não há mais lugar para o amadorismo.

    Abraço Grande!
    João Marcos Santos Malucelli
    Médico Veterinário

  7. Fernando Martini disse:

    Esse é o caminho para uma pecuaria forte e também pecuaristas fortes.

    Cada vez mais precisamos incentivar a melhoria dos processos produtivos.

  8. Breno Augusto de Oliveira disse:

    Gostaria de parabenizar os produtores rurais citados acima ,que possuem Eurepgap de bovinos, porém minha preocupação é saber quando os frigoríficos colocarão em prática as diversas certificações e o SISBOV dentro das indústrias para atender os consumidores com qualidade total?

  9. Pollyanna Lopes C. Cortes disse:

    Vejo que, com a devida adaptação as novas regras do Sisbov o Brasil vem agregar valor ao mercado de carne aqui produzido. Porém ,temos que ter paciência , flexibilidade com as mudancas, e dinheiro no bolso para realiza-las.

  10. Jose Enrique Abreo Rodriguez disse:

    Parabenizo a Waldir e filhos por serem pioneiros na conquista do mercado diferenciado por qualidade de produto e boas praticas produtivas. A rastreabilidade é uma ferramenta para ter acesso as normas de Eurepgap e a cadeia produtiva das 36 redes de supermercados da UE. Assim, criando grupos de produtores ofertantes de bons produtos e boas práticas, eles mesmos conduzirão o processo, sendo o frigorífico uma boa parte importante de cadeia produtiva da carne. A meus companheiros e amigos do grupo Greta de Londrina, desejo o melhor dos êxitos que com certeza acompanharemos em sua caminhada na cadeia exportadora de carne.

  11. lucineia pereira disse:

    Apesar das dificuldades em se adaptar as novas regras de rastreabilidade, temos que tomar consciência que este é um dos caminhos para que possam valorizar nosso produto no mercado externo. Temos qualidade no produto e precisamos mostrar isso. Acredito que faremos muito mais, do que já fazemos.

  12. Anderson Mendonça Sena disse:

    Caros amigos,

    Ao contrário do que se pensa, o frigorífico não tem um baita retorno com carne de origem de propriedade certificada Eurepgap. O que acontece é que, com carne Eurepgap, ele apenas garante um atual cliente que passou a exigir a certificação e, quando muito, consegue um novo cliente que tem tal exigência, principalmente os clientes britânicos.

    Enfim, os frigoríficos não ganham nada à mais, e sim, deixam de perder. E, ao contrário do início do sistema de rastreabilidade, desde o início os produtores estão recebendo um preço diferenciado.

    Conclusão: infelizmente é mais uma exigência de um mercado diferenciado.

  13. claudio dabus figueiredo disse:

    Em relação ao comentário do Sr. Anderson M. Sena, descordo totalmente, os frigoríficos exportadores estão ganhando muito, e a diferença de preço que existe no mercado é para menos para quem não aderiu ao Sisbov.