Mercado Futuro – 20/03/07
20 de março de 2007
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22 de março de 2007

RS: decisão sobre entrada de carne com osso foi adiada

Diante do impasse sobre a manutenção da proibição à entrada de carne com osso no RS, a decisão do governo sobre o assunto foi adiada para a próxima semana, para não desagradar nenhum dos lados, o secretário da Agricultura, tentará fazer uma costura política para terminar com o conflito.

Ontem, diante do impasse sobre a manutenção da proibição à entrada de carne com osso no Rio Grande do Sul, a decisão do governo sobre o assunto foi adiada para a próxima semana.

A Farsul e a Fetag pressionam pela manutenção das regras, já a indústria e o varejo exigem a liberação da entrada de costela. No meio de tudo isso, o laudo técnico do Departamento de Produção Animal (DPA) apontou condições para autorizar a compra de carne com osso de Santa Catarina, Rondônia, Acre e de dois municípios do Amazonas.

Segundo notícia do Correio do Povo, para não desagradar nenhum dos lados, o secretário da Agricultura, João Carlos Machado, tentará fazer uma costura política para terminar com o conflito. “Será uma decisão técnica negociada”, avisou.

As indústrias aguardarão, mas não descartam medidas judiciais em caso de decisão desfavorável. O presidente do Sicadergs, Ronei Lauxen, argumentou que não há mais motivos para não ajustar a legislação do estado à Instrução Normativa 82 do Ministério da Agricultura, que permite o ingresso da produção dos quatro estados. “Saímos muito frustrados, pois havia uma sinalização que a decisão se basearia no parecer técnico”, admitiu.

Já o presidente da Fetag, Elton Weber, argumentou que hoje não existe segurança de que entrará no estado somente carne com osso procedente dos estados autorizados.

0 Comments

  1. João Francisco S. Vaz disse:

    Acompanhamos com apreensão este verdadeiro “abafa” que a indústria frigorífica está fazendo sobre as autoridades do RS na questão da liberação da entrada da carne com osso.

    O preço do gado gordo na faixa dos R$ 2,00 o Kg vivo, desagrada profundamente à indústria de abate, já que à pelo menos 2 anos, pagava R$ 1,60 à R$ 1,75 ao produtor.

    Esta, por sua vez alega que não tem como absorver este aumento, devido ao alto custo operacional e tributos que recaem sobre os frigoríficos , pelo menos os que têm inspeção sanitária de fato, vendem com nota fiscal, etc.

    Obviamente houve a tentativa de repasse para o varejo, que imediatamente refugou o aumento, até porque existe a alternativa de outras carnes como a suína e de frango. O bolso do gaúcho tem limite!

    O consumo de carne bovina estagnou no Rio Grande do Sul, e as vendas e margens caíram para todos os envolvidos na cadeia, com excessão dos produtores. Situação paradoxal e difícil essa, já que o produtor vem absorvendo há duas décadas, um descompasso entre seus custos de produção e o preço do boi gordo.

    Agora que está um pouco melhor remunerado, corre o risco de novas perdas. O boi gordo valorizado está puxando o preço do gado magro, terneiro, vaquilhona para cima, permitindo que além dos invernadores, os produtores de terneiros melhorem sua rentabilidade.

    Isto faz girar mais dinheiro na região mais combalida do Rio Grande do Sul, como a nossa. Infelizmente num mercado globalizado, concorrido e de fortes pressões como é o mercado da carne, fica quase impossível suportar essa pressão.

    Sugiro às autoridades que o fiel da balança para a decisão final seja técnico, já que no demais é pura queda de braço, e aí todos têm suas razões.

    Grato,
    João Francisco S. Vaz

  2. Jorge Alberto Vidor disse:

    Por enquanto, estou preocupado em implantar um sistema de produtos de qualidade. Melhorando pastagens, descartando carcaças ruins, treinando mão de obra, contatando gente que se interessa por terneiros e produtos tipo exportação. Com estes objetivos alcançados terei melhores condições de reinvidicar alguma coisa. Ou seja, estou apostando no futuro.

    Só acredito em sobrevivência aos competentes, acho que o mercado está se ajustando para isso e temos que nos preparar.