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Pecuarista confia no mercado interno

Apesar de uma certa estagnação do mercado interno, que corresponde a 90% do movimento da pecuária de corte no País, os pecuaristas estão animados com as boas perspectivas para o setor. “Acredito que depois da soja, a pecuária de corte será a bola da vez no agronegócio brasileiro”, afirma Carlos Viacava, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Nelore, gado que domina a pecuária brasileira, sendo responsável, segundo Viacava, por cerca de 80% do plantel nacional de corte.

O gado Nelore, que chegou ao Brasil em 1906 importado da Índia, adaptou-se muito bem ao País. “Das pouco mais de mil cabeças importadas no início do século e depois nos anos 60, o rebanho de gado Nelore hoje no Brasil corresponde a 80 milhões de cabeças e está presente em praticamente todos os estados”, diz Viacava. “Com a melhoria genética que alcançamos depois da abertura das importações no governo Collor hoje temos um excelente rebanho”, completa.

A Associação está envolvida agora no programa “Carne Saudável” formado por animais criados a pasto. “Nosso boi do capim”, além dos custos muito menores do que o da criação confinada, oferece uma carne melhor e tem excelentes chances no mercado interno (o consumo no Brasil de carne bovina está em torno de 40 quilos/hab./ano) e no mercado externo”, garante o presidente da Associação.

O programa começou no final de 2001 e hoje conta com um rebanho de 150 mil animais. “Além de serem criados soltos, em pastos de boa qualidade, estes animais devem alcançar medidas como carcaça e índice de gordura corretos, idade de abate, entre outros itens, para receber o selo da Associação”, explica Viacava. Por enquanto a carne desses animais, de produtores de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, está sendo consumida em alguns pontos-de-venda selecionados do Rio de Janeiro e São Paulo mas a idéia da associação, aproveitando inclusive a presença na Feicorte, é levá-la para todo o País.

Para alcançar o mercado externo, a Associação adapta o rebanho para que ele consiga os necessários certificados internacionais e promove a participação dos grandes frigoríficos nacionais. “Temos todas as condições de conquistar o mercado externo, o Brasil tem o menor custo de produção mundial, pode produzir carne de qualidade, tem espaço para criação do gado solto e não tem problemas como o da vaca louca”, diz Viacava. “Podemos ser os maiores exportadores do mundo”.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Regina Neves), adaptado por Equipe BeefPoint

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