O Canadá pressionou os Estados Unidos nesta semana pela reabertura de suas fronteiras para o carregamento de carne bovina, argumentando que não há justificativa científica para manter a barreira de três semanas à carne bovina canadense, após quase 2 mil testes feitos para encefalopatia espongiforme bovina (EEB), todos com resultado negativo.
“Nós não achamos que há justificativa para manter a fronteira fechada”, disse o ministro da Agricultura canadense, Lyle Vanclief. “Suponho que eles vão perceber isso”.
Oficiais canadenses informaram seus colegas dos EUA, na terça-feira, sobre as conclusões da investigação do único caso de EEB – doença da ‘vaca louca’ – registrado no país em um rebanho a noroeste do Estado de Alberta. Um sumário do relatório feito por especialistas internacionais revisando as investigações será também mandado aos EUA nos próximos dias, segundo Vanclief.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) está avaliando os testes e as informações preliminares de especialistas internacionais, mas ainda é muito cedo para dizer quando uma decisão será tomada, disse a porta-voz do USDA, Alisa Harrison.
Já o senador do Estado de Iowa, Chuck Grassley, disse que o USDA planeja reduzir a barreira comercial, permitindo importações de cortes de músculos e de bovinos vivos de menos de 30 meses de idade, apesar de ele ter dito que ainda não se sabe quando isso ocorrerá.
Em 20 de maio, o Canadá anunciou que uma vaca, abatida em janeiro, apresentou resultado positivo no teste para EEB. Até agora, cerca de 2700 bovinos foram removidos de 42 propriedades rurais e 1954 foram testados para a doença. Todos apresentaram resultado negativo nos testes.
O titular da Comissão Canadense de Trigo, Ralph Goodale, disse que os oficiais encontraram somente um caso de EEB, que continua sendo um caso isolado, de forma que os EUA deveriam retirar a barreira. “Baseado nesta informação científica, nós temos que ter argumento comercial e estaremos fazendo isso energicamente”, disse ele, que já foi ministro da Agricultura do país.
Mas nem Vanclief nem Goodale forneceram detalhes sobre o pacote de auxílio federal para a indústria de carne bovina, que se estima estar perdendo Cdn$ 27,5 milhões (US$ 20,35 milhões) por dia devido às barreiras à carne bovina canadense impostas pelos EUA, Japão e outros mercados importantes.
Vanclief disse, na terça-feira, que se reuniria com seus colegas das províncias nesta sexta-feira para discutir que tipo de auxílio poderia ser dado para este setor, que está bastante prejudicado.
Oficiais da indústria de carne bovina do Canadá disseram que era crucial para eles obterem um compromisso referente ao pacote de auxílio nesta semana, especialmente para os operadores de estabelecimentos de engorda, que estão sendo forçados a vender seu gado para plantas processadoras com preços baixos.
Premiês das províncias do oeste do Canadá, onde a indústria de carne bovina está centralizada, enviaram um plano de compensação de Cdn$ 400 milhões (US$ 296,14 milhões) na segunda-feira ao Primeiro Ministro, Jean Chretien, e na terça-feira pediram que os pagamentos de seguro desemprego fossem acelerados.
O pacote de auxílio proposto pelas províncias deve compensar a queda de quase 30% nos preços dos bovinos desde que as exportações desmoronaram no final do mês passado.
Em 12/06/03 – 1 Dólar Canadense = US$ 0,74036
1,35070 Dólar Canadense = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
Fonte: Reuters (por Gilbert Le Gras), adaptado por Equipe BeefPoint