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Reinamos enquanto podemos dividir

Este ditado é uma sabedoria inglesa e foi responsável pela glória do império inglês mas, por incrível que pareça, também foi o principal responsável pelo seu fim. O plano do governo Lula de dividir o Ibama para assegurar uma tramitação mais rápida e fácil para obtenção de licenças ambientais agora de fato foi implementado mas, deixou o Ibama sem pé nem cabeça e sem uma estrutura de comando efetivo.

Este ditado e prática é uma sabedoria inglesa e foi responsável pela glória do império inglês, mas por incrível que pareça, também foi o principal responsável pelo seu fim, porque no momento em que a gente não consegue dividir mais nada e ninguém, o assunto acaba por si mesmo.

Enquanto os americanos podem dividir Iraque, Afeganistão, o Oriente Médio e até a América do Sul, o reinado continua, mas quando os sentimentos unificadores conseguem superar as divisões criadas e estimuladas, uma nova realidade se apresenta aquela da “união faz a força, e unidos jamais seremos vencidos”.

O plano do governo Lula de dividir o Ibama para assegurar uma tramitação mais rápida e fácil para obtenção de licenças ambientais foi de fato implementado, mas além de deixar o Ibama sem pé nem cabeça e sem uma estrutura de comando efetivo, me parece ser no fundo uma traição enorme para o meio ambiente brasileiro e sua competente zeladora a ministra Marina Silva.

As vítimas já foram previamente identificadas e respondem pelos nomes de “A Sociedade Brasileira”, e “A Comunidade Global”. Justamente agora quando os cientistas descobrem que o planeta Terra ainda pode ser salvo de uma catástrofe causada pelo aquecimento global e que de fato as florestas tropicais são essenciais para que se possa virar este jogo.

É muito preocupante que um ministro de Minas e Energia, a pasta que pelo jeito cuida dos verdadeiros campeões em poluição ambiental, tenha a liberdade de dar um ultimato ao seu colega do Meio Ambiente e já de cara conseguir manipular o presidente Lula para que se divida o Ibama em dois. Podendo assim acelerar os processos de obtenções de licenças ambientais para os projetos que fazem parte do PAC com o raciocínio tipo “o fim justifica os meios”.

A distorção processual é enorme, o ônus da prova dos impactos ambientais não é do Ibama, mas sim do proponente e a eventual demora na tramitação não deve ser causada pela má vontade da instituição, mais sim pelos erros, omissões e falhas nos projetos de impactos ambientais dos proponentes.

Em artigos anteriores aconselhei que se busque a criatividade ambiental através de créditos e débitos compensáveis no território nacional. Se tivermos de engolir danos ambienteis em prol do progresso, estes deviam ser compensados em outras áreas e esta mentalidade deve ser instalada tanto no governo através do Ibama, como na iniciativa privada. Esta sim deveria ter sido a exigência do presidente Lula.

Nós temos exemplos gritantes de que a divisão não funciona para o bem do país como a separação do Ministério da Agricultura e Pecuária e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que é no meu ver um verdadeiro desastre econômico e financeiro e até social. Juntos estão responsáveis pelo enorme atraso para o bem estar do agronegócio, sejam estes de pequeno, médio ou grande porte. Porque o nosso potencial é muito maior do que os números apresentam até agora.

Um Ministério do Meio Ambiente que está funcionando bem, vai ser o cartão da entrada para um futuro mais promissor da sociedade brasileira e mundial. Com certeza a divisão do Ibama só servirá para um reino curto onde o progresso será feito a qualquer custo, porque o governo esqueceu que deve servir os interesses da população brasileira, do qual o bem estar ambiental é parte principal.

A percepção lá fora, será que o Brasil continua a ser um país de altos riscos éticos, que é uma pena, pois podia ser muito diferente.

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  1. Gustavo Vianna disse:

    É inadmissível que 3 ou 4 gerações da raça humana destruam florestas que se desenvolveram por milhares de anos. Estamos destruindo um bem que será essencial para gerações futuras.

    Eu falo como pecuarista com propriedades em Goiás e Mato Grosso. Não reconhecer que as florestas exercem uma função importante, especialmente no que tange ao regime de chuvas faz com que nós, agricultores e pecuaristas, continuemos a destruir um bem do qual tanto dependemos.

    Quanto ao Lula, seu desconhecimento da importância que nossas florestas representam, faz com que ele siga o mesmo ciclo de destruição traçado por outros países no passado. Crescimento econômico não necessariamente implica em destruição de florestas.