O secretário de Agricultura do de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, comunicou sexta-feira (27), em Xanxerê, no oeste catarinense, ao secretário gaúcho, Odacir Klein, que a divisa com o estado vizinho não será reaberta para a entrada de carne bovina com osso e de animais vivos. Tampouco será retomada a vacinação do rebanho contra aftosa. As duas reivindicações gaúchas não são novas, mas foram refeitas neste ano, depois que os dois estados passaram a ser administrados pelo PMDB.
Além de não atender ao pleito do vizinho, Santa Catarina quer que o circuito pecuário do sul seja revisto, disse Sopelsa, durante a visita do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
O secretário reconheceu que a decisão provoca mal-estar entre os dois estados, mas afirmou que não seria possível abrir a divisa apenas para a carne gaúcha. “A portaria ministerial que impede a entrada de carne bovina com osso e de animais vivos não se refere apenas ao Rio Grande do Sul, mas a todos os estados da federação. Para mudar isso teríamos que abrir para todo o País e não queremos correr esse risco”, declarou Sopelsa.
Sem vacinação
Agora os catarinenses querem que os gaúchos deixem de vacinar o rebanho ou então vão buscar uma composição com o Paraná ou até sozinhos.
O secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, disse que é necessário avaliar o risco sanitário de suspender a vacinação. Ele explicou que, atualmente, Santa Catarina recebe leite do RS e que, no verão, entrou carne com osso em território catarinense. Klein pediu ao ministério um enfoque técnico, inclusive para avaliar as condições de manter o Circuito Pecuário Sul.
Apesar da posição contrária de Santa Catarina, o Mapa ficou de avaliar a possibilidade de liberar a entrada de carne com osso proveniente do Rio Grande do Sul em território catarinense. O produto viria de regiões livres de aftosa, seria desossado em Santa Catarina, e os ossos incinerados. No entanto, a entrada de animais vivos continuaria proibida, exceto em corredores sanitários para abate em outros estados.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarnes) e da Federação da Agricultura (Faesc), José Zeferino Pedrozo, disse que sempre foi favorável à manutenção do Circuito Pecuário Sul, mas que, para isso, o Rio Grande do Sul deveria suspender a vacinação contra a aftosa para buscar novo certificado junto a OIE.
Atualmente, Santa Catarina tem o reconhecimento do Mapa como área livre de aftosa sem vacinação.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Caio Cigana e Elmar Meurer) e Clic RBS/Agrol, adaptado por Equipe BeefPoint