O Brasil tem a força de sua pecuária de corte - cria, recria e engorda - em áreas de pastagens. Para a exploração nessas condições deve ser considerada a planta, o clima, o solo e o animal como fatores que interagem entre si, tornando o sistema de pastagem sustentável, segundo o professor Valdo Rodrigues Herling, da área da forragicultura e pastagem da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, em Pirassununga (SP). "Quando se respeita esses fatores, o produtor consegue produzir, sem agredir o ambiente e obter resultados dentro do potencial de cada sistema de criação", afirma.
O Brasil tem a força de sua pecuária de corte – cria, recria e engorda – em áreas de pastagens. Para a exploração nessas condições deve ser considerada a planta, o clima, o solo e o animal como fatores que interagem entre si, tornando o sistema de pastagem sustentável, segundo o professor Valdo Rodrigues Herling, da área da forragicultura e pastagem da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, em Pirassununga (SP). “Quando se respeita esses fatores, o produtor consegue produzir, sem agredir o ambiente e obter resultados dentro do potencial de cada sistema de criação”, afirma.
Para potencializar o sistema produtivo, Herling recomenda atenção às necessidades de cada elo do ecossistema. “Assim, melhorando o solo e adequando as plantas forrageiras às condições de solo (profundidade, textura, fertilidade, umidade,etc.) e ao clima ideal para cada espécie e ou cultivar de planta forrageira, é possível obter resultados satisfatórios nos sistema produtivo”, assegura.
Demanda de alimento
No entanto, o professor lembra que o produtor pode lançar mão de métodos específicos para exploração das pastagens em que a demanda e oferta de forragem devem ser satisfatórios. Herling afirma que não se deve, necessariamente, optar por um método ou outro, mas dimensionar a quantidade de forragem necessária para atender à demanda alimentar desses animais.
“Uma vez cumpridas essas etapas, o pecuarista pode alcançar os seus objetivos no que diz respeito à produção de carne em área de pastagem, sem resíduos de defensivos agrícolas, sem desequilibrar a participação dos componentes do ecossistema”, analisa e lembra que quando for necessário fazer o controle de invasoras e insetos predadores existem disponíveis técnicas de controle biológico, sem impacto ao meio ambiente.
A idéia de produção sustentável passa pelo manejo correto, dentro dos requisitos apregoados da criação do boi verde, o que pressupõe a colocação da quantidade de animais que a pastagem suporta – de forma a não faltar alimento e não prejudicar a capacidade de rebrota do capim. “O sistema não degrada, o animal fica nutrido e conseqüentemente ganha peso, que é o objetivo final da criação”, afirma o pesquisador da área de pastagem da Embrapa Gado de Corte, Alexandre Agiova.
Por outro lado, para não faltar forragem na seca, ele sugere a vedação de uma área para essa finalidade, que é a forma mais barata. “É necessário que o animal passe essa fase sem perder peso, que será recuperado nas águas. É o chamado ganho compensatório”´ diz.
Para criador, selo ambiental traz vantagens no futuro
No ano passado, a Fazenda Terra Boa, em Guararapes (SP), recebeu ISO 14001, que atesta um trabalho antigo da fazenda, de preservação ambiental e exploração sustentável. Embora não espere retorno econômico no curto prazo, o selecionador de nelore PO, José Luiz Niemeyer dos Santos sabe das vantagens, no futuro, com os cuidados com o solo, na redução das despesas com corretivos e adubos e na preservação de nascentes e cursos de água, além do menor consumo de eletricidade. “Isso é benefício econômico”. Agora, ele está buscando a certificação européia EuroGap, cujo retorno é imediato. “Os frigoríficos pagam mais pela arroba do boi certificado pelo EuroGap”, diz Niemeyer, que também engorda gado. “Estamos fazendo alguns ajustes para obter o selo”
Fonte: O Estado de São Paulo/Associação dos criadores de Nelore do Brasil