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Brasil espera determinar cota de exportação para os EUA

O Brasil poderá começar a exportar carne in natura para os Estados Unidos a partir do próximo ano. Nesta semana, desembarca no País uma missão de técnicos para um último balanço das condições sanitárias dos rebanhos. O Rio Grande do Sul já está na rota dos Estados visitados pelo grupo.

Os focos de aftosa nos campos gaúchos em 2001 congelaram as negociações que já estavam adiantadas entre os dois países. Com a doença sob controle, o processo recomeçou com as análises sanitárias.

O pré-roteiro da equipe norte-americana prevê a chegada ao Brasil amanhã (05). Na quarta-feira (06) à noite, a missão chega ao Estado, onde vai percorrer postos de fronteiras, escritórios veterinários e os serviços de defesa animal em Porto Alegre e na fronteira com a Argentina e o Uruguai.

Uma semana depois, os técnicos reúnem-se em Brasília com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Se os relatórios forem positivos, a questão será levada à consulta pública nos Estados Unidos. Representantes do setor, de empresários a produtores, poderão opinar sobre a abertura do mercado para a carne fresca brasileira. “Aí é que entra a fase do lobby. Os brasileiros terão que saber negociar”, adiantou o presidente do Fórum Nacional da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.

A conquista no mercado americano, o maior importador de carne bovina do mundo, significa um atestado de qualidade e a possibilidade de abastecer novos clientes, como Canadá e México.

Cota

Pelos cálculos do setor exportador, o Brasil poderá conquistar uma cota inicial de 20 mil toneladas, valor que vinha sendo negociado. No entanto, os índices ainda poderão mudar ao longo das negociações, chegando a 60 mil toneladas. Essas quantidades ainda são pequenas frente aos negócios brasileiros. Somente no ano passado, o Brasil exportou, entre carne fresca e industrializada, um milhão de toneladas.

“Esse é o primeiro passo. O Brasil terá que se submeter à cota porque entra por último nesse mercado, concorrendo com tradicionais exportadores, como a Austrália”, explicou o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Ênio Marques.

Os empresários brasileiros já se preparam, porém, para enfrentar outra batalha: conseguir vender para os Estados Unidos produtos acabados, agregando valor, como salsicha, lingüiça e hambúrguer. Essa negociação poderá entrar como mais uma das moedas de barganha durante os acordos internacionais.

Fonte: Zero Hora/RS (por Carolina Bahia), adaptado por Equipe BeefPoint

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