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Restaurantes, supermercados e consumidores do Japão estão descontentes com o aumento da tarifa de importação de carne bovina

Os produtores rurais do Japão estão satisfeitos com o aumento da tarifa de importação de carne bovina, imposta pelo país em primeiro de agosto, passando de 38,5% para 50%, durante o próximo ano fiscal. Porém, os restaurantes, supermercados e consumidores estão insatisfeitos porque o recente aumento nas importações de carne bovina não foi resultado de dumping, ao qual esta medida de proteção instalada pelo Japão está destinada, mas foi simplesmente resultado da recuperação do consumo de carne bovina no país, após o medo surgido com o aparecimento de casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como doença da ‘vaca louca’, no país.

O consumo de carne bovina caiu vertiginosamente no Japão após o registro do primeiro caso de EEB no país, em setembro de 2001. A crise também prejudicou as importações de carne, que caíram severamente antes de atingirem seu mínimo, em janeiro de 2002. As importações vêm se recuperando lentamente desde então.

Apesar de as importações de carne bovina no Japão estarem longe de recuperarem os níveis de antes da EEB, o governo disse que estão aumentando muito e precisam ser desaceleradas, de acordo com as provisões de salvaguarda determinadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

“O Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca está transferindo o problema aos consumidores e à indústria de alimentos”, disse o presidente da Associação de Foodservice do Japão, Kiwamu Yokokawa.

A associação estima que estas medidas de proteção custarão à indústria de restaurantes do Japão cerca de 35 bilhões de ienes (US$ 0,29 milhões) a mais. Dado o atual ambiente de deflação do país, a maioria dos restaurantes, principalmente os menores, não estará apta a passar os maiores custos aos consumidores, e terão que arcar com estes.

A maioria dos supermercados está planejando não aumentar seus preços da carne bovina importada, mas há algumas exceções. O operador de supermercados de Tóquio, Hanamasa Co., planeja gradualmente repassar aos consumidores o aumento nos custos. Os preços eventualmente aumentarão em cerca de 10%, disseram as companhias.

Os supermercados pequenos também têm o mesmo problema dos restaurantes: não são capazes de absorver o aumento dos custos, e informaram que não poderão oferecer muitos descontos em suas lojas.

No entanto, o Ministério da Agricultura do país está impassível diante do problema dos varejistas e restaurantes.

“Não há espaço para o governo mudar sua política (no que se refere à medida de proteção). O Diet (entidade responsável pela medida) decidiu esta política”, disse o vice-ministro da Agricultura do Japão, Yoshiaki Watanabe, em uma conferência na quinta-feira passada, em resposta às críticas recebidas pelas nações exportadoras.

“O impacto aos consumidores pode ser mínimo se a distribuição, os varejistas e as indústrias de alimentos fizerem os esforços necessários em seus estágios respectivos”.

Nem o Ministério nem os partidos da coalizão do governo, entretanto, fizeram qualquer esforço real para encontrar alternativas a este aumento de tarifa desde que foi anunciada pela primeira vez a possibilidade de sua determinação no ano passado, segundo disseram analistas do país.

Em 05/08/03 – 1 Iene = US$ 0,008313
120,300 Iene = US$ 1 ( Fonte: Oanda.com)

Fonte: The Asahi Shimbun, adaptado por Equipe BeefPoint

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