O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista permaneceu estável, sendo cotado a R$ 64,93/@. Na BM&F, queda em todos os vencimentos. O primeiro vencimento, agosto/07, recuou R$ 1,04, sendo cotado a R$ 63,29/@, setembro/07 fechou a R$ 62,77/@ (-R$ 0,84). Os contratos com vencimento para outubro/07 tiveram variação negativa de R$ 0,78, fechando a quarta-feira a R$ 62,31/@, com 4.363 contratos negociados e 27.570 contratos em aberto.
O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista permaneceu estável, sendo cotado a R$ 64,93/@. Na BM&F, queda em todos os vencimentos. O primeiro vencimento, agosto/07, recuou R$ 1,04, sendo cotado a R$ 63,29/@, com 2.549 contratos negociados e 12.214 contratos em aberto. Setembro/07 fechou a R$ 62,77/@ (-R$ 0,84), tendo 2.186 contratos negociados e 8.649 contratos em abertos. Os contratos com vencimento para outubro/07 tiveram variação negativa de R$ 0,78, fechando a quarta-feira a R$ 62,31/@, com 4.363 contratos negociados e 27.570 contratos em aberto.
Segundo o broker de mercado, Rodrigo Brolo, “o mercado futuro teve um dia de fortes quedas na BM&F. Com a notícia de que muitos frigoríficos no MS alongaram suas escalas a R$61,00/@, além do início da entrada de bois confinados do MT e GO, os compradores não resistiram ao ímpeto de venda e o mercado caiu forte. A tendência é de novas quedas no curto prazo”.
Tabela 1. Fechamento do mercado futuro em 15/08/07
Wilson Jose Quintino dos Santos, leitor do BeefPoint informa que em São José do Rio Preto/SP o boi gordo está firmado a R$ 66,00/@ com prazo de 30 dias e a situação do mercado é de escassez de oferta e muita procura. “Quem tem aguarda preços melhores”, comenta Wilson.
Tabela 2. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo em 15/08/2007
No atacado da carne bovina, novo recuo de R$ 0,10 nos preços do traseiro (R$ 4,80) e do dianteiro (R$ 2,80). A ponta de agulha se manteve inalterada, valendo R$ 2,70. como essa retração o equivalente físico passou a valer R$ 56,21/@. A diferença (spread) entre indicador de boi gordo e equivalente físico é de R$ 8,73/@.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico
André Camargo, Equipe BeefPoint
Como está o mercado de reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados?
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E começou a retirada dos coelhos da cartola “entre-safra 2007” para ver se derrubam o preço do boi gordo no físico. Além das tradicionais férias coletivas, interrupções no abate para alegadas manutenções ou reforma de plantas. A poucos dias uma apreensão e sacrifício de bovinos sem origem declarada na fronteira do MT virou boato de aftosa e agora a derrubada nas cotações do boi na bolsa.
Os preços do boi gordo a futuro na BM&F, pouco ou nada tem a ver com a realidade do mercado físico, mas sim com a atuação de grandes grupos econômicos, interessandos em passar sua “visão de mercado” aos pecuaristas e lucrar novamente com o blefe se “aceito” da baixa. Caso contrário, como explicar as últimas baixas na BM&F, num mercado com oferta escassa, demandante interna e principalmente externamente, somado ao rebanho bovino reduzido e custos da avicultura em elevação.
Triste dos pecuaristas que acreditam que os preços da bolsa tem alguma relação com o mercado físico (oferta e demanda), pelo menos até o dia da liquidação do vencimento (média das últimas 5 cotações diárias do mês em curso).
Boa parte da imprensa repassa a idéia de que a BM&F representa a evolução do mercado do boi. Porém esquecem ou desconhecem que no Brasil este mercado é dominado por interesses em manipular o mercado físico do boi, portanto não obedecendo a lógicas de mercado mas sim ao poder econômico dos atores. Operando no sentido de criar “sua imagem de mercado futuro”, e auxiliados pela maioria dos pecuaristas que lêem jornal mas não vendem na bolsa.
Estes últimos, acabam achando que os “especialistas” e operadores da bolsa, conhecem mais o mercado real do que eles próprios. Logo, desconsideram os reais regentes da formação de preços de qualquer mercado, oferta e demanda físicas.
Espero que mais uma vez os pecuaristas não acreditem nesta manipulação de mercado físico via bolsa, tornando a profecia de baixa, auto realizável. Porém temo, pelo que me lembro isto funcionou nos últimos três anos. Existindo um ditado chinês que diz, ganhar uma vez é sorte, duas acaso, três é melhor apostar neste cavalo.
Lembro, o mundo é demandante de carne bovina e o Brasil sendo o maior exportador, é o formador de preços mundiais, não existindo neste planeta quem nos substitua. Aos céticos, me respondam qual país(es) teria condição de suprir uma demanda equivalente a aproximadamente 30% da produção brasileira de carne bovina?
Até quando iremos enriquecer os donos de frigoríficos, ficando apenas com as sobras do banquete, suor, lágrimas, dívidas e uma saudável vida no campo e achando que a vida é assim mesmo!
Um desabafo, graças a Deus temos como agentes atuantes a nosso favor, o avanço da cana e do eucalipto sobre as áreas de pecuária, pois é somente esta a linguagem de redução de oferta que os frigoríficos entendem. Portanto é graças a estas duas culturas, que de forma prática está havendo melhora na renda dos produtores, sejam eles pecuaristas ou ex-pecuaristas. Talvez devêssemos elegê-los como nossos representantes, em termos de resultado para a renda dos pecuaristas, são mais eficientes.
Julio Tatsch – Agropecuarista e delegado repres. do Sindicato Rural de Caçapava do Sul – RS.
Muito bom comentário do amigo Julio Tatsch, explicando a realidade de manipulação em que estamos vivendo. Pois com o preço alto da reposição uma queda acentuada na arroba agora, tornaria a pecuária inviável.
Uma das únicas ferramentas do pecuarista para garantir uma receita futura era o hedge proporcionado pela BM&F. Porém com a manipulação escancarada que estamos assistindo, deixa de ser; outra é o sistema de rastreabilidade que alguns estados adotaram, fazendo com que os pecuaristas deixem de aderir ao Sisbov.
Faço do desabafo do colega Júlio o meu também. Enquanto muitos brasileiros usarem a pecuária como complemento de renda ou lavagem de dinheiro, continuará difícil de custeá-la, quanto mais fazer investimentos.
Concordo plenamente com o Sr. Julio Tatsch, o mercado aproveita-se de toda e qualquer notícia para derrubar preços. Mas nós pecuarista que estamos no dia a dia do mercado sabemos que não procede essa baixa.
Sou do Paraná e não tem boi gordo para abate no momento. Confinamento tem, mas não é tanto quanto se propaga. E tem outra, sou pecuarista no MS também. Lá não há oferta de bezerros ou bezerras, quem tem não está fazendo nenhuma questão de vender, apesar dos preços estarem melhorando.
A verdade é simples. Estão tentando manipular o mercado que passa por um momento de stress. Não há boi gordo o suficiente para ter a baixa que estão propondo. Estejam atentos pecuaristas.
Concordo com o Sr. Júlio, a reforçar o plantel de matrizes severamente atingido, e que eu saiba boi não cria, infelizmente todos nós empobrecemos devido à nossa desunião tão famosa e os donos de frigoríficos enriqueceram facilmente, comprando boi a R$ 36,00 e vaca R$ 28,00.
Não me sinto recompensado por hoje o boi a R$ 54,00 e a vaca R$ 47,00 não significa certeza no meu negócio. Gostaria mesmo que existisse alguma organização para podermos ser respeitados e valorizados.