Mercados Futuros – 23/08/07
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27 de agosto de 2007

Reflexos negativos da aftosa ainda persistem

Quase dois anos depois do foco de aftosa em Mato Grosso do Sul, dois estados - Mato Grosso do Sul e Paraná - e outros cinco continuam sofrendo embargos. Estima-se que, neste período, eles tenham perdido cerca de US$ 2 bilhões. A indústria de carne bovina só não perdeu mais porque realocou as vendas para locais não embargados. Por isso, as atenções estão voltadas para o resultado da sorologia em Mato Grosso do Sul, que deve sair até o final do mês e pode devolver os status sanitários e encerrar todas as restrições.

Quase dois anos depois do foco de aftosa em Mato Grosso do Sul, dois estados – Mato Grosso do Sul e Paraná – e outros cinco continuam sofrendo embargos. Estima-se que, neste período, eles tenham perdido cerca de US$ 2 bilhões. A indústria de carne bovina só não perdeu mais porque realocou as vendas para locais não embargados. Por isso, as atenções estão voltadas para o resultado da sorologia em Mato Grosso do Sul, que deve sair até o final do mês e pode devolver os status sanitários e encerrar todas as restrições.

“A expectativa é boa. Podemos ter um resultado positivo sobre o nosso pedido”, disse o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Inácio Afonso Kroetz, referindo-se à reconquista do status sanitário junto à Organização Internacional de Epizootias (OIE).

“A retomada da normalidade depende de Mato Grosso do Sul”, opinou o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Antonio Camardelli, destacando que a maior perda foi a paralisação das negociações com os Estados Unidos para a venda de carne in natura.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, o Paraná e Mato Grosso do Sul sofrem com o embargo de mais de 50 países, enquanto cerca de seis nações restringem as exportações do Brasil.

E mesmo não estando diretamente envolvido, São Paulo foi um dos que mais perdeu. O estado respondia por 60% das exportações brasileiras e hoje detém 22%. “Perdemos nossos dois maiores clientes: o Chile e a União Européia. E, com isso, mais de US$ 1 bilhão”, contou o secretário de Agricultura, João Sampaio. Além disso, perdeu a oportunidade de parar de vacinar e ganhar outro status.

No Paraná, os embargos trouxeram prejuízos de US$ 573 milhões, segundo cálculos do Sindicarnes. Em Santa Catarina a restrição russa continua e, pelos cálculos do presidente da Coopercentral Aurora, de Chapecó, Mário Lanznaster, 3 milhões de cabeças de suínos deixaram de ser exportadas, somando uma perda de mais de R$ 600 milhões. “De lá para cá perdemos R$ 20 por cabeça abatida, tal foi a queda nos preços. Na Aurora, as exportações caíram pela metade e hoje só vendemos para a Rússia por meio da unidade de Sarandi (RS)”, afirmou em reportagem de Norberto Staviski, Neila Baldi e Juliana Wilke, da Gazeta Mercantil.

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