Amanhã os deputados da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara avaliarão a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a suposta formação de cartel por frigoríficos e um projeto de lei que os obriga a informar diariamente detalhes das operações de compra de bovinos para abate.
Amanhã os deputados da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara avaliarão a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a suposta formação de cartel por frigoríficos e um projeto de lei que os obriga a informar diariamente detalhes das operações de compra de bovinos para abate.
A CPI é recomendada com base em provas coletadas pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça a partir da denúncia da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Comissão de Agricultura da Câmara. Segundo o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), autor das duas propostas, os frigoríficos exportam quatro vezes mais carne do que declaram ao governo. “Precisamos identificar se estão pegando bois de fora das áreas livres de aftosa e utilizando etiquetas de unidades de área livres”, disse em reportagem de Mauro Zanata, do Valor Econômico.
O projeto exige a data da transação e dados do vendedor, além de determinar análises, estudos e projeções com base nas informações coletadas. E estabelece ainda o cancelamento do registro no Serviço Federal de Inspeção (SIF) em caso de descumprimento da lei.
O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, que reúne sindicatos de 12 estados, adiantou que trabalhará contra a proposta. “Já iniciamos as conversas e vamos trabalhar contra”, afirmou.
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Já não é sem tempo. Estava parecendo que iam fazer pizza do nosso boi.
Podia-se pensar que os atuais preços (mais justos) que vinham sendo exercidos para a @ do gado gordo, puxando com isso os preços de todo o tipo de bovino, promoveria o esquecimento da esperada CPI.
Essa poderia ser a real intenção dos frigoríficos ao pagarem preços mais justos aos pecuaristas.
O que se verificou durante o período de cartelização, foram os frigoríficos se capitalizando, a tal ponto, que conseguem hoje comprar concorrentes como a Swift e outros tantos por todo o mundo! Teriam os pecuaristas, a duras penas, bancado todo esse crescimento?
Já fazem 2 anos que este processo está em andamento na justiça, e até agora, não vimos nenhum resultado prático. De tempos em tempos aparece na mídia, alguma notícia sobre o assunto, como esta aqui, e todos os produtores rurais, já ficam esperançosos de que algo “muito bom” possa acontecer, mas a realidade é outra.
Infelizmente, o “lobby” dos frigoríficos é muito grande, e eles estão gastando o dinheiro que ganharam às custas do próprio pecuarista, para fazer as suas defesas, além é claro de tentar “calar a boca” de todos, pagando preços na @ do boi, que ainda não são justos, mas que se compararmos com os preços praticados num passado bem próximo estão melhores!
Continuaremos na expectativa de que alguma decisão justa, possa sair deste processo, pois “somos brasileiros e não desisitmos nunca”…rsrs.
Grande abraço a todos os produtores rurais e participantes deste belo site.
Acho muito importante a matéria, mas as denúncias são apenas uma pequena parte do que realmente os frigoríficos praticam na prática.
Deve-se criar mecanismos para que o mercado do boi, possa ser mais justo aos pecuaristas.
Deixo uma sugestão, extinguir a engorda de bois por parte dos frigoríficos, como a exemplo da Austrália. O estoque dos de boi gordo somente funciona como regulador de mercado, visto que boi confinado tem um custo bem maior que boi engordado a pasto, então o frigorífico ganha com o preço baixo de mercado, mercado este que fornece 90% de sua matéria prima, o que justifica o alto custo do confinamento.
O nosso boi é comercializado em bolsa de valores, tem preço ajustado diariamente, caso exista cartel nos frigoríficos, haverá nas distribuidoras de carne, e nos açougues.
O governo antes de criar comissões para investigação de alguma coisa, deve proporcionar condições para que todos trabalhem dignamente, e que não levem prejuízos como os pecuaristas vem levando recentemente.
Isso é um absurdo.
É evidente a cartelização dos frigoríficos no Brasil, esse fenômeno se deve em boa parte por omissão do governo e pela falta de uma política clara que regulamente o setor e proteja quem realmente produz divisas e alimento para o país. Por outro lado não podemos deixar de reconhecer a falta de união dos pecuaristas que podem efetivamente fazer frente a selvageria dos frigoríficos.
Com a palavra o Congresso Nacional.