Depois de um período de queda que se iniciou na metade de agosto, o mercado do boi gordo teve uma semana com alta nos preços da arroba. A briga entre produtores e frigoríficos, que tentam segurar os preços, ainda é grande, mas a tendência é que os preços permaneçam firmes com possíveis altas para os próximos dias.
Depois de um período de queda que se iniciou na metade de agosto, o mercado do boi gordo teve uma semana com alta nos preços da arroba. A briga entre produtores e frigoríficos, que tentam segurar os preços, ainda é grande, mas a tendência é que os preços permaneçam firmes com possíveis altas para os próximos dias.
Após recuos consecutivos, iniciados em 15/08/07 (nesta data a arroba em São Paulo valia R$ 64,93/@, segundo o Cepea), essa semana o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista teve alta de 1,25%, sendo cotado a R$ 60,75/@. Em relação ao mês passado, o valor atual está 5,77% menor. O equivalente a prazo foi cotado a R$ 61,41/@, alta de R$ 0,78 na semana.
O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista teve alta de 0,22%, esta semana, cotado a R$ 464,02/cabeça. Com a valorização ocorrida no indicador de boi gordo a relação de troca também reagiu, passando 1:2,14, na quarta-feira passada, para 1:2,16.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Segundo o broker de mercado, Rodrigo Brolo “conforme previsto o mercado futuro continua em tendência de alta. Os valores praticados na Bolsa só não são mais altos por pressão de venda de um grande frigorífico que pressiona na venda do outubro/07 para comprar o novembro/07. As ofertas de venda no mercado físico pararam e o fiel da balança do mercado agora serão as chuvas previstas para a próxima semana”.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 19/09/07 e 26/09/07
Segundo Sérgio Paschoal, do escritório Pantaneiro, em Campo Grande está muito difícil comprar boi gordo, “com os preços que os frigoríficos estão trabalhando ninguém quer vender, já faz alguns dias que não se compra nada e as escalas estão curtas”. Na capital sul matogrossense a arroba está cotada a R$ 56,00.
No Maranhão, os preços reagiram essa semana frente a pouca oferta. Em Imperatriz, o boi gordo é negociado a R$ 53,00/@. Informantes do BeefPoint na região comentam que os pecuaristas estão aguardando a virada do mês para vender, na esperança de novas altas.
Na tabela abaixo confira as praças levantadas pelo BeefPoint onde ocorreram alterações de preços na arroba do boi gordo.
Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 19/09/2007
O mercado de fêmeas para abate teve uma semana com recuo de preços em várias regiões. Em São Paulo os preços não animam os produtores a negociar. Segundo Eduardo Zillo Bosi, de Lençóis Paulista, “o mercado está parado para esse tipo de animal. A porcentagem da escala do frigorífico que corresponde a fêmeas é muito pequena”.
Ocorreram recuos no Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso, Paraná e Rio grande do Sul. Em Dourados a arroba da vaca gorda vale R$ 52,00, queda de R$ 3,00 na semana. Com variação de R$ 2,00 o preço da fêmea em Ponta Grossa/PR terminou a semana a R$ 55,00/@. No Sul de Goiás (R$ 52,00/@)o recuo foi de R$ 1,00.
O BeefPoint tem recebido um número crescente de comentários e informações de leitores de todas as regiões do Brasil. Esses comentários têm ajudado muito a melhorar as cotações e artigos sobre mercado. Como está o mercado de gado gordo e reposição em sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados?
A carne no atacado teve valorização em todos os cortes nessa semana. Foram registradas altas de R$ 0,20 nas cotações do traseiro (R$ 4,90) e dianteiro (R$ 2,90), o preço da ponta de agulha aumentou R$ 0,10, cotada a R$ 2,60. Com essas altas o equivalente físico ficou em R$ 57,32/@ e a diferença (spread) entre indicador de boi gordo e equivalente físico é de R$ 3,44. Nos últimos 12 meses, o valor médio do spread foi de R$ 5,08 e o máximo R$ 9,64, indicando que o momento atual é de margem bruta para os frigoríficos acima da média dos últimos 365 dias.
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil ) divulgou estudo realizado em conjunto com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-USP) que pode trazer boas expectativas para o setor. Segundo os dados divulgados pela entidade, apesar de leve queda no ritmo de expansão por três meses seguidos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro fechou o primeiro semestre do ano com uma taxa de crescimento acumulado de 2,03%. No acumulado do ano, o PIB da agropecuária já apresenta crescimento de 3,81%.
Uma instrução normativa do Ministério da Agricultura deverá definir em outubro restrições ao transporte de gado na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, criando uma área de alta vigilância na região. Esse projeto tem causado muita discussão entre os produtores do estado e o Governo. Para a Famasul, a criação de uma zona de alta vigilância na fronteira do estado com o Paraguai deve piorar a situação dos produtores. “Não vejo como a criação da zona de vigilância poderá colaborar com a melhoria da sanidade, uma vez que o estado já possui restrições em 14 municípios peripantaneiros”, comenta o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar da Silva Junior.
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A espectativa da virada de mês outubro/novembro é muito grande, porém tem muita gente que fechou boiada de confinamento em agosto.