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Kyprianou quer garantias do Brasil sobre a carne

Em debate no Parlamento Europeu, marcado para 9 de outubro, o comissário de saúde e proteção do consumidor da União Européia, Markos Kyprianou, dirá que a Comissão Européia não continuará aceitando lacunas e deficiências no sistema sanitário animal do Brasil, mas que não aceitará pressão de embargo por interesses econômicos.

Em debate no Parlamento Europeu, marcado para 9 de outubro, o comissário de saúde e proteção do consumidor da União Européia, Markos Kyprianou, dirá que a Comissão Européia não continuará aceitando lacunas e deficiências no sistema sanitário animal do Brasil, mas que não aceitará pressão de embargo por interesses econômicos.

Segundo reportagem do Valor econômico, o comissário deverá voltar a fazer a defesa da carne brasileira. Mas a pressão da Comissão Européia aumentou sobre o Brasil, para garantir a melhora nos controles sanitários, para que a missão européia que visita o país no mês que vem possa demonstrar isso quando retornar a Bruxelas.

Apesar de seu posicionamento favorável ao Brasil, Kyprianou quer ouvir garantias por parte do ministro brasileiro, no dia 16, na reunião que ambos terão em Bruxelas. “Desta vez a missão técnica veterinária será reforçada, e dependendo do resultado, a autorização para entrada da carne brasileira será questionada”, afirmou fonte.

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  1. Louis Pascal de Geer disse:

    Quem tem condições de dar garantias certamente não é o governo brasileiro, mas sim os exportadores e o resto da cadeia produtiva da carne bovina.

    Porque a Abiec não elabora junto com a Mapa um documento contudente, que responda de uma maneira clara o que os frigoríficos exportadores podem garantir no sentido de controle sanitário, rastreabilidade funcional etc.

    É obvio que o Sisbov ainda não chegou a dar as respostas adequadas para o UE e não vejo isto acontecer tão cedo. Acho que a UE não tem mais como proibir a entrada de carne brasileira, mas está na hora de os exportadores junto com o governo e produtores oferecerem garantias mínimas que podem ser plenamente cumpridas.

  2. José Cláudio Ivantes disse:

    Concordo plenamente com Louis Pascal de Geer – Barretos-SP.

    O Sisbov deixa muitas dúvidas quanto a sua confiabilidade, com tantas mudanças seguidas e com a demora das implantações de sistemas modificados permanentemente, claro que sempre vai deixar dúvidas.

    Por outro lado as rastreadoras que deveriam entrar em campo com toda a força possível, ficam dependendo da necessidade do produtor de rastrear ou não. Por outro lado os frigoríficos estão deixando, (pelo menos aqui no Paraná) de remunerar mais pelo gado rastreado, penalizando dessa maneira os que tem o gado rastreado, desestimulando-o. Se continuar assim não vai demorar muito e o pouco gado que tínhamos rastreado vai acabar.

  3. Jogi Humberto Oshiai disse:

    Prezado Senhor Editor,

    Agradeceria informar aos especialistas e aos leitores do BeefPoint que a União Européia não aceita garantias dos exportadores e tampouco do resto da cadeia produtiva. Desta forma, doutor Louis Pascal de Geer, consultor especializado do setor e ativo participante do BeefPoint, deveria tomar um certo cuidado ao estimular maior participação do setor produtivo para cobrir as deficiências do governo federal.

    Recordo que a crise política extrapolada ao campo foi nítida no caso ambíguo da crise de febre aftosa no Estado do Paraná. Não faz muito tempo para quem não está tendo perdas financeiras com o assunto, mas equivalente ao trabalho de gerações para quem está vivendo as sanções há quase dois anos.

    A futura visita do Ministro da Agricultura a Bruxelas demonstra mais uma vez a falta de visão de nossos políticos, inclusive mal brifados pela nossa estrutura do MRE (Itamaraty) no exterior, que já foi comprovada no passado recente com a vinda a Bruxelas do Secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, que de positivo nada conseguiu nem mesmo para o meu Estado, que continua a fazer parte do atual “status quo” junto com Paraná e Mato Grosso do Sul, ou seja, legalmente São Paulo está também proibido de exportar carne bovina in natura para o mercado comunitário embora não tenha tido nem mesmo um simples foco de febre afosa.

    Doutor Geer como profissional do setor sabe muito bem que o paradigma regulatório na área de saúde animal e pública é praticamente estabelecido pela União Européia e querendo ou não este é também o principal mercado em preços para os cortes de qualidade. Portanto, não se trata somente de denunciar o eventual protecionismo comunitário por meio de barreiras não tarifárias sem antes fazer o dever de casa acumulado ao longo dos últimos anos. Permita-me sublinhar que os deveres de casa são resolvidos e implementados técnicamente e não será com o “típico jeitinho brasileiro” que o contencioso da “sorologia” ou da “rastreabilidade – SISBOV” será resolvido pelo atual Ministro ou por qualquer outra autoridade brasileira competente.

    Como afirmamos costumeiramente que Deus é brasileiro eu espero que os técnicos do MAPA e as lideranças do setor tenham o bom senso de solicitar ao Senhor Ministro da Agricultura para não apresentar pedido de derrogação para a implementação do SISBOV e tampouco faça discursos políticos inúteis ao Comissário Kyprianou uma vez que as recomendações feitas pela Comissão Européia ao Brasil constam de inúmeros relatórios do FVO e o próprio Comissário as reiterou pessoalmente durante a sua visita ao Brasil.

    Torço daqui de Bruxelas para que o resultado da próxima missão do FVO no Brasil de novembro próximo seja novamente satisfatório para o nosso país. Os importadores europeus afirmam que seria uma grande vitória para o Brasil a simples manuntenção do atual “status quo” . Vamos torcer para que Deus seja realmente brasileiro. Caso tenha deixado de ser nos resta a consciência tranquila de bons cristãos pelo menos por ter tentado passar mais uma vêz o recado no interesse do setor e do Brasil.

    Cordialmente,

    Jogi Humberto Oshiai
    Director for Latin America Trade to the EU
    O´CONNOR AND COMPANY