O leitor do BeefPoint, Flavio Bitencourt, enviou uma carta ao editorial, O impacto da bioenergia na produção pecuária: Brasil e EUA. Em seu comentário ele ressalta qual é a visão do americanos frente ao projeto de etanol, além mostrar que mudanças estão ocorrendo por causa desse projeto e opinar sobre quais são as oportunidades que se criam para os produtores brasileiros.
O leitor do BeefPoint, Flavio Bitencourt, enviou uma carta ao editorial, O impacto da bioenergia na produção pecuária: Brasil e EUA. Em seu comentário ele ressalta qual é a visão do americanos frente ao projeto de etanol, além mostrar que mudanças estão ocorrendo por causa desse projeto e opinar sobre quais são as oportunidades que se criam para os produtores brasileiros.
“Concordo que os americanos estão fechando os olhos para o álcool brasileiro. As previsões são de que em 2017 quando as destilarias em construção alcançarem máxima produção, o etanol representará 8% da demanda anual por gasolina no pais. Isto tudo acontecendo com um subsidio pesado de U$0.60/galão.
Como esta porcentagem irá minimizar a dependência por petróleo? Muito pouco, acredito eu.
Do outro lado a exploração de celulose de restos de culturas, árvores e gramas tropicais é uma outra alternativa, mas ainda inviável economicamente.
Então, eles, os políticos, principalmente terão que olhar outras alternativas como energia solar, hidrogênio, etc.
Alem disso, devido ao aumento do preço da soja, os comentários por aqui e que no próximo ano o milho cederá terra para a soja, diminuindo a área de milho, conseqüentemente aumentando mais o preço, devido a menor produção e maior demanda por parte das novas destilarias que estão sendo construídas.
O que isto significa? Que as destilarias pagarão mais pelo milho, aumentando o custo de produção de etanol.
Será que o governo aumentará o subsidio para manter estas destilarias? Provavelmente sim.
Se olharmos os números e os diferentes cenários, ainda é um pouco cedo para dizer que o etanol americano está sendo um sucesso. O que podemos dizer é que ele está causando mudanças no preço de commodities no mundo inteiro, inclusive para o produtor americano de milho e soja, e isto é bom para o setor. Pois eles também são filhos de Deus e merecem ganhar um pouco de dinheiro.
Ai está o potencial do álcool brasileiro, se eles diminuírem um pouco o protecionismo, que, concordo será difícil, mas não será impossível.
No setor da carne, além do custo de produção maior dos confinamentos americanos devido a alta do milho, existem outros fatores que ajudarão o preço da carne se manter alto por aqui, como está agora: condições de seca nos últimos 7, anos nos diferentes estados produtores de bezerros; média de idade do pecuarista no setor de cria é de 60 anos de idade, então não se vê muitos jovens entrando na pecuária de corte nos EUA; aumento no custo de produção no setor de cria, devido também ao aumento considerável no custo da terra, pois muitas áreas estão se urbanizando.
O que os confinamentos terão que fazer e se adaptar e utilizar mais o subproduto das destilarias do milho na alimentação animal. O problema será como substituir o amido do milho que foi utilizado para a produção de etanol.
Ai novamente, o potencial da carne brasileira, principalmente a carne moída. O problema, é se o produtor brasileiro verá esta compensação financeira, ou se ela ficará nas mãos dos frigoríficos.
Acredito que a agricultura mundial está sofrendo uma mudança muito grande, e que o Brasil mais do que nunca será parte importante nesta mudança. E acredito que nossos produtores de carne, oleaginosas e cereais serão beneficiados com melhores preços.” Leia mais.