Mercados Futuros – 17/10/07
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Com pouco boi no mercado, frigoríficos aumentam preços pagos pela arroba

A semana foi um pouco mais curta, com o feriado da Padroeira do Brasil na última sexta-feira, e o mercado do boi gordo caminhou na mesma direção da semana passada. Com poucos animais terminados sendo ofertados as compras continuaram difíceis e os frigoríficos foram obrigados a pagar mais pela arroba do boi gordo. O Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 63,41/@, alta de 0,54% na semana. No mesmo período o indicador a prazo apresentou crescimento de 0,47%, sendo cotado a R$ 64,10/@, nesta quarta-feira.

A semana foi um pouco mais curta, com o feriado da Padroeira do Brasil na última sexta-feira, e o mercado do boi gordo caminhou na mesma direção da semana passada. Com poucos animais terminados sendo ofertados, as compras continuaram difíceis e os frigoríficos foram obrigados a pagar mais pela arroba do boi gordo.

O Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 63,41/@, alta de 0,54% na semana. No mesmo período o indicador a prazo apresentou crescimento de 0,47%, sendo cotado a R$ 64,10/@, nesta quarta-feira. O indicador de bezerro teve valorização de 0,14% (R$ 0,64), cotado a 466,93/cabeça, ficando a relação de troca em 1:2,24.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e a prazo


Na regiões onde existe maior concentração de confinamentos, os frigoríficos reportam que estão com escalas mais longas e maior tranqüilidade de fornecimento. Mesmo assim, a oferta é pequena. Em São Paulo, por exemplo, as escalas estão em torno de 5 dias. Com a alta nos preços dos grãos, se comenta que alguns confinamentos reduziram o volume de animais em terminação, reduzindo ainda mais a quantidade de animais prontos para abate.

Nas cotações do mercado físico, realizadas pelo BeefPoint, foram registradas altas em 15 praças em todos o país. Raphael Barros Naves Campos Monteiro, leitor do BeefPoint, informa “Esta semana, eu já fiz negócios no sudoeste goiano com boi confinado e rastreado vendido a R$60,00/@ e a vaca confinada sem rastreamento, foi vendida a 56,00/@ da vaca. Preços livres de impostos e com 30 dias de prazo”.

No Rio Grande do Sul, ocorreram recuos de R$ 0,05 na região central (R$ 2,35/kg vivo) e no sul do estado (R$ 2,25/kg vivo). Colaboradores do BeefPoint, reportam que no estado a oferta é bastante enxuta e as indústrias estão trabalhando com grande ociosidade. Entretanto, a carne trazida de outros estados, principalmente Rondônia, segura o mercado.

Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 10/10/2007


A reposição segue com pouca oferta e negociações travadas. O volume reduzido de animais ofertados mantém os preços firmes. Por outro lado, o aumento na procura pelas categorias de reposição promoveu alta nas cotações em algumas praças levantadas. Acompanhe o que está acontecendo no mercado de reposição no artigo, Reposição: procura cresce, mas oferta segue reduzida.

A BM&F trabalhou em alta essa semana, o primeiro vencimento, outubro/07, teve variação de R$ 1,11 na semana, fechando a R$ 63,14/@ (quarta-feira, 17/10). Os contratos com vencimento para novembro/07 fecharam a R$ 63,91/@, com valorização de R$ 1,06, em relação ao dia 10/10.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 10/10/07 e 17/10/07


Apesar do reajuste ocorrido durante essa semana, a maioria do contratos ainda não recuperou a queda da semana passada. Ficando abaixo dos valores do dia 04/10 (2 semanas atrás), quando os contratos para outubro/07 fecharam a R$ 64,27/@ e novembro/07 a R$ 64,93/@.

Gráfico 3. Contratos futuros com vencimento em outubro/07 e novembro/07


No atacado da carne bovina, o traseiro e a ponta de agulha permaneceram com cotações estáveis, R$ 5,10 e 2,80, respectivamente. Já o dianteiro teve recuo de R$ 0,10, sendo cotado a R$ 3,10. O equivalente físico foi calculado a R$ 60,32/@, aumentando o spread entre indicador de boi gordo e equivalente físico para R$ 3,10/@, valor ainda abaixo da média histórica, permitindo uma maior margem para os frigoríficos, em especial os que trabalham com mercado interno. O preço alto da carne no atacado tem dado competitividade aos frigoríficos menores, que vem puxando as cotações.

Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&F boi gordo x equivalente físico


Na terça-feira, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes participou de uma reunião com o Comissário de Saúde e Proteção ao Consumidor da União Européia, Marcus Kyprianou, onde ressaltou que a carne bovina brasileira respeita todas as exigências sanitárias do mercado internacional e apresentou uma série de medidas que já estão em vigor e outras que estão em fase de implementação no país.

Kyprianou reafirmou que a União Européia (UE) não tem motivos imediatos para embargar a carne brasileira. “O Brasil tem cumprido as exigências da UE para continuar exportando”, disse.

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne Bovina (Abiec), Pratini de Moraes, declarou na Alemanha, durante a Anuga (maior feira do setor de alimentos, que acontece em Colônia), que o Brasil não pretende derrubar os preços da carne na Europa, como acusam pecuaristas da Irlanda, principalmente. “Queremos apenas competir no mercado europeu”. Ele fez uma apresentação didática para jornalistas sobre a pecuária brasileira, rebatendo acusações acerca da sanidade da carne brasileira e de que a pecuária estaria avançando sobre a Amazônia.

No início da semana, foi divulgado o resultado do exame sorológico realizado em um bezerro com suspeita de uma enfermidade vesicular, em uma propriedade em Rondônia. Os exames feitos pelos técnicos do Mapa deram negativos para aftosa, afastando a possibilidade de algum foco da doença no estado.

0 Comments

  1. Paulo Eduardo Bernardi Ferreira disse:

    Em Mirassol d´Oeste/MT e Araputanga/MT ja estão matando a R$60,00/@ e Tangará da Serra a R$59,00/@.

  2. Eriberto Ribeiro disse:

    Muito obrigado pelo trabalho e atenção com os pecuaristas do Brasil.