Na última semana de novembro, pouca oferta de boi gordo mantém os preços firmes

Já estamos no final do mês de novembro, com chuvas cada vez mais regulares nas principais regiões pecuárias do país e a oferta de boi ainda não dá sinal de aumento. Os frigoríficos continuam trabalhando com escalas curtas e os compradores enfrentam dificuldades para adquirir lotes para alongá-las. Com este cenário o mercado do boi gordo teve mais uma semana de alta, com reajustes nos preços da arroba em todas as regiões do Brasil.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 76,82/@, com alta de 4,42% na semana, ou seja, a arroba do boi gordo à vista está R$ 3,25 mais cara do que na quarta-feira passada. O indicador a prazo também se valorizou durante essa semana, sendo cotado a R$ 77,60/@, acréscimo de 4,08% em relação ao valores do último dia 21. Em 2007, a cotação da arroba do boi gordo a prazo registrou alta de 44,35%.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo a prazo

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

A relação de troca continua aumentando, visto que o preço do bezerro tem subido de maneira mais lenta do que o boi gordo. Neste momento estamos com uma relação de troca na reposição (boi gordo de 16,5@ por bezerro) de 1:2,66. O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 477,26/cabeça, registrando alta de 0,39% na semana. Em relação ao dia 28 de novembro de 2006, exatamente um ano atrás, quando este indicador valia R$ 367,52, a variação é de + 29,86%.

A moeda americana teve nova valorização esta semana. O dólar foi cotado a R$ 1,801, aumento de 0,85% no período analisado, mas ainda 17,62% inferior aos valores de um ano atrás. Mesmo com a alta do dólar o indicador de boi gordo em dólares continua subindo, cotado a US$ 42,65/@, desde quarta-feira passada ele já se valorizou 3,54%, isso ocorre devido aos consecutivos aumentos do preço do boi.

No atacado da carne bovina, apesar de estarmos no final do mês, foram registradas altas nas cotações dos três cortes primários. O equivalente físico foi calculado a R$ 68,73/@, alta de 2,53%. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico também aumentou, pulando de R$ 6,53/@ para R$ 8,09/@, nesta quarta-feira. Com isso diminui-se a margem bruta dos frigoríficos e o preço da carne deixa de dar sustentação a novas altas da arroba.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico

Tabela 2. Atacado da carne bovina

No mercado futuro, os contratos com vencimento mais próximo tiveram valorização durante a semana, novembro/07 teve variação positiva de R$ 2,03, dezembro/07 fechou com alta de R$ 0,03 e janeiro/08 acumulou alta de R$ 1,38. Já contratos que vencem no longo prazo apresentaram recuo, outubro/08 fechou a R$ 68,00, variação de -R$ 1,00.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 21/11/07 e 28/11/07

Mercado físico, a escassez de animais prontos para abate continua forçando novas altas nas cotações da arroba. Trabalhando com escalas curtas, os compradores precisaram novamente elevar as ofertas de compra para conseguir fechar negócios. Acompanhe na tabela abaixo as praças com alteração na semana.

Tabela 3. Cotações do boi gordo com variação relativa a 21/11/2007

O mercado de reposição segue pouco ofertado e com preços altos, em razão da grande procura por animais de reposição. Com o início das chuvas e conseqüente recuperação das pastagens, mais compradores estão atrás de animais para repor seus rebanhos. As cotações estão subindo em todo o país e para conseguir comprar é preciso negociar a preços mais altos. São cada vez mais comuns negócios de bezerros desmamados sendo realizados a R$ 500,00 no sul e sudeste.

Ontem o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) condenou os frigoríficos Mataboi, Bertin, Minerva e Franco Fabril no processo que investigava a prática de cartel. Com isso, serão obrigados a pagar multa de 5% do faturamento em 2004. Além da condenação, um acordo foi firmado com o Friboi e o Cade aceitou suspender o processo mediante multa de R$ 13,7 milhões.

Nesta semana o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou instrução normativa (IN) sobre a situação sanitária dos estados brasileiros. São 17 estados brasileiros reconhecidos e consolidados como livres de aftosa com vacinação, entre eles o Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Santa Catarina continua sendo o único estado considerado livre de aftosa sem vacinação.