Perante a União Européia, o Brasil se comprometeu a adotar, sem qualquer negociação, um complicado sistema individual de identificação animal. Travamos discussões exaustivas aqui no BeefPoint, sobre o Sisbov e segurança alimentar. Creio ter ficado claro que, a rigor, a identificação individual nada acrescenta aos preceitos seguidos há décadas pelos pecuaristas, com o uso da GTA e com o acompanhamento dos abates pelo SIF, Serviço de Inspeção Federal.
Perante a União Européia, o Brasil se comprometeu a adotar, sem qualquer negociação, um complicado sistema individual de identificação animal. Travamos discussões exaustivas aqui no BeefPoint, sobre o Sisbov e segurança alimentar. Creio ter ficado claro que, a rigor, a identificação individual nada acrescenta aos preceitos seguidos há décadas pelos pecuaristas, com o uso da GTA e com o acompanhamento dos abates pelo SIF, Serviço de Inspeção Federal.
Para quem não seguiu as discussões, faço aqui um extrato do relato de Fernando Cardoso, em 23/08/2004, no seu artigo Sisbov & Cia. O assunto é a conversa que ele teve com o ex-ministro da Agricultura e Pecuária:
… Respondeu-me Pratini: — “Os europeus não exigiram o rastreamento; estavam, sim, preocupados com a sanidade da carne brasileira. A sugestão do rastreamento foi trazida a mim dentro do MAPA, como alternativa para garantir a sanidade mencionada. Na oportunidade procurei ouvir meus conselheiros de confiança, bem como algumas entidades, tendo uns e outros achado boa a idéia, a qual acabou sendo aprovada”…
Portanto, nós pecuaristas de corte estamos hoje cumprindo um ritual extremamente complicado apenas porque alguns iluminados quiseram ser mais realistas que o próprio rei europeu.
A complicação é tanta que está levando o MAPA a atitudes desesperadas, como a de jogar no colo dos pecuaristas o gerenciamento do Sisbov, e assim tentar escapar das críticas e das pressões que se avolumam.
A novidade do momento é o “novo Sisbov”, que criou a figura do estabelecimento rural aprovado, ou ERAS. O cadastramento como ERAS acarretará, para o atarantado pecuarista:
1) Despesas anuais com as inspeções. Inspeção bem feita não vai custar apenas 500 reais por semestre. Portanto, depois que ele estiver cativo, terá o desprazer de conhecer o verdadeiro custo. Ou então a inspeção será para inglês ver.
2) Grande dificuldade burocrática na compra da reposição dos animais abatidos, que a inviabilizará ou a transformará num verdadeiro pesadelo.
3) Desclassificação de todo o lote levado ao abate, caso ele ou seus prepostos cometam algum pequeno erro. Quem é do ramo já está acostumado com desclassificações de cerca de 0,5% dos animais no frigorífico. Segundo informações que recebi, de um mês para cá isto está acarretando a desclassificação não apenas dos animais com problema, mas de todo o lote. Imaginem a decepção e a cólera do pecuarista, após dois anos investindo e gastando. A continuar esta situação, o suposto “ganho” de 3 reais por arroba vai se evaporar e, em muitos casos, será engolido pelas despesas e desclassificações.
4) Será proibido empastar o gado numa propriedade arrendada, bem como alugar pasto para terceiros.
Estamos, neste exato momento, assistindo a um movimento segundo o qual os frigoríficos se vêem forçados a destinar plantas específicas para abate de animais para o mercado interno e/ou para serem exportados para outros países que não os da UE.
Esta é uma tentativa de fugir de possíveis problemas de desclassificação e uso (abuso) do poder de veto por parte dos compradores europeus, a quem o Brasil delegou poderes imperiais sem nada exigir em troca.
Esta parece que será também uma maneira, criada pelas “forças econômicas invisíveis”, de finalmente transformar o Sisbov em facultativo “de facto”. Nesta eventualidade, eu vislumbro a falta de boi rastreado e sérios problemas para aqueles frigoríficos cuja estratégia de expansão os tenha levado a depender excessivamente do mercado europeu.
Nossas indústrias exportadoras de carne, três delas com ações em Bolsa de Valores, já atingiram um patamar de sofisticação bastante elevado, e não podem mais se furtar a atacar esta questão com determinação, pois serão muito prejudicadas com a falta de bois certificados e com eventuais fechamentos do mercado europeu.
Fiz uma análise exaustiva da Instrução Normativa 17, e também algumas contas. Tomei a minha decisão, e neste momento não vou aderir ao novo Sisbov. Terei aparentemente prejuízo, pois vou perder todos aqueles “papeizinhos” odiosos que me restam. Mas creio que será por uma boa causa, e me sentirei liberto e dono do meu nariz. Conclamo todos os pecuaristas de corte interessados numa solução definitiva para este problema, criado por gente alheia ao nosso meio, a fazerem o mesmo.
Dia 13 de dezembro haverá uma audiência publica na Câmara Federal, convocada pelo deputado Ronaldo Caiado, para discutir o assunto. Precisamos estar presentes e exigir que nossa voz seja finalmente ouvida.
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Concordo plenamente. Não fiz o rastreamento e não vou fazer. As despesas, burocracia, stress dos animais e problemas com a reposição não compensam o pequeno sobrepreço na arroba, que sabendo negociar, é contornável.
Meus cumprimentos ao Sr. Marcos e todos que concordam com sua atitude.
De fato a identificação animal individual na pecuária de corte continua sendo uma situação muito desconfortável para quem não quer pratica-la, porém é indiretamente obrigado a fazer, para garantir um valor justo em sua mercadoria.
Nada mais democrático na cadeia produtiva da carne, em observar o produtor expressando e praticando sua opção perante o assunto, neste importante canal de comunicação.
Resolvi aderir ao novo sisbov, apesar de todos os transtornos esperados, não imaginava a falta de organização do sistema e tamanha burocracia, apesar de estar tudo “temporariamente arrumado”, o que deverá se desarrumar na próxima compra de animais, venda, mudança de era. Penso fortemente em perder os “papeizinhos”, abandonar o sistema, que até hoje não mudaram os ganhos da propriedade, mas me deram uma dor de cabeça enorme.
Finalmente leio um artigo que relate os problemas do SISBOV tão claramente. De fato acredito que o SISBOV é mais um sistema (ou serviço, como é chamado agora) criado muito bem no papel, como diversas leis que temos no Brasil, porém de aplicação duvidosa, com limitações reais, como a questão de arrendamento de pastos, por exemplo, citado pelo engenheiro Humberto.
Seria muito bom que tívessemos condições para aplicar as regras do SISBOV e poder garantir que nossa carne é mais saudável; porém, o custo e os riscos fazem com que se torne impraticável tal sistema, ao menos de forma honesta, sem tentar “comprar” certificadoras ou tentar qualquer outro tipo de fraude. Uma prova do insucesso do SISBOV foi a recente visita dos representantes da UE ao nosso país, ficando visivelmente clara a insatisfação deste grupo.
É claro que como maior produtor de gado bovino nosso país terá que ficar sempre “de guarda” para que não haja nenhum tipo de tentativa por parte de nossos concorrentes de prejudicar nossa produção; mas, nós mesmos já temos diversos problemas internos, como taxas e índices zootécnicos abaixo do que seria considerado ideal, como tb o próprio governo que acaba por constranger o potencial do nosso país.
Creio que a união dos produtores é capaz de modificar essa situação, sendo necessário encontrar uma forma de substituir o SISBOV, ou adequá-lo a nossa realidade.
Pois é, o pior é que nao ha como discordar do Humberto. Eu tambem nao rastreio meus animais, mas procuro compensar na negociaçao.
Porem e se moda pegar, como ficaremos; perderemos esta fatia do mercado já conquistado se nao tivermos como atende-lo? Ou os Frigorificos ja sabem disto, mas têm uma analise diferente?
Acho que é um assunto para o Beefpoint.
O blog do Fabio Dias no site da ASSOCON, tambem analisa este problema e faz uma simulaçao com numeros.
Junto-me aos colegas nesta tarefa, apesar de considerar que não haverão vencedores. O que fica claro é que o Sisbov foi criado por uma pessoa que depois vira presidente de uma entidade representante dos frigoríficos, ou seja deve ser do interesse da indústria esse balaio de gato que se criou.
Não rastreio e faço campanha contra desde sempre, uma vergonha.
Caro Humberto,
Concordo com você plenamente, porém vejo algo falho na resposta do ministro. Pois se ele diz que o europeus não fizeram tal exigência, tem alguma coisa errada ai, pois todas as missões da UE que vieram ao Brasil foram de encontro com o Sisbov e procurando auditar certificadoras e tudo mais. Porém concordo que certas normativas são verdadeiras aberrações e já escrevi a este importante meio de comunicação sobre tal problema.
Porém Humberto, os bons estão pagando pelos ruins, veja o caso do leite, são coisas assim que nos tornam bem desmoralizados perante certos mercados, acho que tem que haver certas adequações sim e bem rápidas. A seca este ano foi muito forte em minha região, como que não vou alugar um pasto para suprir minhas necessidades? Irei deixar meu gado morrer?
Eles estão atrás das mesas e não sabem nem o que é manejo, ai sai estas aberrações para o pecuarista.
Estou que nem criança de pais separados – não sei se fico com a mãe ou com o pai… Eu até concordo com o uso de brincos, pois facilita o manejo entre outros o controle de peso e das crias. Mas é inadimissivel os descontos, ou até a perca de status de propriedade rastreada, por um brinco que pode ser perdido inclusive dentro do caminhão quando o gado está indo pro frigorífico. A penalização é muito grande para quem esta servindo de “cobaia”. Depois de todos os animais brincados aumentam-se as exigencias, inclusive com a última de ter que “prender” o animal no desembarque do frigorífico para conferir brinco; os burocratas estão extrapolando!!! Vou deixar pra aderir na última hora, inclusive no aguardo de uma prorrogação.
Não quero jogar agua no chope de quem aderiu, mas tenho a vaga impressão de que teremos novas reviravoltas com relação ao SISBOV.
Esse caso do ERAS está muito bonito no papel, mas péssimo na praticidade!! O relato do Humberto deixa claríssima a situação. Isto sem contar ainda as exigências para certificação do ERAS. Está se exigindo um pseudo certificado de qualidade da propriedade quando o que se deveria requerer é apenas o rastreamento dos animais.
Quando o alarme da falta do boi rastreado disparar, e o país se der conta da encrenca que arranjou, certamente uma nova febre de rearranjo do sistema voltará. Torçamos para que seja algo realista e não apenas mais uma ação surreal e fantasiosa.
Nossa criatividade em criar regras “pra ingles ver” as vezes chega a assustar!!
O pecuarista que escreveu a matéria não deixa de ter razão em alguns aspectos, porém deve-se mostrar os dois lados da questão, o que ele não fez, então vejamos:
1- concordo que inspeção bem feita custa caro, depende sempre do profissional que a faz, existem agrônomos e agrônomos, veterinários e veterinários, e vai por ai, quando um profissional sério é consultado, seja ele de que área for, custa caro.
2-quando se tem um mínimo de controle do rebanho e da propriedade, o controle de entrada e saída é automático, esta afirmação está parecendo coisa de quem não tem o mínimo controle documental de seu negócio.
3-está correto desclassificar todo o lote e não o animal, pois agora o sistema é de certificação de propriedade, e não mais aquela história só de brinco na orelha, o que era até colocado na hora do abate, os 3 reais a mais por arroba compensa sim o trabalho de quem como já disse investiu em controle de seu negócio.
4- não será proibido arrendar ou empastar os animais em pasto arrendado como citou, somente estes animais devem ser comunicados e os pastos e arrendamentos devem ser declarados, tudo dentro da legalidade.
Por último devo dizer que o novo Sisbov não é perfeito, e deverá ao longo de sua implantação sofrer alterações que o torne melhor, nunca para piorar ou afrouxar o controle, pois a pecuária moderna assim o exige, e isto está me parecendo pressão de quem não quer e não tem controle algum de seu rebanho, e o novo Sisbov não foi feito para jeitinhos, ou é ERAS, ou não é ERAS, e fica fora do mercado exportador. Simples.
Sou a favor da RASTREABILIDADE viável para ambas as PARTES.
Gostaria de no futuro voltar a rastrear meus animais. Mesmo sendo técnico habilitado a fazer a rastreabilidade, no momento percebo que econômicamente o custo benefício deixa a desejar, pois, os preços pagos na arroba do boi castrado e rastreado pelos frigoríficos exportadores da cidade de Goiânia/GO, geralmente são menores que os preços praticados por frigorícos na região do Distrito Federal, que não exportam e não necessitam de animais rastreados.
E também percebo que as normas do novo SISBOV, editadas pelo MAPA, dificilmente serão cumpridas em tempo hábil pelos pecuaristas. E uma vez que poucas propriedades rurais estarão adequadas ao novo SISBOV, cabe aos frigoríficos exportadores estudarem uma maneira que incentivem desde já, os pecuaristas a investirem na rastreabiliadade bovina, pois, provavelmente este produto faltará no mercado.
Na região onde possuo a propriedade tem dois frigoríficos que pagam o mesmo preço pelo boi não rastreado, pois não são exportadores. Aliás o consumo interno é em torno de 80% do volule abatido.
Realmente no meu caso e de vários outros pecuaristas, não seria nada vantajoso aderir ao novo Sisbov.
Realmente o senhor, Humberto de Freitas Tavares e os demais companheiros, técnicos e pecuaristas, explanaram bem a realidade do Sisbov. Que esse eco soe pela cadeia pecuária e que chege aos ouvidos dos órgãos competentes, e que estes, por sua vez, tomem as medidas cabíveis.
Chegou a hora, quer dizer, passou da hora de darmos um basta e pararmos de “usar fantasias para que europeus vejam”.
Infelizmente o “novo” SISBOV parece ter sido criado para atrapalhar e burocratizar a vida do pecuarista brasileiro. A justificativa de um sistema de rastreamento é a demanda da parte do consumidor por tal sistema. No caso dos europeus, ele se justifica pela ocorrencia da “vaca louca” no final da década de 90. No Brasil, ao contrario, o consumidor nem se quer faz idéia do que é o rastreamento. Assim, sem esquecer que o nosso grande mercado consumidor é o interno, não faz sentido onerar os custos do pecuarista, se a demanda para esse produto rastreado vem só de uma parte dos consumidores, que alias, nitidamente estão utilizando a rastreabilidade como barreira técnica a exportação. O interessante seria fazer um sistema compativel com o nosso sistema de criação e a necessidade do nosso consumidor, respeitando as exigencias de garantia de um produto são. Ao contrário o SISBOV virará artigo de luxo, no caso de alguns pecuaristas que irão entregar animais rastreados para alguns frigorificos que terão condição de exportar. O que será uma pena, visto que todo o trabalho realizado até agora será perdido.
Concordo plenamente com o colega pecuarista Sr. Humberto Tavares, em acordo com minhas manifestações anteriores.
Também tive animais rastreados no “antigo Sisbov” e pedi oficialmente baixa do sistema a meses atrás.
Saliento aos colegas que no RS a aproximadamente meio ano, em torno da metade dos abates bovinos são realizados por frigoríficos com inspeção estadual ou municipal. Graças a estes, os preços pecuários pagos aos produtores estão a aproximados 10% superiores aos ofertados pelos frigoríficos exportadores, sendo que um deles, ainda mantém a planta parada para “manutenção” desde outubro. Com o adicional, de que os frigoríficos de mercado interno não exigem a rastreabilidade.
Reforço a colocação do colega Humberto, dos citados iluminados que criaram a rastreabilidade, lógicamente visando algum retorno (para eles), prometendo a UE uma coisa que eles não tinham pedido, pois a implantação desta de forma crível mostrou-se inviável em rebanhos de grande escala até hoje, a nível de mundo. Vaidade e oportunismo de homem causa nojo e pede pau!
Rastreabilidade é problema de frigorífico, eles que a estimulem via remuneração adequada aos pecuaristas que opcionalmente queiram aderir. Sem utilizar-se do golpe da obrigatoriedade legal, por vezes ensaiada no RS.
Faço coro na atenção aos custos totais da rastreabilidade, onde cada boi vira um similar a um funcionário registrado, com relação as custas de registros e operacionais.
Parabéns, pelo comentário
Julio Tatsch – Agropecuarista e Agrônomo em Caçapava do Sul – RS.
Está de parabéns o Sr. Humberto Tavares, com simplicidade nas informações e com extrema veracidade. Também não aderí ao Sisbov e nem pretendo, vocês se lembram do “kit salva vidas” de uso obrigatório nos veículos, que nada mais era do que uma tesoura, uma gase, luva e fita. Pois bem, obrigatório para salvar vidas, este grande kit! Quem estaria ganhando com ele? Chegou o momento que caiu!
O tal Sisbov, para mim é a mesma coisa, alguém obrigando, alguém ganhando e quando tudo estiver certinho, cai também!
Neste momento em que escrevo, temos 16 comentários ao artigo. Agradeço a todos e, como não tenho como responder individualmente, pegarei alguns temas aqui e ali.
1) O BeefPoint, com seu espaço democrático e de fácil navegação merece um grande destaque. São poucos os locais onde artigos como os meus seriam publicados. Se os pecuaristas de corte pudessem ter discutido amplamente o assunto, talvez não se tivesse chegado a tão grande impasse.
2) Ótima a menção do blog do Fabio Dias, que eu mesmo ainda não conhecia. Vale a pena ler com atenção. Dêem também uma olhada na circular do DIPOA, lá mencionada e disponível em http://www.assocon.com.br/pdf/circular_898-procedimentos_ante_mortem.pdf. Saibam tudo sobre desclassificação de todo o lote e sobre a leitura dos brincos, um a um no ato do desembarque no frigorífico. O DIPOA está errado? Não, apenas segue a norma existente. E os pecuaristas que se danem.
3) Fui de fato impreciso, e não é proibido mudar o gado para uma propriedade que seja ERAS e nem alugar o pasto para gado rastreado, oriundo de uma fazenda ERAS. É preciso, todavia, fazer a transferência de toda a papelada, antes e depois do evento. Esta complicação mostra que mais uma vez o pecuarista que queira ter um ERAS terá que ter muita paciência.
Lendo a contribuicao do Julio Tatsch, falando do golpe da obrigatoriedade legal, me ocorreu indicar o seguinte artigo:
https://beefpoint.com.br/?noticiaID=40865&actA=7&areaID=15&secaoID=155#cartaID23676
Espantoso!
Se todos se negarem e o boi brincado sumir tenho certeza que será dada uma solução plausivel para essa aberração, pois temos sim que zelar pela sanidade do rebanho, mas sem imposições externas.
Vírus não acaba, ele é controlado. Portanto façamos nosso serviço sanitário com competência e responsabilidade, e tenho certeza que tudo será melhor e mais fácil.
Não podemos agir com casuismos nem deixar o fisiologismo político nos atacar, quem está na pecuária já demonstrou competência de sobra. Agora teremos que ser muito responsáveis, e fazer o dever de casa.
parabéns pelo arigo, companheiro concordo em gênero, núnero e grau.
Só me resta dizer, parabéns a todos pelos artigos e pela posição correta em relação a este Sisbov burro!!
Não sou contra a rastreabilidade mais sim contra o “D.I.A.”, documento, papel que nos coloca no tempo em que não havia computadores, leitor digital, banco de dados, internet…, num mundo cuja tendencia é a extinção do dinheiro de papel, substituido por cartões eletronicos, que nos coloca na situação ridicula de após embarque dos animais, ficar procurando papeis em pastas, sujeito à um erro de leitura de brinco, que trará prejuizo caso um unico documento seja enviado erroneamente.
Negocio ações na bolsa de valores à dois anos, compro e vendo açoes toda semana, atravez de Homebrocker, via internet e nunca peguei uma ação na mão, aliás, peguei sim umas ações que meu pai comprou em 1979 e elas vinham em papel timbrado da empresa e carimbo da Bovespa, parece um D.I.A..
Simplesmente um simbolo do atraso que nos foi imposto, como se vivessemos na decada de setenta.
Salve colega Humberto de Freitas Tavares.
Também sou pecuarista e hoje o Brasil somos quantos?! 180 milhões de habitantes?! Pais onde nem sabemos quantos somos?! País onde muitos nem certidão de nascimento portam?
Rastrear bois, para quem sabe como é dificil, enquanto houver segregação de zona tampão, zona habilitada de não habilitada, rastreabilidade e agora ERAS?! Tudo isso para apenas uma parte da cadeia produtiva ganhar vantagens, pois não vejo o que nós pecuaristas estamos ganhando com isso.
A grande realidade é, grandes grupos de frigorificos cada vez mais obtendo lucros, adquirindo novas plantas, inclusive fora do país e nós cada vez mais sendo penalizados, engolindo novas regras, imposições e retaliações e pior de tudo até desfazendo de rebanho e ou mudando de atividade.
Será que não somos capazes fora daporteira da fazenda?!
Pecuaristas, enquanto não nos agruparmos e formarmos uma associação de produtores de gado, ficaremos sempre a merce dos frigorificos.
Abaixo a rastreabilidade, também não vou rastrear!!!!
Infelizmente nós sempre somos submentidos às vontades do comércio externo, as regras criadas ou sujeridas por eles muitas vezes são inviáveis ou muito difíceis de serem implantadas e principalmente de serem fiscalizadas pelo governo e outros órgãos, e sempre sobra para o pecuarista os custos destas exigências onde até nós profissionais somos afetados. Pois com a finalidade de diminuir custos alguns trabalhos antes corriqueiros estão sendo cortados pelos pecuaristas, tenho provas disto pois algumas das propriedades as quais presto consultoria estão analizando cortes para diminuir os gastos, resumindo, como sempre quem ganha são os frigoríficos e o governo e o resto da cadeia produtiva que se vire!
É bastante compreensível a posição exposta pelo articulista, colega pecuarista e engenheiro Humberto Tavares, não querendo aderir ao novo Sisbov, dada a forma pela qual a questão da rastreabilidade vem sendo formatada pelo Ministério da Agricultura desde seu início.
A impressão que todos temos é a de que esse assunto, que reputo de muita importância, foi entregue a mãos, no mínimo, inábeis e incompetentes, para não ir além.
O primeiro Sisbov não servia para rastrear efetivamente nada: brincos colocados nos animais algum tempo antes do seu abate em nada conferiam seriedade ao sistema então implantado.
Houve a decisão de abandoná-lo e substituí-lo por um novo sistema, que basculou para o extremo oposto, misturando o conceito de rastreabilidade com outros ligados a controle de qualidade e certificação de propriedades.
As manifestações de todos os que comentaram o artigo têm em comum a revolta com a imposição de custos aos produtores, e percebe-se uma reação maciça de não-adesão ao sistema de criação das ERAS. Espero que todos aqueles que assim o fazem possam contribuir positivamente para encontrar formas melhores de equacionar a questão da rastreabilidade que atendam os interesses da cadeia da carne.
Sim porque este assunto interessa à cadeia toda, do produtor de bezerro ao consumidor de carne bovina. No que nos diz respeito como produtores, quer de bezerros, garrotes, bois ou novilhas, é muito importante que o conceito de rastreabilidade seja bem compreendido por todos.
Quem trabalha tradicionalmente com a pecuária de corte jamais se preocupou com esse conceito, porque era desconhecido até poucos anos atrás. Surgiu e se desenvolveu na Europa no bojo de uma séria crise de segurança alimentar que assustou os consumidores de carne bovina: o mercado consumidor se retraiu fortemente e esforços foram feitos para que fossem encontrados meios seguros de identificar, desde a origem, cada pedaço de carne que fosse servido à mesa do consumidor.
Exagêro de europeu? Pode ser. O fato é que o sistema foi implantado com a colaboração de todos os elos da cadeia, o consumidor readquiriu confiança e o mercado retomou, até com mais vigor, ao patamar de consumo anterior à crise.
Nessa época o Brasil apenas ensaiava seus passos como exportador de carne bovina, começando por atender mercados pouco exigentes. A menção de que os europeus não exigiram o rastreamento do ministro Pratini em nada muda a natureza do problema; tratava-se de uma missão de autoridades sanitárias européias que teriam que se preocupar com a sanidade é óbvio. A rastreabilidade não é assunto de autoridade sanitária em nenhum lugar do mundo, embora em nosso País tenha dela se ocupado a Defesa Sanitária.
A rastreabilidade é um imperativo de segurança alimentar para determinado tipo de consumidor, o qual diga-se de passagem, está disposto a pagar e vem efetivamente pagando por essa segurança.
Viajei à França diversas vezes nos últimos quatro anos, não a turismo, e sim a negócios, visitando, nas regiões de pecuária bovina, produtores, frigoríficos, distribuidores, centros de testagem e produção de genética, e diversas estruturas públicas e privadas correlatas.
Nestas visitas tive a oportunidade de testemunhar o perfeito funcionamento do sistema de rastreabilidade, o qual habilita qualquer dona de casa, ou consumidor de um restaurante saber de onde vem a carne que irá consumir; até ser entregue ao consumidor final, um “papelzinho”, cuja história começa com o nascimento de um bezerro que deu origem àquela carne, conta tudo que o consumidor desejar saber.
Cabe o comentário: “isso é uma loucura! na Europa, que é um ôvo comparada conosco, vá lá; mas aqui com nossos muitos milhões de hectares de pastos e de cabeças de gado essa rastreabilidade é inimaginável.” (Lembremo-nos de que a produção de carne bovina na França não é insignificante – representa quase 20% de nossa produção e existem cerca de oito milhões de vacas em produção.)
Há vinte anos atrás ninguém ouvia falar de controle ambiental, produção socialmente responsável, cidadania, telefonia celular, internet, etc. Também não se falava de segurança alimentar e rastreabilidade. Hoje, na Europa, se vive tudo isso; aqui também iremos viver; o mundo marcha e está cada vez mais globalizado; é apenas uma questão de tempo.
Por essa razão, nós produtores temos que nos preparar para êsse futuro, que poderá até estar mais perto do que imaginamos. Então, façamos sim um movimento de não-adesão a alguma coisa imperfeita mas que vai na direção certa e busquemos os meios para aperfeiçoá-la e não para destruí-la.
A rastreabilidade sempre foi um grande desafio para a pecuária brasileira, pois o rebanho era controlado de uma forma empírica, com poucas anotações. Os tempos mudaram e as necessidades também. Precisamos conhecer melhor o “negócio” pecuário. Infelizmente a imagem da rastreabilidade foi comprometida, quando “venderam-na” numa forma errônea, baseada na promessa da obtenção de ganhos financeiros sem muito comprometimento.
O Sisbov iniciou em 2002, com todas as dificuldades e chegamos ao final de 2007 discutindo o mesmo assunto. A evolução do sistema, depende de entendimento e mudança comportamental das partes interessadas. As mudanças não acontecem da “noite para o dia”. O tempo foi suficiente para tal, infelizmente faltou habilidade para discutir e definir qual seria o modelo ideal para a pecuária brasileira.
Desde o início do Sisbov, verifiquei a grande dificuldade que haveria a nível de campo, pois a nossa mão de obra não possuía capacitação para tal. Observamos a necessidade da realização de cursos e treinamentos dos funcionários, pois são colaboradores importantíssimos no processo.
Outra necessidade seria o uso da identificação eletrônica dos bovinos, para que o sistema se tornasse mais ágil, preciso, confiável e auditável. Acredito que houve uma evolução nesse período, mas hoje o modelo proposto para o ERAS servirá para àqueles produtores que se prepararam para tal mudança, que começaram comprometidos e que acreditaram que este momento chegaria.
Prezado Humberto
Já discutimos a exaustão esta estória de SISBOV , e ao que parece este segundo veio pior que o primeiro.Quando se aventou a possibilidade de rastrear a propriedade, parecia uma saída, ou seja, todos animais daquela propriedade seriam considerados rastreados porque oriundos de propriedade fiscalizada, e com atestado de bons manejos.
Mas infelizmente ficou muito pior, continuando a exigência da rastreabilidade individual.
Não acredito que o criador vá rastrear suas vacas, e no futuro não existirão bezerros para repor a boiada.Também vou perder o que foi feito, mas não entrarei neste “novo”para não perder mais no futuro.
Me parece muito clara essa situação toda. Os dois lados tem suas razões. Se um ministro em exercício de sua função oportunizou tal processo, porque não o Estado bancar a burocracia toda, ou se os frigorificos tão modernizados hoje (ações em bolsa, plantas multiplas etc…) e necessitando de mercado também não bancam essa burocracia toda, e mais, o SISBOV é optativo portanto quem quer que banque essa brincadeirinha de rastrear, num pais continental como o nosso onde nem todos os brasileiros possuem sua propria identificação.
Dr. Humberto,
Tive acesso também a um outro artigo seu no Jornal da ASFAX que enfoca o mesmo problema, com considerações similares.
Concordo com a maioria das argumentações e inclusive estou levando um exemplar do jornal e este artigo do Beefpoint para a audiencia publica do dia 13/12.
Já divulguei o evento para o Presidente da ASFAX (Toninho Bittar) para participar, juntamente com outras entidades (APROVA – Associação dos Produtores do Vale do Araguaia, dentre outras).
Fui convidado, na qualidade de Presidente da Comissão de Pecuária de Corte da FAEG (Federação da Agricultura e Pecuaria de Goiás), Engenheiro Agronomo e Pecuarista a ser um dos expositores do evento.
É extremamente oportuno a exposição e participação dos pecuaristas envolvidos direta ou indiretamente com a produção de carne, enviando sugestões, propostas e suas experiências.
Estendo o convite que recebi ao senhor e demais colegas preocupados com nosso sistema de certificação para que estejam presentes ou se façam representar no dia 13/12/2007, às 10:00, no plenário 6 do Anexo II da Camara dos Deputados, Brasília (DF), levando documentos, sugestões e/ou outros materiais úteis para a discussão e apresentação de propostas para amenizar o imbróglio em que a Cadeia da Carne está metida.
Um abraço,
Márcio Sena Pinto
Achei muito oportuna a abordagem do Sr. Humberto e gostaria de acrescentar que com relação à utilização do SISBOV, seja o novo ou velho o objetivo é bastante interessante no que se diz a um melhor controle zootécnico da propriedade, endossado pelo colega Otávio César Bucci. Mas o que assistimos em diversas propriedades foi a encomenda simples e pura de brincos para acrescentar aos animais na hora de embarque e que as idades constantes nas tarjetas, com poucas exceções, na maioria das vezes não condiz com a idade real dos animais.
O melhor exemplo de como deveria funcionar a rastreabilidade foi em uma palestra ocorrida em Goiânia-GO (1999 num Simpósio sobre Novilho Precoce do Sistema adotado na França. Mas o que parece ninguém dos “apadrinhados” que trabalham no MAPA se deu o trabalho de ler. Pude diversas vezes ensinar aos meus alunos que rastreabilidade é algo parecido com o que foi apresentado, afora isto é somente arrumar empregos ou meio de ganhar dinheiro e o pecuarista cada vez mais ser levado à uma enganação. A rastreabilidade dos animais deve ser iniciada antes do nascimento, com informações corretas dos progenitores, manejo sanitário e manejo alimentar. e isso ser informado a um Banco de Dados, que a partir da compra de um corte cárneo em um supermercado o consumidor brasileiro pudesse ser informado caso queira de onde está vindo o animal que deu origem ao produto comprado.
Além disso, deveria ocorrer a auditoria da carne para saber se esta não contém produtos nocivos à saúde humana. Bem como foi dito anteriormente, o sistema é complexo e deve ser levado a serio.
Um conhecido meu, até hoje compra a vacina da aftosa, guarda a nota e enterra os frascos, assim caminha a classe ruralista, jamais sairemos dessa. Só nos preocupamos com o “baixar custo”, não atuamos em agregar valor à nossa carne.
Sou produtor no RS, nós produtores caminhamos “olhando de binóculo”, bem longe, a cerca do fundo, a aguarda, o carrapato, mosca do chifre, o mercado? Ao nosso lado irá nos atropelar e derrubar….sucumbiremos e outro produtor maluco nos sucederá (faz anos que é assim, aqui). A TERRA TEM SUA PRÓPRIA VOCAÇÃO E ASSIM POR DIANTE ! até cair a ficha.
Parabens sr.Humberto pela colocação,em minha região sempre coloquei esta opinião.
Aproveitando a matéria acima, ref. sisbov, sou pequeno produtor em Rondônia e me sobrou também uns papeizinhos de bois rastreados pois à época os frigoríficos não diferenciaram no preço em nem um mízero real, vou guardar, quem sabe um dia poderão ter valor como documento histórico.
Também não vou aderir à rastreabilidade.
Lamento profundamente a tônica deste artigo, e ainda escrito por um produtor do nosso país, falta de informações tem hora que nos assusta, faço das palavras do Dr. Otavio Cesar Bucci Mato Grosso – Consultoria/extensão da empresa Rastrear Assessoria Planejamento Agropecuário – Médico Veterinário minhas palavras, pois a certificação de propriedades e rastreabilidade de bovinos e bubalinos é de responsabilidade de toda a cadeia produtiva, produtores, certificadoras, frigoríficos, serviços de defesas dos estados, do ministério da agricultura dentre outros, precisamos ser modernos, avançar, ir para frente e ter produtos com qualidades e transparência.
Chamo atenção para um aspecto importante que não devemos esquecer, o Mercado interno: acho que o consumidor interno deve receber tratamento igual ao consumidor externo e é isso que deveríamos estar preocupados, oferecer produtos com qualidades e com certificação de origem, por isso devemos tratar com toda seriedade o Novo SISBOV, com certeza trará benefícios a todos, e claro, tratar todos seguimentos deste setor com devido respeito, e cumprir de forma cabal e correta a legislação em vigor, para podermos ter ganhos na produção e qualidade nos produtos, certificação de propriedades e rastreabilidade de bovinos e bubalinos, é segurança alimentar, responsabilidade e respeito ao consumidor.
João Abadio Pereira
Diretor Presidente
Parceria Certificadora
Diferenças………
Muito boa todos estão certos em seus comentários salve o colega Antenor Massaki enquanto não nos agruparmos vamos morrer devagar vendendo nosso rebanho e terminando de sucatear nossas propriedades com pastos velhos degradados, cerca remendada, casas de funcionários caindo, curral sem porteira e por ai vai.
Enquanto isso os eleitores do LULA recebendo bolsa de tudo quanto é coisa hoje uma familia brasileira com 3 filhos recebe algo entorno de R$ 1.500,00 por mês sem fazer nada e vocês acham que eles estão preocupados com quem vai olhar brinco em boi, se a idade bate com a que está no GTA, se der uma diferença de 1 dia na era do animal já era perdeu tudo quem consegue ver 6 números num embarque com o curral cheio de barro?
Caros colegas nós somos um bando de “burros” que continuamos lutando no nosso negócio cada um por si. Enquanto um bando de burocratas vão fazendo leis e nós engolindo a seco, eles agora estão preocupados com os R$ 40 bilhões da CPMF e nós como fazer para pagar o 13° salário esta é a diferença
Parabéns ao Humberto pelas colocações e pela coragem em tornar clara sua posição. O Roberto Trigo complementou muito bem o texto inicial.
Temos de ajustar o sistema, perder o lote por erro de leitura ou porque um boi perdeu um brinco é absurdo e intolerável.
Só concorda com isso, e com outros absurdos do Novo Sisbov, quem não trabalha com gado.
Concordo plenamente com os artigos citados aki!
O Sisbov só complicou a vida dos pecuaristas e vai complicar mais ainda com o NOVO SISBOV!
Sem falar que nunca a diferença de ganho por @ chega à R$3,00, se for bem negociada perdemos apenas R$1,00 por @, o que compensa muito se você for colocar tudo no papel; dor de cabeça, correria, stress dos animais, perda de peso dos animais antes de ir para o matadouro, manejo em geral, gastos.
E a qualidade dos brincos? O que que é isso? Sempre se quebram os botons, ocorre uma perda de 5% à 10%. Os brincos primeiramente deveriam passar por testes rigorosos de qualidade.
Sou mais um pecuarista que não vai aderir ao SISBOV, vamos nos juntar que com certeza conseguiremos mudar o sistema! Ou cria um sistema eficiente e de fácil adaptação e manejo ou o SISBOV já ÉRAS !!!
Abraço à todos.
Muita oportunas as declarações do Sr. Humberto na avaliação do atual Sisbov. O que era ruim vai tornar-se pior.
E agora com o esse relato, ficam as perguntas: tentar fazer o que é praticamente impraticável para agradar a quem? Arcar com mais ônus pra quê?
Certa vez, ao assistir ao abate de um gado rastreado num desses grandes frigoríficos, verifiquei que a primeira coisa que se faz após o abate do animal é o corte das orelhas (junto com os brincos), que são então lançados num buraco no chão. Ao indagar ao operador da balança sobre como se fazia a identificação posterior se os brincos são descartados num monte comum, animal após animal num processo initerrupto, ele me disse que dali em diante (no descarte das orelhas) já não era mais possível, ou seja, todo o trabalho assumido pelo pecuarista até então era perdido naquele momento.
Aquela conversa de que seria possível em tese identificar de qual boi originou aquela carne que está na prateleira do supermercado através do nº do animal registrado no Sisbov é mais uma conversa pra inglês ver. Pois o processo foi interrompido logo naquele que é um dos maiores interessados, já que precisa vender o produto num mercado cada vez mais exigente. E convenhamos, contratar mais uns poucos funcionários para dar continuidade ao processo de rastreabilidade, logo para o ente mais forte da cadeia, não seria nenhuma dificuldade. É só uma questão de ter boa vontade em “passar o bastão” para o próximo elo da cadeia – supermercados, casas de carne , etc.
Restam algumas dúvidas:
– Pra quê obrigar colocar um brinco maior numa orelha específica e o menor na outra se, o que importa realmente é a identificação em si. Melhor seria deixar livre para que cada um ajuste do jeito que achar melhor, de acordo com a realidade de cada propriedade, afim de facilitar a observação do nº do brinco, assim como era no início do Sisbov.
– Pra quê obrigar a repetir os 6 números para o nº do manejo? É um nº exagerado de dígitos e que dificulta e muito na hora da lida (dificulta o funcionário “cantar”, anotar, o que aumenta as chances de erro). O melhor seria como era no primeiro Sisbov, deixar livre para o pecuarista decidir como melhor lhe convier (seja optar por um nº menor de dígitos ou associar letras e nºs, etc), desde que o nº de manejo esteja associado a um nº do Sisbov e ponto final.
– Pra que fixar cor de brinco?
Me pergunto: é má vontade mesmo, muito tempo ocioso ou é porque eles são bons no que fazem… Burocracia.
Lembro que a criação do novo Sisbov foi amplamente divulgada. Participaram das discussões todos os elos, o Governo representado pelo MAPA, a indústria por suas associações, e os produtores pela CNA. Portanto nenhum setor pode agora se eximir.
O que acontece é que as emendas e acertos posteriores estão fora da realidade. Isto sim deve ser discutido.
Outra coisa, o novo Sisbov é voluntário, isto é muito importante que fique claro. Nem toda propriedade está apta a receber a certificação, e nem todo pecuarista tem interesse em aderir.
O que estou entendendo com toda esta discussão é que estamos passando por um novo momento na pecuária, uma nova cultura de produção, principalmente nas questões de registros, controles e prestação de contas, talvez seja o fim da era da pecuária romantica. Toda nova cultura leva no mínimo uma geração para ser assimilada, contudo um dia tem que começar.
Para finalizar lembro que questões fiscais também emperram a evolução deste sistema de identificação individual, rastreabilidade e certificação.
Meu gado foi rastreado no antigo sistema, e agora tornei a rastrear no novo. Teimosia?? Burrice ?? pelo jeito a resposta é sim! e sim!
Do rastreamento novo, ainda não vendi nenhum boi, do antigo, já vendi um pouco, e se os amigos querem saber duma coisa, esse rastreamento para mim foi muito útil, pois aqui em volta da minha cidade, num raio inferior a 60 Km, existem pelo menos 6 frigoríficos, aos quais eu sempre consulto quando vou vender o gado, e me dá um prazer imenso em fechar negócio com o frigorífico que não me exigiu a rastreabilidade e pagou melhor do que o que fazia questão que o gado fosse baio e rastreado, e um prazer maior ainda em dizer isto para o comprador exigente.
Parabéns Dr. Humberto.
Eu, sou médico veterinário e trabalho na região de Dourados MS, fazendo rastreabilidade. E vejo um sério problema que o pecuarista vai ter com esse novo Sisbov. O fato da reposição, o arrendamento, e também talvez o mais grave, o de ter o gado rastreado, engordá-lo, ficar um tempo com ele na fazenda e na hora de abater, por causa de uma iregularidade, apenas uma, ele perderá toda a rastreabilidade daquele lote.
Outro problema que temos aqui na região, como já foi dito anteriormente pelo amigo, Max Simões, é o fato de os frigorificos da região pagarem o mesmo preço pelos animais não rastreados, quer dizer, se você rastrear irá ter um custo e na hora de vender vai receber a arroba igual a quem não rastreou.
Então, acredito que ainda exista muita brincadeira de má fé, com o pecuarista, que é sério, honesto que acredita, produz e vende um produto de ótima qualidade.
Muito antes do Sisbov já brincava e pesava meu gado desde a primeira passagem pelo curral e se possível também identificava quem era a mãe do bezerro ou bezerra e dai em diante tudo era controlado, inclusive ganho de peso e parição. Aderir ao Sisbov foi só trocar de brinco e casar os dados no computador, aderi na primeira hora.
Ai começaram os problemas, (tudo documentado com recibo e protocolo) planilha entregue no início de dezembro. O primeiro lote saiu em março e foi como não rastreado, a certificadora não deu entrada no sistema. Chegaram DIAs, conferi com as planilhas enviadas e devolvi mais de trezentas com sexo trocado e data de nascimento com diferença de anos, erros de digitação.
O segundo lote de brincos, tive que trocar porque segundo rastreadora deram o mesmo número para mim e para outro e o outro entrou primeiro tive que comprar outros brincos e refazer tudo.
Em março, pedi o quarto lote de brincos para colocar na vacina de maio, eles chegaram em agosto, coloquei em novembro e quando mandei as planilhas foram devolvidas porque o brinco tinha validade de seis meses e não me informaram isto, mostrei a nota fiscal de agosto, contava do pedido e não da entrega. Mais pedido de brinco e nova troca de brinco, novas conferencias, digitação errada, sexos trocados, datas de nascimento com anos de diferença, faltando DIAs, IMA querendo saber das DIAs para carimbar. Sei lá quais vão embarcar. Os primeiros 200 animais que passarem pela balança e derem peso serão embarcados, o lote tem 280.
E muita gente pondo brinco no caminhão. Não vou rastrear, pelo menos por enquanto, não compensa para o produtor só para a rastreadora, para o fabricante de brinco, para o fabricante de DIA, para o auditor. Para mim não!
Podemos observar de novo os conflitos existentes por parte de alguns elos da cadeia produtiva. Porém, seria leviano esquecermos que o “Novo Sisbov” foi exaustivamente discutido por todos os integrantes da mesma, antes de ser aprovado!
No entanto, se a classe produtora se sente tão pressionada ou responsável pela administração do Sisbov, como cita Sr. Humberto Tavarez, faz-se necessário algumas colocações que resumem o conceito de Estabelecimento Rural Aprovado Sisbov – ERAS:
1) Uma única certificadora por propriedade, responsável pela inclusão e acompanhamento do processo.
2) Todos os animais do referido estabelecimento deverão estar identificados, com exceção dos animais nascidos na propriedade, que têm o prazo para tal até o desmame ou na ocorrência de sua 1ª movimentação.
3) Que o produtor tenha condições de fazer os apontamentos mínimos necessários, como movimentações dos animais (entrada, saída, nascimentos e mortes), controle de insumos e seus estoques (veterinários, nutricionais e agrícolas), bem como, registro dos eventos sanitários (vacinações, controle de endo e ectoparasitas e administração de medicamentos).
Não obstante, o “Novo Sisbov” além de ser voluntário, permite ao produtor que ele mude de certificadora a qualquer momento do processo, sem nenhum ônus, caso julgue conveniente ou não comungue dos procedimentos adotados pela mesma.
Em relação às desclassificações dos animais nos frigoríficos, lembramos que as exigências são do DIPOA, departamento subordinado à secretaria de defesa agropecuária – SDA, que é na verdade, responsável pelos protocolos sanitários relacionados aos produtos de origem animal.
O Sisbov tem contribuído documentalmente, desde a implementação da inspeção ante-mortem com as garantias exigidas, no tocante aos prazos de permanência dos animais na base nacional de dados – BND e em área habilitada para exportação para a União Européia.
No relatório preliminar dos técnicos da UE em visita ao nosso país no mês passado, foi citado a necessidade de se garantir de fato o cumprimento desses prazos e, para tal, o MAPA vem buscando junto aos órgãos estaduais de defesa agropecuária, responsáveis pelas emissões de GTAs, soluções, como por exemplo a GTA eletrônica.
Todavia, as exigências que nos parecem óbvias em relação aos controles sanitários, bem como, preocupações com segurança alimentar, misturam-se com interesses políticos, como por exemplo a conveniência de continuarmos sendo fornecedores de carne bovina para a UE. Interesses bilaterais, é claro!
Poderíamos pensar na Rússia que voltou abrir as portas para nossos produtos e, até mesmo a China que tem sinalizado a possibilidade de comprar nossa carne. Mas, seria ingenuidade de nossa parte, pensarmos que a rastreabilidade ou algo similar, com o nome que quisermos batizar, faça parte do passado!
Parabéns ao eng. Humberto.
Chega, após 30 anos de seleção no Nelore (Padrão e Mocho), com o Sisbov atual, estamos abandonando da pecuária.
Sds. a todos,
Acredito que a solução para o Sisbov é ouvir mais todos atores da cadeia produtiva, pecuaristas devem estar informados detalhadamente que é optativo o sistema e se quiser aderir devem seguir normas operacionais.
Pois o grande problema hoje são as resoluções prepotentes e burocráticas que os românticos do MAPA confeccionam mensalmente, são em 99% dos casos inoperantes patrocinando não conformidades.
Certificação de agroalimentos é sério e lucrativo, com o Sisbov cheio de furos, como estarão nossos GLOBALGAP, ISO 22.000 e outros, empresas do ramo deveriam ser menos extrativistas e mais eficazes!
Sisbov é a ponta do iceberg das falhas presentes em nossas certificações e deve se tornar com a união, humildade e honestidade de todos, exemplo mundial de qualidade total tupiniquim.
Quarenta e oito cartas no momento em que escrevo, acho que vamos bater o record. Isso mostra que o assunto está engasgado, e deixa clara a vitalidade e a importância deste espaço do BeefPoint dentro da pecuária de corte brasileira.
Mais uma vez faço um agradecimento geral a todos que investiram seu tempo para escrever algumas linhas de apoio ou de contribuição para o debate democrático, e, na impossibilidade de comentar cada carta pessoalmente, me atenho a alguns pontos.
1) Acho que não mereço ser chamado de desinformado e nem de pára-quedista. Basta fazer uma pesquisa aqui no site com as palavras Humberto Tavares, para ver que há muito tempo venho brigando contra as barbaridades que queriam, e conseguiram, fazer.
2) Também sei muito bem de que se trata e quão importante é a certificação. Só questiono a burrice da identificação individual de animais e a criação de medidas que na prática transformaram aquilo que seria voluntário em virtualmente obrigatório, pelo menos em Goiás. Para mim, foi uma surpresa constatar que muitos dos que enviaram comentários vinham conseguindo comercializar gado não-rastreado por bom preço. Não foi isso, absolutamente, o que constatei entre meus conhecidos.
3) Voltando à certificação, papelada e inspetores na fazenda, sei bem o que é lidar com isso, pois de um lado tenho gado PO, e de outro sou graduado em Engenharia Naval, embora desde 1990 não mais exerça esta profissão. Para quem não sabe, foi o comércio marítimo que inventou as certificadoras. Imagine um armador londrino em 1800, sem Internet e nem mesmo telégrafo, tendo que contratar, concluir que o serviço foi feito conforme contratado, e então pagar um reparo emergencial de seu navio em Shanghai. Imagine a companhia seguradora, tendo que acreditar que o navio foi reparado a contento e poderia seguir viagem, segurado, e sem riscos para ele e para a carga. Pois é, foi assim que começou…
4) Sabendo do valor da credibilidade, faço votos de que um dia a Parceria Certificadora, empresa criada pelo João Abadio, e muitas outras empresas semelhantes nascidas recentemente por este nosso Brasil afora, atinjam rapidamente o mesmo patamar de confiabilidade de um Lloyd´s Register, de um Bureau Veritas, de um Germanischer Llloyd, de um Det Norske Veritas, de um American Bureau of Shipping, de um Nippon Kaiji Kyokai.
5) É muito importante atender ao convite do Márcio Sena Pinto, e estar presente ou se fazer representar no dia 13/12/2007, às 10:00, no plenário 6 do Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
6) O argumento de que o Sisbov serviria para ensinar os pecuaristas a sair do mar de ignorância em que viviam e vivem foi sempre utilizado com a maior cara-de-pau, por gente que não percebe que isso só os leva ao descrédito. Como dizia o saudoso Bussunda, fala sério…
Parabéns Humberto pelas belas palavras em seu artigo.
O pior de tudo no novo Sisbov é a desclassificação inteira do lote em caso de alguma falha no momento do abate.
Com um número de manejo tão extenso (6 dígitos) e uma mão de obra que muitas vezes mal lê e escreve, ler este número no brinco, anotá-lo e separar o respectivo D.I.A dá margem para erro nas 3 etapas. Errar faz parte, não somos perfeitos e não deveríamos ser penalizados de forma tão radical.
E quando se perde o brinco dentro do caminhão, a caminho do frigorífico? Sou culpado por isso? Já fui penalizado por essa situação. É uma tremenda injustiça. Nessas horas a presença do bóton não faz nenhum sentido, pois o frigorífico não o aceita. E desclassifica o preço da arroba do boi como se não houvesse um mercado interno para absorver essa carne.
Humberto,
Quero lhe dar os parabéns pela excelente reportagem. Se dependesse só de mim, também não rastrearia nada, pelo menos por enquanto.
Creio que algo será mudado, pois não há menor possibilidade desse sistema funcionar. Quem o fez nunca foi numa fazenda e não conhece as várias etapas de produção. Temos que nos unir e estar presentes nas discussões a respeito, para pelo menos colocarmos de uma forma que possa ser feito.
Abraços a todos
Parabéns pelo artigo, sou pecuarista, médico veterinário e tenho mais de 200 fazendas cadastradas no Sisbov antigo, e menos de 15% estão no ERAs, os que não estão vão pagar para ver o tiro nos pés que o Mapa vai dar, se realmente cancelar os animais do Sisbov antigo.
O que o Mapa quer fazer retrata o quanto não conhece da pecuária brasileira, e está passando a tarefa para o fazendeiro e deixando-o sem respaudo algum parante o frigorífico.
Essa coisa de um animal com brinco invertido condenar o lote, é mais que absurdo é um verdadeiro assalto ao produtor que leva anos para levar um animal para o abate.
Caríssimo Humberto! Pecuarista e Engenheiro da POLI como eu (Mec. de Projetos-1969/1973)! Tempos bons para mim na Engenharia e na Pecuária onde eu não tinha experiência e consegui melhoras no rebanho através de Genética (Marel e outros touros), Nutrição e Manejo (iniciei “rastreamento” para seleção interna, com identificação individual dentro da fazenda em 1994, viável no meu sistema de Cria, Recria e Engorda, sem compras de animais). Fiz meu rebanho, atualmente muito produtivo. Minha propriedade é em Goiás.
Sinto a sensação de estar morrendo na praia…
Eu era frontalmente contrário à exigência de rastreabilidade. Comentei artigo anterior seu neste excelente espaço que é o BeefPoint, por lamentavelmente, não acreditar em seriedade de grande parte dos brasileiros.
No entanto, senti-me forçado a rastrear meu rebanho, entrando já no dito Novo Sisbov, porque entre fevereiro e maio de 2007, simplesmente eu não conseguia vender bois e/ou vacas para os Frigoríficos que eu considerava “mais idôneos”; todos queriam apenas animais rastreados; houve apenas um que disse que talvez “desse um jeito… transferindo…, etc…”; eu não quis correr riscos.
Contratei uma Rastreadora de …; ela ainda existe! Envia-me documentos via Correios com endereço e nome incompletos, meu sobrenome aparece, ora com apenas 1 “z”, ora com “e” no final, envia-me boletos bancários e os substitui na véspera do vencimento, e, assim vai… Uma verdadeira m… ai do pecuarista que mandar pro frigorífico um nome com uma letra errada ou omitir algum dado de seus animais!
E a Agrodefesa, minha velha conhecida? Continua emitindo GTAs com nomes errados, má vontade (dependendo do escritório/cidade), total desconhecimento das regras do Novo Sisbov e, pior, passando informações erradas, como “você pode reaproveitar brincos de animais mortos em outros”.
Pior (ou melhor???): assim que “brinquei” meus animais, entrou no mercado um Frigorífico em Quirinópolis (o 4 Marcos) que ainda não podia comprar rastreados e pagando mais que os outros que só compravam não rastreados!
Ainda a respeito da Rastreadora: informaram-me que os proprietários são funcionários públicos graduados… Será que pode?
Desculpem-me pelo desabafo, mas estou exausto e ficando com a saúde abalada. Parafraseando um amigo: acho que se eu fosse mais jovem sairia deste pais…
Confesso que não li todas as cartas, mas concordo plenamente com o Humberto e com a maioria dos leitores que se interessaram pelo assunto.
Houve uma grande falta de conhecimento ou ingenuidade (será que poderia ter sido algum tipo de interesse?) por parte dos técnicos do MAPA ao aprovar esse tipo de rastreabilidade. O Brasil não é igual a Europa, onde o criador tem 10-20 vacas e passa parte do ano acariciando os animais, pois neva e eles precisam ser estabulados. Nossa realidade é bem outra.
Todo mundo sabe que o melhor sistema seria nos frigoríficos, iniciando o exame dos animais ainda vivos e classificando-os pela raça, sexo, idade aproximada, peso e cobertura de gordura. Precisa mais?
Com o “perfeito” sistema atual, será que o contra-filé embalado para exportação origina-se Realmente do animal que está identificado na etiqueta? Pela minha pequena experiência em acompanhar abate, eu acho que não.
Eu, e milhares de pecuaristas por todo o Brasil, fazemos a rastreabilidade, pois trabalhamos com gado PO (Nelore, no meu caso). Os animais são acompanhados e comunicados desde a cobertura. Sei o trabalho que dá para fazer bem feito! E sei também os custos que estão envolvidos. E, pelo que sei, nem o gado PO pode ser considerado como rastreado de fato, pois existe ainda a complicação da Fazenda.
E o preço? Ao contrário do que muitos pensam, o boi rastreado não é mais valorizado do que o comum. O comum é que é mais barato do que o rastreado; lembram-se? Parece até uma “pegadinha”.
Acho que também vou aderir à idéia do Humberto e de outros leitores e desistir de rastrear o rebanho da fazenda.
Por motivo de viagem ,estou tomando conhecimento deste assunto somente agora. Faço parte da diretoria da ABRAPEC, que é uma associação de pecuaristas na maioria de Araçatuba, mas com propriedade em diversos estados.
Nossa associação encaminhou várias sugestões de mudança no Sisbov a quase um ano atrás para a FAESP, através do SIRAN (sindicato rural da alta noroeste). Documento este que deveria ser encaminhado a CNA.
Neste documento já expressávamos as grandes dificuldades de implantar tal sistema: entre outros, leitura de brincos na propriedade, dificuldade de participar no sistema de propriedades em condomínio, bem como de arrendamentos, proibição de adquirir animais de outras propriedades a partir de 01/01/09 (onde vamos achar animais para reposição rastreados?) mais outros absurdos.
Portanto já prevíamos o que iria acontecer neste sistema.
Outro fator que não foi devidamente ressaltado, é a participação dos orgãos estaduais de controle da sanidade, que pela minha experiência estão totalmente incapacitados de exercerem um mínimo de controle dos rebanhos de nossas propriedades, pois não possuem material humano para isto nem recursos suficientes (erram demais no controle das fichas de vacinação).
Outra questão é que se o sistema não tiver participação efetiva de muitos pecuaristas, não haverá volume necessário para os grandes frigoríficos operarem.
Portanto, nossa sugestão é que se simplifique ou acabe este controle por brincos individuais.
Caro Humberto,
Não li todos os comentários, quero tirar tempo para lê-los, mas com o pouco que li a única certeza que tive é a de que desinformado você não é mesmo, e fornece os dados com muita concistência.
Queria muito estar presente no dia 13/12/07, mas até o momento não será possível, mas já estou muito contente com o que vejo e é a nível de Brasil, onde os produtores se uniram não aderindo ao ERAS, e como já disse a um tempo atrás, “o ERAs já está quase indo”.
Parabéns ao senhor Humberto e ao BeefPoint por estimular essa discutição tão importante para o Brasil.
Hoje como consultor de pecuaristas e de uma Cooperativa frigorífica que já está operando, isso muito nos preocupa, pois sabe-se da dificuldade que o novo Sisbov está se tornando.
Com tanta dificuldade do pecuarista manter seu cadastro no Sisbov em ordem, isso vai levar a duas coisas. Primeira a desistência do Sisbov -EERAS por grande parte dos pecuaristas. e segundo a informalidade dos documentos, pois tanto o frigorífico quanto o pecuarista vão ter que “camuflar os dados”.
Parabéns a todos que leram esse artigo de suma importância e parabéns Senhor Humberto.
Parabéns a Sr. Humberto. E acho que ele tem certa razão, eu ainda não entendi como um brinco na orelha de um boi pode melhorar sua sanidade, mas isso aqui é Brasil. Fica aqui uma pergunta de nossas exportações quanto porcento a Europa compra?
Quando qualquer um de nós vai abrir uma atividade comercial de venda de produtos perecíveis, temos que seguir normas de higiene, saúde, sanidade não é certo, então porque as autoridades competentes não fazem o mesmo com a atividade pecuária, inspeção nas fazendas para ver se foi vacinado, se aplicou vermífugo, se seque normas de boas práticas e saúde animal.
Os que não se enquadrarem ai sim devem ser punidos, mas isso não vai dar lucro a mais para ninguém e os Iagros da vida não são capazes de auditar as propriedades ou estão la só para receber as notas de compras das vacinas. Não vi nenhum órgão governamental de controle fazer isso.
Abraços
Parabéns ao Sr. Humberto que contando com a abertura que tem o BeefPoint, no lançamento desta tão importante matéria. Se o Sisbov foi criado com o objetivo de incremento a sanidade animal, condição necessária ao comércio exterior, que as autoridades governamentais assumam as diretrizes, como as são no controle da sanidade animal como a Brucelose, Tuberculose, e principalmente a Febre Aftosa. Para isso, haverá a necessidade da participação ativa do produtor da matéria prima e incremento da mão de obra especializada por parte da esfera governamental.
Parabéns Dr. Humberto!
Após ler seu artigo e os comentários que suscitou, firmo a convicção de que seu texto acordou o Brasil pecuário.
Realmente, é preciso coragem, determinação, paciência e muita inteligência para demonstrar que as boas intenções não bastam, é preciso ter uma mínima noção da realidade para verificar que o Sisbov I e II, não foram bem elaborados.
A lógica de que abandonar o sistema é retrocesso não serve. É óbvio, que se esta comunidade que acessa o BeefPoint, constituída por um público diferenciado, identifica claramente que o sistema não vai funcionar é porque está tudo errado na normatização, que foi gerida para tentar superar uma barreira comercial.
Ninguém é contra a criação de normas de controle de qualidade. Todos sabemos que o planejamento com descrição e controle de etapas melhoram a eficiência, mas é preciso começar pelo alicerce.
Não podemos confundir a rastreabilidade com a certificação de processos. Existem muitas etapas para superarmos antes do controle individual de bovinos e bubalinos pelo Ministério da Agricultura, porque controle individual muitos produtores já faziam.
O Sisbov começou pelo fim, imaginou que um RG para cada bovino seria o suficiente para dizer ao mundo que superamos todas nossas deficiências.
Em 25/09/2007, o consultor Louis Psacal de Geer escreveu um texto para o Beefpoint sob o título “Chegou a hora de ficar visível” onde além de apresentar sua percepção do mercado internacional denuncia os importadores por manipulação e, em 01/10/2007, o Eng. Agr. Fernando Sampaio, em carta ao nosso ponto de encontro, com o título “Cheio de orgulho”, destaca que em visita ao Brasil verificava vontade, dedicação, competência e trabalho duro e alertava para os graves problemas da produção da carne bovina na Europa.
Que temos muito por fazer ninguém discorda, mas a imensa diversidade da produção ganadeira do Brasil não vai ser resolvida por um único normativo.
A adequação a processos de certificação deve ser encaminhada por etapas com normas específicas e níveis de graduação para todos os elos da cadeia, ou seja, certificações para produtores, para transportadores, para frigoríficos e para os agentes públicos.
Para finalizar, mais uma vez, quero saudar o Dr. Humberto, produtor que não conheço pessoalmente, mas que já me impressionara muito bem em sua entrevista no link “fazendo a diferença” apresentada por este portal em março do ano passado.
Abraço a todos e feliz 2008.
Concordo plenamente com o Humberto de Freitas, pois este Sisbov, do jeito que está para ser implantado, é o maior dos absurdos, que a pecuária nacional pode presenciar dentre todas as normativas implementadas pelo governo até hoje.
Olha o absurdo, um grande amigo meu, aderiu ao novo Sisbov e fez o rastreamento de todos os animais que vão permanecer na fazenda por mais tempo, apenas um lote de 30 vacas de descarte que iriam ser abatidas em frigorifico que abastece o mercado interno, não foram rastreadas, ao receber a visita de um certificador, foi ameaçado, caso não rastreasse aqueles animais, perderia todo o trabalho, tempo e o dinheiro gasto com o rastreamento dos demais animais, e a fazenda o status de ERAS.
Isto é o verdadeiro absurdo, é como o Humberto disse, assim o pecuarista não é mais dono de seu nariz e sim um escravo de normas impostas guela a baixo e o pior, por gente que não conhece o funcionamento de uma fazenda de pecuária, nunca foi ao campo, desconhece a realidade.
Não é o brinco que vai garantir um animal saudável, com carne de qualidade, e sim o próprio animal, seu manejo e sistema de criação, engorda e terminação, o manejo sanitário e a manipulação da carcaça após a morte deste animal.
Certamente que precisamos produzir animais saudáveis e com carne de alta qualidade, mas não só para europeus, o povo brasileiro que consome mais de 70% da produção nacional, também merece respeito e consideração. Quem é pecuarista de fato, já se preocupa com a saúde e a qualidade da carne de seus animais.
Tenho a certeza, que a CNA, os técnicos, os pecuristas, os frigoríficos e o Governo, precisam sentar, discutir o assunto e elaborar um controle mais simples e funcional, onde os pecuaristas se sentissem estimulados a aderir ao sistema, e não do jeito que está, onde só existe penalizações, e nenhuma vantagem. Precisamos reformular esse Sisbov, do jeito que está não da para ficar.
Otimo artigo do Pedro de Camargo Neto, pecuarista experiente, lider de classe e que conhece a fundo o MAPA
http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/primeirocaderno/opiniao/Um+apagao+sanitario,,,58,4699488.html
Quem nao conseguir acessar o outro link, tente este
http://si.knowtec.com/scripts-si/MostraNoticia?&idnoticia=12539&idcontato=2116&origem=fiqueatento&nomeCliente=FUNCEX&data=2007-12-20
Sr Humberto, parabéns.
Estava rastreando meus animais a duras penas desde 2002. Sofrendo todos os percalços que um sistema burro, mal feito, ia sendo empurrado goela abaixo, a todos os pecuaristas sérios, que tentavam dar um minimo de credibilidade a esta rastreabilidade “para inglês ver”. Mas depois de ser penalizado por frigoríficos, pendendo R$ 3,00 por @ num lote de 300 bois por causa de um certificado errado, entendi, pagando caro por isso, que infelizmente o sistema de rastreabilidade só interessa as certificadoras, aos fabricantes de brincos/botons, e aos frigoríficos que se utilizam do terrorismo comercial para desclassificar os lotes rastreados com um erro banal de leitura de número ou de papel trocado, pagando a menos pela arroba, como se cada boi estivesse amarrado ao outro sendo uma coisa só.
No inicio da rastreabilidade no Brasil, fui solicitado por um frigorifico grande que, para exportar meu gado, eu deveria numerar a tinta, o lote que ia para o abate, de 001 a 230, individualmente. Eu tive que queimar a fogo os números em todos os animais antes do embarque. Seria comico se não fosse trágico.
Portanto a rastreabilidade não é coisa séria. Brinco não é e nunca será vacina de sanidade, e nem deveria-se falar em quarentena. Quarentena pra brinco. É brincadeira.
Eu tenho a solução para rastrear todos os animais do Brasil, ou da minha propriedade: a nota fiscal de venda!
Eu só vendo bovinos para o frigorifico, com nota fiscal, e GTA. A partir daí, meu gado já está devidamente rastreado. Quando o meu lote é abatido no Frigorifico, às 7:00hs, e termina às 8:00hs, toda a carne daquele lote que morreu naquele horário, pertence ao “Sr. Edward José Bernardes, da Fazenda Renascer do municipio de Angélica-MS, etc, etc, etc…”.
A nota fiscal e os dados constantes na nota fiscal são mais do que suficientes para mostrar ao mercado comum europeu, através de uma atitude do frigorifico de colocar uma etiqueta em cada caixa, de onde veio aquela carne de boa qualidade que está no supermercado.
Saí do sistema. Não rastreio mais. O sistema ERAS pra mim, também já era.
É um embuste, uma palhaçada, uma safadeza. É um terrorismo comercial, imposto pelas delegações estrangeiras que vem aqui impor regras obscuras, burras, sem sentido e com a conivência do governo, ministério da agricultura, frigoríficos e etc.
Quando houver um sistema sério, compatível, condizente com os anseios do mercado, mas que agregue valor à minha mercadoria, estou disposto a implantá-lo em minha propriedade. Do contrario, estou fora.
Desculpe o desabafo.
Não podemos achar que os Europeus vão voltar atrás em relação a rastreabilidade. Eles fazem exigências em relação ao produto que compram como qualquer outro consumidor.
Temos que produzir com competência e o mínimo de organização se quisermos exportar para a Europa. Ou vamos abrir mão desse mercado?
Os americanos também estão dizendo
SISBOV? Não brinco mais!
Veja em http://nonais.org/
Se tivesse tempo e paciência eu criaria um website exatamente como aquele.
Por lá a coisa está pegando fogo, já que os malucos do USDA querem tascar etiqueta em galinha, coelho, bode e por aí afora. Não vai ser fácil fazer o mesmo com abelhas e camarões, mas quem sabe?
Concordo plenamente.
Vou mais além, para que serve o GTA? Para dizer de onde o gado vem, suas vacinas (Aftosa, Brucelose…), validades e toda a informação para se rastrear o gado “de marcha ré”.
Se o boi veio para minha propriedade de terceiros, também tenho o GTA correspondente de quando ele chegou em minha propriedade, devidamente resenhado a marca de quem comprei e assim por diante.
Portanto o ratreamento existe tem muitos anos e funcionando muito bem. Por que agora inventam esse monstro de sete cabeças chamado Sisbov? Quem ganha com isso?
O produtor rural é que não é. Sou a favor da valorização do GTA como fator de rastreamento único e ponto final.
A emenda ao anexo à Decisão do Conselho 79/542 EEC, sobre novas regras para importação de carne bovina do Brasil, informava que as novas medidas se aplicavam a partir de 31/01/2008.
Isto quer dizer claramente que até aquela data valiam ainda as velhas regras, o velho SISBOV e não o novo.
Soubemos hoje não é assim. O nosso MAPA está exigindo as novas regras a partir de agora.
Isso provoca um caos em todos os contratos que previam o embarque em janeiro.
Falei com a nossa Associação na Itália – UNICEB – e eles achavam que nada seria modificado até 31/01/2008.
Perder o mercado europeu é muito sério porque perderemos de exportar também parte o todas as 5.000 ton de Quota Hílton que dá um prêmio ao frigorífico de 2500 a 3.500 USD por Ton.
Saudações cordiais
Antonio Alberti
Parabéns a todos que opinaram sobre este artigo e especialmente ao sr Humberto que teve a coragem de
tratar claramente de um assunto que está atravessado na garganta da maioria absoluta dos produtores brasileiros.
É imprescindível que cuidemos da higiene, sanidade e qualidade dos nossos animais, tanto a nível de exportação quanto a nível de consumo interno.
Porém pelo que percebi o que mais esta desistimulando os produtores são: a burocracia e o alto custo do sistema, precisamos encontrar uma saída onde possamos produzir com qualidade sem nos escravisarmos.
Gostaria de fazer uma pergunta que parece-me não ter visto nos comentários anteriores, com o novo sistema de controle proposto, como é que vamos fazer para repormos o nosso rebanho? E os leilões e feiras de bovinos vão sobreviver?
Precisamos encontrar uma forma de motivar a atividade rural como um todo, os nossos jovens estão perdendo o interesse pela vida no campo, isto não será bom para o futuro, vamos nos unir em favor do campo, especialmente as nossas autoridades, com pequenas excessões, que parecem ignorar totalmente a classe produtora rural, a percepção que temos é de que acham que os produtores rurais pertencem a classe mais privilegiada do país. Grande engano!
Hoje se fizerem as contas, um pequeno produtor não consegue perceber líquido o valor equivalente à remuneração de um funcionário de nível médio, baixo, sem contar que não usufrui de férias; 13º salário; FGTS; salário desemprego; auxilio alimentação; horas extras, etc.
Obrigado a todos.
Saudações.
Concordo plenamente com as idéias de nosso caro Humberto de Freitas Tavares. Pessoas como ele me dizem que ainda existe vida inteligente nessa cadeia produtiva.
Saudações a todos.
Quero parabenizar a todos que escreveram sobre o tema do novo sisbov. O trem estava engasgado mesmo.
Precisamos respeitar a opinião de todos que aqui se manisfestaram, afinal o BeefPoint é um ponto de encontro e existem aqueles a favor e outros contra.
Irei procurar manter a neutralidade aqui.
Como disse certa vez um amigo meu e grande profissional de uma renomada empresa de brincos: um jogo de interesse, interesse em vender brinco, interesse em rastrear, interesse em ganhar um pouco a mais pela @.
Afinal, quem rastreou seus bois estava interessado em ganhar um x a mais, não estava?
Antes de escrever, visitei as reuniões da Câmara dos Deputados, site de entidades da classe, blog da Assocon. Bastante oportuno e recomendável o cálculo feito pelo Fábio Dias para encontrar o número exato de fazendas UE podem exportar para a UE.
Mas o que falar sobre o novo Sisbov: que negócio é esse que a UE nunca exigiu? De quem foi a idéia de que colocar um brinco estaria garantindo a sanidade de um boi?
O que falar sobre os frigoríficos: na lei de mercado, todo mundo quer comprar melhor e vender melhor. Não vão passar a mão na cabeça de ninguém e vão se aproveitar mesmo.
O que falar sobre orgãos de defesa agropecuária: leitor de código de barras, GTA, internet, computador…tem escritório que nem fax tem.
O que falar sobre as certificadoras: existe muita boa e muita ruim. Conheço algumas que até falsificar assinatura de gerente na visita já fez. Assim como conheço gente honestíssima e preocupada em resolver as questões de rastrreabilidade de seus clientes.
O que falar sobre o MAPA? Burocratas? Com certeza, eles deveriam conhecer a realidade do dia-a-dia de fazendas, não visitando somente fazendas top e interditando fazendas pequenas por causa de um detalhe no livro tal.
O que falar sobre os pecuaristas? Minha família cria boi no MT desde 79, e fico surpreso com as opiniões diferentes dentro de uma família, imagine numa cidade, região, estado. Tem tio meu que nunca vai nas palestras, reuniões para discutir algum tema, mas “mete o pau”.
O sisbov trouxe a tona a necessidade de escriturar melhor as fazendas. Para alguns foi um grande passo e representou mudanças profundas. Mas para tantos, que já tinham essa escrituração, veio como algo totalmente ultrapassado.
Rodo fazendas em todo Sudeste, Centro Oeste e Norte e poderia fazer uma lista sem fim dos prós e contras do Sisbov.
Mas creio que se tanta gente não está contente, é certo que algo está errado.
Um abraço a todos.
E tem mais, essa tal de rastreabilidade, aos moldes que nos estão colocando guela abaixo, desclassifica totalmente o médico veterinário, (que não teria competência para dar certificado de sanidade da propriedade), e portanto, e como consequência, as faculdades de Medicina Veterinária, o MEC, e portanto, o Governo Federal.
E agora.
São no geral boas as notícias que temos, no momento em que escrevo, sobre este tempestuoso assunto.
Em Goiás, os frigoríficos têm abatido em dias alternados, conforme a disponibilidade de bois rastreados. Um dia é de reses rastreadas, outro (ou mais, bem mais) de boi ou vaca sem brinco.
Até o momento isto tem sido aceito, e se assim continuar será plenamente satisfatório para pecuaristas e frigoríficos. Ficará configurada a sentença de morte para a rastreabilidade de gado de corte com exigência de identificação individual. Como bem sabemos, a única exceção em que ela é útil é na identificação individual de reprodutores europeus e de outras origens que sejam importados por brasileiros.
Façamos votos de que o MAPA deixe como está, e com isso mate por inanição estas polêmicas diretrizes relativas a gado de corte que, como disse o ministro Stephanes em entrevista ao Canal do Boi nesta última semana, foram criadas por pessoas alheias ao atual gabinete ministerial.
A má notícia é que continua a desclassificação de todo o lote caso um único animal traga o brinco em desacordo com o DIA. Estes pecuaristas, mordidos de ódio, com certeza dirão conosco:
– Não brinco mais!
Vamos ter sempre presente que, como mostrou o dep. Ronaldo Caiado, apenas 3,6% de nossa carne precisaria do Sisbov em seu formato atual. Isso seria facilmente direcionado para outros países.
Não vamos aceitar as pressões dos que contam com a desinformação do pecuarista para impor sua agenda perversa. Um exemplo disso é a noticia de hoje, plantada na imprensa, de que a carne uruguaia vai, num passe de mágica, tomar o lugar da carne brasileira na União Européia.
Vamos torcer para que finalmente deixem os pecuaristas e frigoríficos trabalhar em paz. Será pedir muito?
Eu aderi ao novo Sisbov!
Realmente o SISBOV da forma como está, não terá um futuro duradouro, precisamos modificar este sistema de identificação, que serve para os modelos europeus de produção, aonde as propriedades além de menores, não tem a diversidade das nossas, assim como estes DIAS que realmente como citaram alguns amigos são bastante problemáticos.
Minha sugestão é que o governo como beneficiário direto de um sistema sanitário mais confiável estimule a aquisição dos identificadores eletrônicos, pelos pecuaristas, através da redução dos impostos sobre sua produção, e mesmo um subsidio a sua aquisição, pois os custos até agora estão sendo pagos somente por nós pecuarisas, com isso conseguiriamos aumentar a sua utilização.
Hoje já existem no mercado dispositivos eletrônicos nacionais de identificação a um custo de R$ 10,00, assim que surgiram os primeiros custavam U$ 12,00, então se conseguisemos baratear isso para uns R$ 5,00, o governo entrava com 50% e os pecuaristas com os outros 50%. Pois o grande problema do SISBOV é a identificação e a transferência desses dados para os elos seguintes da cadeia produtiva da carne.
Ai sim teríamos um sistema seguro e auditável, além de muito mais prático, tanto para os pecuaristas que não teriam que mexer mais com esses “malditos” DIAS, quanto para os agentes fiscalizadores de qualquer esfera.
Eu aderi ao novo SISBOV por acreditar que apesar das inúmeras falhas esse é uma caminho sem volta.