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USDA projeta crescimento de 5,7% nas exportações mundias de carne bovina

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), direcionadas pelo crescimento econômico global, as exportações de carne bovina e de aves deverão se expandir. A produção de carne bovina ficará estável em 54,6 milhões de toneladas. Brasil e China são os únicos produtores importantes cujas previsões mostram um notável aumento na produção em 2008. As exportações de carne bovina dos principais comerciantes deverão atingir 8 milhões de toneladas devido aos ganhos obtidos por Brasil, Estados Unidos, Índia e Canadá. As exportações deverão se beneficiar do contínuo crescimento econômico em importantes países importadores de carne bovina.

Direcionadas pelo crescimento econômico global, as exportações de carne bovina e de aves deverão se expandir. Já as exportações de carne suína pelos principais exportadores deverão declinar levemente, à medida que a produção deverá cair no Canadá e na União Européia (UE).

Gráfico 1. Exportações de carne bovina dos principais países exportadores


Tabela 1. Comércio de carne bovina e de vitelo dos principais comerciantes, em 1000 toneladas (equivalente peso- carcaça)


Previsões para o mercado de carne bovina em 2008

A produção de carne bovina pelos principais comerciantes em 2008 ficará estável em 54,6 milhões de toneladas. Brasil e China são os únicos produtores importantes cujas previsões mostram um notável aumento na produção em 2008. Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), quaisquer mudanças no “Total” entre 2007 e 2008 devem ser desconsideradas à medida que as Filipinas não são mais incluídas no banco de dados do USDA após 2007, o que impacta negativamente na soma.

Brasil

A produção de carne bovina deverá aumentar em 4% para um recorde de quase 9,9 milhões de toneladas em 2008 à medida que os produtores se beneficiam dos elevados preços domésticos e das maiores oportunidades no mercado de exportação. Além disso, as melhoras de longo prazo na genética animal e na qualidade das pastagens sustentarão o contínuo crescimento na produção.

As exportações deverão aumentar mais de 10%, para quase 2,7 milhões de toneladas. Representando um terço das exportações dos principais comerciantes em 2008. Beneficiando-se das promoções de mercado, o Brasil continua gerando vendas em mercados não tradicionais, particularmente Oriente Médio, enquanto recupera sua posição no lucrativo mercado da Rússia, seu principal destino.

China

A produção deverá se expandir em cerca de 3% para quase 8,1 milhões de toneladas, ultrapassando a UE-27 para se tornar o terceiro maior produtor mundial de carne bovina. Surtos de doenças no setor suíno chinês resultaram em um aumento afiado no preço desta carne em 2007, o que estimulou a demanda por proteínas substitutas como a carne bovina.

Além da demanda residual devido aos problemas no setor suíno, a forte demanda doméstica por carne bovina continuará em 2008 como resultado dos Jogos Olímpicos de Verão, que sustentarão a maior produção.

As exportações de carne bovina dos principais comerciantes deverão atingir 8 milhões de toneladas devido aos ganhos obtidos por Brasil, Estados Unidos, Índia e Canadá. As exportações deverão se beneficiar do contínuo crescimento econômico em importantes países importadores de carne bovina.

EUA

Os EUA continuam lutando em sua busca por acesso a importantes mercados da Ásia após a descoberta inicial de EEB no país, em dezembro de 2003. Entretanto, as exportações de carne bovina dos EUA deverão aumentar mais de 19% em 2008, para 775 mil toneladas, devido ao contínuo aumento das oportunidades em seus vizinhos do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), Canadá e México.

A carne bovina dos EUA mantém fortes vendas ao Canadá e ao México, enquanto lentamente vai entrando no mercado japonês, apesar das restrições permitindo apenas carnes de animais de 20 meses de idade ou menos e do processo de verificação de idade. As previsões de exportações de carne bovina dos EUA refletem a atual suspensão das exportações à Coréia, aguardando negociações sobre novos protocolos de importação.

As importações deverão aumentar mais de 5% para quase 1,6 milhão de toneladas, com pequena mudança na produção, à medida que as importações de carne bovina de animais de mais de 30 meses de idade, do Canadá, deverão ser retomadas.

Canadá

Apesar de as exportações continuarem limitadas pelas restrições em muitos mercados devido à EEB, os EUA continuam sendo um importante cliente, responsável por quase 85% do comércio. As exportações deverão aumentar quase 15%, para 550 mil toneladas, apesar de estar ainda abaixo dos níveis de antes da EEB.

Apesar de o dólar canadense estar mais valorizado, os exportadores se beneficiarão da implementação da Regra de Risco Mínimo 2 dos EUA, que permitirá as importações de carne bovina de animais mais velhos.

Austrália

As exportações de carne bovina deverão declinar em quase 5% para pouco menos de 1,4 milhão de toneladas. Após o abate de grande parte do rebanho bovino durante a seca em 2007 e a continuação das condições de seca, as ofertas exportáveis se reduzirão e se as pastagens melhorarem, os produtores poderão segurar seus animais para a reconstrução dos rebanhos.

Apesar de a contínua ausência ou presença limitada dos EUA em importantes mercados de carne bovina da Ásia continuar significando oportunidades para a carne bovina australiana, os exportadores estarão prejudicados pelas ofertas limitadas e pela competição de preços nestes mercados onde a Austrália compete com os EUA.

Todos os principais importadores importarão quantidades maiores de carne bovina em 2008 à medida que a demanda deverá se fortalecer e maiores ofertas de carne bovina estarão disponíveis no mercado mundial. Como não ocorreram surtos significantes de doenças em 2007, os exportadores não passarão por rompimentos significantes na oferta e os importadores estão lentamente retirando as restrições comerciais, o que continuará tendo um impacto positivo no mercado mundial em 2008.

Rússia

A produção de carne bovina da Rússia continua declinando, criando oportunidades de mercado para exportadores como o Brasil. O consumo de carne bovina permanece forte, à medida que o crescimento econômico é direcionado em parte pelo aumento das receitas com gás natural e petróleo.

Tabela 2. Sumário de carne bovina e de vitelo em países selecionados, 1000 toneladas (equivalente peso-carcaça)


Tabela 3. Sumário de bovinos vivos em países selecionados, 1000 cabeças


Tabela 4. Consumo per capita de carne bovina em países selecionados, quilos por pessoa


Equipe BeefPoint

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