Mercados Futuros – 10/01/08
10 de janeiro de 2008
Para quem os sinos vão tocar
14 de janeiro de 2008

Mercado do boi tem semana de alta, oferta reduzida garante preços firmes

Nesta segunda semana de janeiro, o boi gordo segue com preços firmes e o indicador à vista foi cotado a R$ 74,37/@, alta de 3,67% na semana. O indicador a prazo teve valorização de 3,71%, sendo cotado a R$ 75,18/@. O valor da arroba do boi gordo está 39,45% superior em relação ao mesmo período do ano passado. Os preços elevados da arroba estão sendo sustentados pelo pouca oferta de animais terminados.

Nesta segunda semana de janeiro, o boi gordo segue com preços firmes e o indicador à vista foi cotado a R$ 74,37/@, alta de 3,67% na semana. O valor da arroba do boi gordo está 39,45% superior em relação ao mesmo período do ano passado. O indicador a prazo teve valorização de 3,71%, sendo cotado a R$ 75,18/@. Os preços elevados da arroba em plena safra estão sendo sustentados pelo pouca oferta de animais terminados. Em geral as escalas giram em torno de 4 e 5 dias, em todo o Brasil, e diversos frigoríficos têm reportado dificuldades nas compras de boi gordo.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo a prazo


Na reposição, o mercado segue lento no início de 2008, mas os preços permanecem altos e a oferta ainda é pequena, o que deve manter os preços de todas as categorias firmes. O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista, foi cotado, nesta quarta-feira, a R$ 487,13/cabeça, valor 0,44% acima do registrado na semana passada.

Com a maior variação do preço do boi frente à cotação do bezerro no MS, a relação de troca (boi gordo de 16,5 @ por bezerros) melhorou, pulando de 1:2,44 (02/01) para 1:2,52, nesta quarta-feira, tornando a reposição do rebanho mais interessante neste momento.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x relação de troca


No último mês de 2007, de acordo com os dados preliminares da Balança Comercial divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações de carne bovina in naturabrasileiras recuaram, tanto em receita como em volume. Em dezembro o Brasil enviou ao exterior 75.844 toneladas de carne bovina in natura, que renderam aos exportadores US$ 249,37 milhões

Gráfico 3. Exportações de carne bovina in natura de janeiro 2004 a dezembro 2007


Tabela 2. Exportações de carne bovina in natura


Ao analisar o acumulado do ano de 2007 as exportações de carne bovina in natura tiveram receita de US$ 3.485,74 milhões, aumento de 11,21% em relação a 2006. Em relação ao volume, o crescimento foi de 4,92%, com 1.285.744 toneladas exportadas em 2007. Outro ponto importante é a valorização da carne brasileira no exterior, em 2007 o preço médio ficou em US$ 2.711,00/tonelada, aumento de 5,99%.

Frigoríficos de todo o país têm trabalhado com programações de abate curtas e bastante dificuldade na compra dos animais. Com esta situação os compradores têm elevado suas ordens de compra para tentar adquirir animais e completar as escalas, que em São Paulo estão em média com 4 dias. No MS, a oferta é um pouco melhor e em geral os frigoríficos paulistas têm se abastecidos com bois do estado vizinho.

Marcelo G. Boskovitz, leitor do BeefPoint, comenta que no Paraná a situação é semelhante, “as escalas estão muito curtas em todos os frigoríficos, a vaca está com cotação elevada, indicando que o pecuarista está resistente ao preço ofertado pelo boi gordo de R$ 70,00 à vista, e quer melhores cotações que em breve serão realidade”. “A falta de chuvas já afeta o humor de todos”, completa Boskovitz.

Como está o mercado do boi gordo, vaca gorda e reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados? Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo.

Tabela 3. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo, variação relativa a 02/01/07



No atacado, o equivalente físico foi cotado a R$ 69,59/@, alta de 3,27%, em relação à semana passada. Essa alta se deu graças a valorização de 16,13%, na semana, do dianteiro, que foi cotado a R$ 3,60, nesta quarta-feira. A cotação da ponta de agulha (R$ 3,10) permaneceu inalterada e a do traseiro teve recuo de R$ 0,10, sendo cotado a R$ 5,90.

O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico, está em R$ 4,79/@. Ficando abaixo da média dos últimos 12 meses, que é de R$ 5,68/@. Vale lembrar que quanto menor o spread maior será a margem bruta do frigorífico.

Tabela 4. Cotações do atacado da carne bovina


Nesta quarta-feira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgou que a coordenação do Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) passará a ser responsabilidade da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA).

Em meio à grande discussão a respeito das restrições impostas pela União Européia, que exigiu uma lista do Mapa com as propriedades habilitadas à exportar para o bloco, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que o governo não conseguirá auditar todos os bovinos nas cerca de 10 mil propriedades ERAS até 31 de janeiro, prazo exigido pela União Européia. Segundo reportagem da Agência Estado, o ministério vai enviar uma lista prévia de propriedades até a data determinada. Esta lista depois será atualizada com o desenrolar das vistorias feitas por técnicos da defesa sanitária. Segundo o ministro, a intenção do governo é cadastrar dentro dos padrões europeus o maior número possível de animais e propriedades que estejam aptos para exportação de carne ao bloco europeu.

Em uma pesquisa realizada pelo Irish Farmers Journal, o preço da carne bovina teve aumento nos últimos 30 dias. A pesquisa explica que o aumento de 10 a 40%, é reflexo do aumento nos custos da ração e da falta de carne bovina brasileira no mercado. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), Pratini de Moraes, reforça que esta alta dos preços da carne bovina no varejo da Inglaterra e Irlanda se deve à expectativa de diminuição das exportações brasileiras ao bloco europeu, devido as restrições impostas pela UE.

Esta semana, uma missão de técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi enviada à Rússia, para acertar detalhes do protocolo sanitário para exportação de carnes do Brasil àquele país.

Em dezembro do ano passado, durante teleconferência realizada entre o secretário Inácio Kroetz e o diretor Serguey Dankvert, foram discutidos os procedimentos para a reabilitação dos estabelecimentos brasileiros autorizados a exportar carne para a Rússia. A SDA encaminhará, para consideração dos serviços veterinários da Rússia, a relação das empresas habilitadas pelo Brasil a exportar carnes ao mercado russo. A visita atual é de caráter técnico e servirá para consolidar o memorando de entendimento que será assinado entre os dois países.

0 Comments

  1. Adrian Castedo disse:

    Los felicito por mantenernos a los ganaderos informados. Les escribo desde Santa Cruz de la Sierra en Bolivia. El precio de la carne continuará con precios firmes este 2008 debido a la creciente demanda de proteínas en China y el excelente nivel de ingresos en Medio Oriente debido a los precios del petróleo. No creo que los síntomas de recesión en Estados Unidos afecten estos precios. Un saludo a todos los amigos agropecuarios lectores de beefpoint y muchas felicidades.

  2. Carlos Henrique Ribeiro Do Prado disse:

    Em Goiás a situação dos pastos é horrível. Não temos pasto para nada, e o que mais preocupa é a próxima estação de seca, pois não haverá nenhuma sobra de pasto para ser reservado para a seca.

    Carlos Henrique Ribeiro do Prado, Goiânia GO .

  3. Higor Couto Alves disse:

    E com essa falta de pastos, vai haver muita oferta de compra do gado, pois os proprietários não teram pastos para esse gado. Boa oportunidade de aumentar o plantel e comprar vacas paridas ou prenhes