Mercados Futuros – 29/01/08
29 de janeiro de 2008
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31 de janeiro de 2008

UE suspende importação de carne in natura do Brasil

As exportações de carne brasileira para a União Européia serão suspensas por completo a partir desta quinta-feira e por tempo indeterminado, informou o comissário europeu de Saúde, Markos Kiprianou. A decisão foi tomada pela Comissão Européia (CE), o órgão executivo do bloco, na noite de terça-feira, depois de avaliar a lista elaborada pelo governo brasileiro com o nome das fazendas produtoras de gado que estariam aprovadas para exportar carne para a UE.

As exportações de carne brasileira para a União Européia serão suspensas por completo a partir desta quinta-feira e por tempo indeterminado, informou o comissário europeu de Saúde, Markos Kiprianou.

Segundo reportagem de Márcia Bizzoto, para a BBC Brasil, a decisão foi tomada pela Comissão Européia (CE), o órgão executivo do bloco, na noite de terça-feira, depois de avaliar a lista elaborada pelo governo brasileiro com o nome das fazendas produtoras de gado que estariam aprovadas para exportar carne para a UE.

Em dezembro, depois que uma missão técnica européia encontrou falhas no sistema de rastreabilidade do gado bovino do Brasil (Sisbov), Bruxelas determinou que, a partir de fevereiro, só aceitaria carne brasileira proveniente de estabelecimentos que comprovadamente cumpram com exigências sanitárias mais duras.

A UE esperava receber uma lista com 300 fazendas, o equivalente a 3% do total atual. Mas a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa) listou um total de 2.681 propriedades. Kiprianou disse que Bruxelas não aceita essa lista e colocou em dúvida os critérios utilizados pelas autoridades brasileiras para definir as fazendas incluídas no documento. “Não sabemos se esses estabelecimentos foram submetidos a inspeções individuais”, disse em entrevista coletiva.

O Mapa teria conseguido superar a expectativa da UE transferindo a tarefa para a Secretaria de Defesa Agropecuária, que tem mais recursos financeiros e humanos que a anterior responsável pelas inspeções, a Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativo.

As exportações brasileiras de carne só começarão a ser retomadas após as conclusões de uma nova missão européia, que virá ao Brasil no próximo dia 25. “Será um processo longo e o calendário dependerá do número de fazendas, das complexidades de cada uma, dos problemas que podemos detectar”, afirmou o comissário Kiprianou.

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  1. Bárbara Arnaud disse:

    Falarei agora principalmente como cidadã brasileira. É um absurdo termos que nos sujeitar desta forma que o mercado exterior exige. É revoltante termos nossa carne bloqueada dessa forma inconsistente. Sabemos que nosso país é um dos poucos que pode alimentar e criar gado de forma mais saudável do que os outros países, sem ter que confiná-los e dar-lhes rações baseadas em produtos animais.

    Sei que falta muito para que o Brasil se adeque as exigências que nós mesmos nos impomos para ver se agradamos ao mercado exterior. Mas, é inaceitável termos que aceitar essas barreiras! Se não querem comprar nossa carne hoje, voltemos nosso mercado para outros menos tradicionais. E no dia em que procurarem nossa carne, aumentemos o preço o suficiente para que se arrependam dessas suspenções irracionais.

    O Brasil não tem porque se dobrar aos mercados externos, porque ele é um dos maiores produtores. Sendo assim, fiquemos na posição de líder, e não de subserviente!

  2. Alexandre Scaff Raffi disse:

    Meu amigos, acho que nós vamos agradecer um dia este acontecimento. Vai mostrar primeiro ao ministério, que não adianta ficar fazendo normativas de última hora, entregar protocolos dentro do saguão do aeroporto, e por fim, não abrir um canal de comunicação com a classe produtora.

    Nós avisamos desde o começo que o processo era errado, e de nada adiantaria ficar colocando remendos, dia após dia, apenas para tentar não perder o que nunca teve.

    Agora devemos nos juntar e desenvolver um sistema compatível com a nossa realidade, e quem quiser que compre, quem não quiser, paciência.

    Chega de discutir quem precisa mais de quem, se é nós deles ou eles de nós.

    Mais uma vez, vamos à luta.

    Feliz 2008

  3. Michel Cury disse:

    Não sei até quando nós pecuaristas aguentaremos isto, a gordura de nossos estoques estão se acabando. Precisamos urgentemente nos unir e tomar providências logo, junto com governo e demais orgãos. Cadê nossos politicos nessas horas?

    Fica aqui meu voto de revolta!

  4. dirceu fernandes disse:

    Suspender a importação de carne bovina brasileira para UE, talvez seja salutar a nossa pecuária, desde que, sirva para criarmos vergonha de sermos dominados pelos europeus. Está passando da hora de estarmos sendo tratados como primitivos. Somos melhores que eles, somos auto-suficientes, temos muita habilidade e saímos de crises causadas pelos europeus.

    Quem tem capacidade de produzir a quantidade de bovinos como nós, logicamente tem capacidades de escolher para quem vender, afinal de contas, será que só existe “UE” em nossas cabeças. Não vamos ser humilhados, vamos nos unir e sair a procura de novos compradores, o mundo tem fome! E nós sabemos como não deixá-los passar fome. A “UE” já foi saciada, temos que partir em busca de outros mercados que nos respeitem!

    Não devemos nem dar resposta a este insulto, vamos ditar as regras. A auto-valorização é saudável. Vamos deixá-los na espera, se eles nos procurarem vamos atendê-los dentro de nossas regras.

  5. Moacir Scatolin disse:

    Mais uma vez nos vimos diante de um impasse criado pela fragilidade do governo em gerir uma politica competente, voltada a exportação. Todo produtor faz sua parte da porteira para dentro, pois competimos contra secas, preços desfavoraveis, desvalorização cambial, cartel de frigorificos tentando abaixar o preço de qualquer maneira.

    A sugestão que faço ao governo é transformar ministros e embaixadores em vendedores de nossos produtos agropecuários. Vamos deixar de fazer turismo em republiquetas aproveitando o dinheiro do contribuinte, para proveito próprio (lógico tem excessão).

    Com certeza vamos superar mais este obstáculo e continuaremos produzindo para o Brasil e o mundo.

    Abraço a todos.

  6. Aluisio Fernando disse:

    “Grandes promessas são redimidas em pequenas transformações, mas nem tudo feito em correrias não agradece aos grandes…”

    Pois bem, isto o que está ocorrendo é mais uma de milhares que eles já fizeram, o que é terrivel, são as formas impostas por grandes e sempre o nosso país tentando rebolar em cordas bambas sobre tudo o que está se submetendo.

    Na verdade o nosso país, junto do Mapa tem que pensar que não existe somente a UE e partir para outras que pode ter certeza que os preços não são esperados mais temos que correr atrás do volume.

    O motivo é muito simples. Vamos sair de cabeça erguida.

  7. Estêvão Domingos de Oliveira disse:

    Aconteceu o que muitos previram. Não se pode tapar o sol com peneira, esse modelo atual de identificação exigido não funcionou e jamais funcionaria em um país com dimensões continentais como o nosso. A quantidade de fazendas já aptas à exportação assustou os europeus, também pudera, somos um gigante que muitos dizem estar adormecido, mas digo que somos um Gigante preguiçoso.

    Acontecimentos como esse forçarão um acordo mais sério entre os diversos setores da cadeia produtiva da carne, pois não será somente o produtor que perderá. Todos perderemos. É hora de todos trabalharem pelo benefício comum, vamos buscar um sistema que funcione em nosso país e não algo exigido por um punhado de países cujo rebanho total é menor que o existente no estado de Mato Grosso.

    Que comprem carne de outros países, mas resta a grande dúvida. De onde? Quem tem carne em quantidade e qualidade para abastecer os mercados recém – abertos do leste europeu?

    Só o tempo dirá, mas acredito que no médio ou longo prazo esse acontecimento será excelente para a pecuária brasileira, pois pela primeira vez, não são apenas os produtores que estão perdendo.

  8. milton pita disse:

    A UE possui um rebanho muito pequeno e de fácil controle, não conhece as dimensões Brasileiras e as dificuldades que temos. Nem por isso devemos ficar nos curvando para a UE, quando a fome chegar lá eles nos procurarão e aí será nossa ves de impor conduções.

    Temos que dizer a eles que os brasileiros comem nossa carne hà 500 anos e estamos todos bem e que nosso rebanho, apesar das doenças cresce a cada ano.

  9. Luiz Fernando Azambuja Jr. disse:

    Desculpa Bárbara! O cliente compra o que quer e como quer. O cliente é o nosso rei! Estás equivocada!

    Vais ter que comer muito filé ao meio dia para não cair o preço do boi aqui no Brasil. Acabou!

  10. José Leonardo Montes disse:

    Discordo de nossos amigos ai acima, pois é de notável saber que nós estamos acostumados a ingerir tudo o que nos é oferecido. Se lá eles querem um alimento com qualidade e pagam para isso, e todos nós sabemos que os frigorificos ganham rios de dinheiro exportando para UE, e só agora deram conta que rastrear bovinos dentro de caminhão e na calha do frigorifico não adianta, eles não são qualquer um para serem tapiados.

    Todos estão avisando vamos fazer o dever de casa, mas ninguém quis. Agora não adianta chorar o leite derremado, foi muito fácil vender brincos e transferir no dia do embarque para que abatessem os bovinos e dizer que eram rastreados. Trabalho com certificação e rastreabilidade desde 2003 e já vi coisa de outro mundo. Porque nós também não exigimos mais qualidade em nossos produtos?

  11. Marcelo Ribeiro disse:

    Na verdade todos nós sabiamos disso. Me lembro de ter comentado algo sobre nós brasileiros em pararmos de olhar apenas para as nossas fronteiras e começar a enxergar o mundo como algo “comum”.

    Sugeri inclusive que membros do SISBOV viessem a Austrália conhecer um sistema real de rastreamento e certificação, aliás quem está na Acerta desde o início lembra quando sugeri isso.

    Felizmente somos brasileiros e temos uma gigante capacidade de reorganizar problemas, e dessa vez o empurão serviu mesmo, foi de ajuda para todos nós, ajuda cara para quem sempre paga a conta.

    Podem acreditar nisso: novos mercados, novas metodologias, novos preços e etc. Meu avô dizia: “O tempo é o dono da razão”.

    Boa sorte ao Ministério da Agricultura, SISBOV, Burocrátas, Produtores e Frigoríficos.

  12. Manoel Avila Junior disse:

    Chegou a hora de dar um basta nessa palhaçada, o ministério que deve anunciar que não temos mais nenhum interesse em mandar nossa carne para a UE, vamos para outros mercados, nosso produto é top, não podemos nos rebaixar.

  13. Pedro Barbosa Ravagnani disse:

    A sorte do país está em ter condições naturais para ser uma potência agroalimentar, sendo este um momento passageiro e, como o colega posicionou acima, um momento para efetivar o profissionalismo no sistema produtivo.

    Muito pouco provável será o impedimento da consolidação do Brasil como maior potência deste setor, a questão é trabalhar para que seja rápido e menos dispendioso possível. Com o que está ocorrendo quem ganha, em curto prazo, é o consumidor brasileiro.

    Ouso ironizar que o “governo (MAPA) acaba de realizar ações” de subsídio da carne no mercado interno, já que esta obteve preços recordes nos últimos meses.

    Torço pelo trabalho sério dos envolvidos.

    Abraço a todos!

  14. estevao mauricio witzler disse:

    Nosso país tem um sistema de produção diferenciado, mais a diferenciação não está somente na produção, está também na incompetência de nossos comandantes, que nunca conseguiram agrupar a cadeia produtiva.

    Estamos a 5 anos discutindo um sistema de rastreabilidade, nesses anos todos nunca chegamos a um consenso, toda hora muda, normativas são fabricadas para contentar mercados, porém a maioria delas não são cumpridas, isso não pode ser resolvido do “jeitinho brasileiro”.

    Em terreiro que não tem galo, franginho canta de galo, vamos nos entender, definindo com base as normas internacionais o nosso sistema de rastreabilidade, mas que seja aceito e executado por toda a cadeia produtiva.

    Como podemos exigir respeito em uma negociação internacional se não temos respeito entre nós mesmos.

  15. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Apesar de todas as pressões e notícias plantadas, inclusive por analistas que por coerência deveriam revelar se detêm posições vendidas no mercado futuro, a carne que a Europa barrou corresponde apenas a 3,6% de nossa produção.

    Quem opera com análise gráfica, pode tranquilamente esperar um sinal de fundo e comprar contratos, pois há falta de boi e a tendência é de alta. Vamos aplicar um “short squeeze” nestes especuladores.

    Os europeus continuarão sendo abastecidos por carne in natura brasileira, só que agora triangulada via Egito, África do Sul e Índia, entre outros.

    Os confinamentos brasileiros estão praticamente inviabilizados pelo ERAS, com exceção talvez daqueles de um único dono. Quem pensava em mandar boi para boitel pode tirar seu marruquinho da chuva.

    Afinal, este pecuarista atônito pode ser condenado a pagar o preço da interdição de milhares de bois de terceiros se, no abate de seu gado, acontecer de um único e escasso boi ser considerado “impuro”. Imaginem só, num confinamento de 100.000 bois, eu ser chamado a pagar um prejuízo causado a terceiros de, digamos, 7 reais por arroba. Isso dá a bagatela de 13 milhões de reais. Quem se habilita?

    Colocando sob outra perspectiva, boitel não vai poder ser ERAS, óbvio. Essa vai ser a resposta do mercado.

    O ministro Stephanes tem uma oportunidade de ouro em meio a este festival de trapalhadas, usando o argumento – verdadeiro – de que ele nada tem a ver com isso, e fazendo retornar a rastreabilidade ao modelo que ela sempre teve, por lotes. Com GTA, marca do criador a fogo e defesa agropecuária a cargo de cada estado, com uma Inspeção Federal eficiente nos abates. Tudo isso já existe, precisamos apenas valorizar estes processos e estas carreiras, e dar-lhes condições de trabalho, com adequado repasse de verbas federais.

    O Sisbov continuaria apenas para animais importados e para quem queira produzir para nichos que exijam identificação individual.

    Chega de incompetência, deixem-nos trabalhar. Nosso grito de protesto tem que ser:

    – SISBOV? Não brinco mais!

  16. Stella A T V P disse:

    Sabemos qual a visão dos europeus em relação a nossa carne, sabemos que existe o comprometimento dos estabelecimentos frigoríficos quanto a garantia da qualidade dos produtos e também sabemos que existe o esforço em agradar o país europeu.

    Até equipe para implantação do EUREPGAP nas fazendas estão sendo habilitadas, conforme exigências. O país necessita de valorização, mas primeiro o próprio país deve se valorizar! O Brasil é um país rico, cheio de oportunidades e capaz de enfrentar as barreiras, não deveria ser tratado dessa maneira, devemos nos impôr!!

  17. Geraldo Magela Tavares Costa disse:

    Em 11/07/2007 fiz o seguinte comentário:

    “A verdade é que o MAPA não dá conta das atribuições que cria para si. Não tem pessoal em quantidade suficiente, nem estrutura, mas para dar satisfações ao resto do mundo, põe no papel programas e mais programas sanitários, muito bonitos só no papel.

    Em relação ao Sisbov, era questão de tempo o MAPA “abir o bico”. A maior parte dos programas sanitários são para “inglês ver”, literalmente.”

    Hoje, só acrescentaria: Em relação às importações, era questão de tempo serem suspensas pela União Européia.